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940 Palavras
Judith — Bom dia, Senhor Hill e Senhorita Evans! — Bom dia, Albert! — Meu chefe e eu respondemos em uníssono, nos acomodando a uma mesa redonda de um restaurante. — Tomei a liberdade de pedir o nosso café da manhã. Assim não perdemos tempo em resolver alguns detalhes do nosso contrato, tudo bem? — Por mim tudo bem. — Collin Hill responde usando o seu melhor tom profissional e logo dois garçons se aproximam para servir a mesa. — Gostaria que vocês conhecessem a Matilda Slin. Ela será a sua editora e a Senhorita Evans ficará responsável pelos detalhes do seu livro. — Collin informa — É um prazer, Senhorita Slin! — A propósito, eu gostaria de lhe dizer que o seu… De repente, o meu celular começa a vibrar sobre a mesa, chamando não só a minha atenção, mas a de todos na mesa e imediatamente encerro a chamado de um número desconhecido, lançando um pedido de desculpas mudo para Collin do outro lado da mesa. — Como eu estava dizendo… Matilda é novamente interrompida e dessa vez o Barão me lança um olhar repreensivo. — Me desculpe! — sibilo incomodada, encerrando a chamada novamente. — Parece importante. — Collin retruca. — Não deve ser nada demais — ralho, me ajeitando em cima da cadeira. — Enfim… Matilda retoma a palavra quando o aparelho volta a vibrar e irritada com tamanha insistência, peço licença e me afasto para atender. — Eu retorno assim que puder! — rosno, desligando no mesmo instante e com um sorriso amarelo retorno para a mesa. — Por favor, podem continuar. — Tem certeza? — Collin resmunga. — Tenho — respondo, mostrando-lhe com prazer o aparelho desligado e em seguida o jogo dentro da minha bolsa. Contratar Albert Cool é mais do que conquistar nosso primeiro cliente aqui na Inglaterra. É a certeza de que vamos começar com o pé direito, pois segundo Matilda Slin esse é um escritor de mão cheia. E após ouvir alguns pequenos trechos do seu romance Dois Estranhos na Colina eu não tive dúvidas. É, parece que estou aprendendo a ter o faro de Collin Hill para futuros bestsellers. — Está sendo um prazer assinar com vocês, Senhor Collin! — O jovem escritor diz, ficando de pé e aperta a mão do meu chefe, depois a de Matilde e por fim, a minha. E após ele se retirar não seguro um sorriso satisfeito. — Barão! — A voz imponente do Duque de Birmingham causa um certo estremecimento dentro de mim e incrédula olho para trás, encontrando um par de olhos irritadiços me encarando. Irritadiços? Sério? — Sua graça! — Collin o responde de maneira formal. — Senhorita Evans! — balbucio, tentando me reestabelecer. — Sua graça! — Ah, essa é Matilda Slin, minha editora e redatora. — Collin faz as apresentações, porém, nossos olhos permanecem conectados até ele abrir um sorriso e estender a sua mão para a minha colega de trabalho. — Bom, eu preciso ir ver alguns contratos com a gráfica. Será que você pode… — Na verdade, eu gostaria de roubar a sua assistente por alguns minutos, meu caro amigo. — Thomas interrompe o Barão, que me lança um olhar escrutínio. No entanto, ele faz um sim para o seu amigo. — Só uma pequena correção. A Judy não é mais a minha assistente. Ela é chefe de edição e em breve a tornarei vice-presidente da Publishing Hill LTDA. — Eu não sabia. — Thomas fala sério demais. — Oh! — É tudo que digo, pois estou tão surpresa quanto. — Na verdade, eu já devia tê-la dito isso a mais tempo, mas nunca é tarde para prepará-la para esse momento, certo Judy? Sorrio em resposta e na minha empolgação, abraço demoradamente o Barão. — Definitivamente eu não esperava por isso — sibilo emocionada. — Agradeça a minha esposa e sua amiga. Ela viu esse potencial em você. — Meu sorriso se amplia. Contudo, um pigarrear atrás de nós, me faz afastar do meu chefe e amigo. — Como disse, eu preciso ir. Até mais, Thomas e cuide da minha futura sócia. — Até mais, Barão! — E logo que Collin, e Matilda saem nos deixando a sós, encaro o olhar duro do Duque. — Por que não atendeu o meu telefonema? — Um rugido baixo escapa da sua boca. — Eu estava trabalhando, sua graça. O Senhor não deveria estar fazendo o mesmo a essa hora? — O respondo com certa petulância. E sério, não me reconheço nesse personagem tão confiante e atrevido. Com Thomas por perto e simplesmente não consigo ser a garota doce que sempre fui. A verdade, é que sempre que ele me dirige a palavra tenho uma pedra na mão para lhe tacar. Deveras, ele é naturalmente arrogante e irritante, e eu não suporto pessoas assim perto de mim. — O que você quer de mim, Thomas Elliot Birmingham Terceiro? — O Duque ergue as sobrancelhas para o fato de eu citar seu nome completo. Contudo, ele aponta uma cadeira atrás de mim. — Vamos tomar uma xícara de café enquanto conversamos. — Ele convida, fazendo um sinal para o garçom e ele mesmo faz o nosso pedido. — Sobre o que? — O fito do outro lado da mesa. — Da última vez que conversamos você saiu apressada e espero que possamos terminar aquela conversa. — Desculpe, mas faltou algum detalhe em nossa conversa? — Muitos detalhes, Senhorita Evans. — Pode falar, sua graça — rebato no seu mesmo tom de desdém. — Para começo, vamos nos casar em quinze dias… — Como é que é? — O interrompo aturdida.
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