Episódio 3

1182 Palavras
Talvez gritar alguma coisa para que Damião arrombe a porta? Gritar que a loira está me ameaçando com uma faca? Ele vai acreditar? Mas ele vai derrubar a porta para verificar. Se ele tivesse visto a imagem completa agora, como a loira estava se aproximando de mim com uma faca, me empurrando em direção à janela, então talvez ele tivesse esquecido por um tempo que queria me colocar atrás das grades, e trocado a sua atenção para essa megera? Assim que abri a boca, Margot passou a faca perigosamente perto do meu rosto e as palavras ficaram presas na minha garganta. Por favor, alguém ajude... As nádegas repousavam no parapeito da janela. Não há para onde recuar ainda mais. DAMIÃO Eu voava para casa duas vezes por ano. Para o aniversário de um amigo de infância no verão e para o túmulo dos meus pais no outono. Eu largava a segurança e passava a noite no meu antigo apartamento. Ninguém aqui sabia realmente que eu possuía bilhões no exterior. Mas às vezes é bom descer à terra e lembrar de onde vim. Não por acaso, não por sorte. E graças à persistência louca. Pois não importa o que aconteça, encontrarei uma saída mesmo num quarto sem janelas ou portas. Atravessarei a parede com as próprias mãos e arrancarei a garganta de todos que estiverem no meu caminho. Uma das habilidades mais importantes nos negócios é reagir rapidamente quando uma situação sai do controle, mudar planos, virar toda a locomotiva da empresa, talvez em uma direção completamente diferente. Mas esta noite, drog*a, é apenas lixo selvagem! Essa pequena praga parece tão inocente, mas entrou furtivamente no meu apartamento, falsificou as chaves e o contrato e colocou as suas roupas aqui, como se o apartamento fosse propriedade dela. Nunca houve lixo feminino aqui, e fiquei meio e******o assim que vi toda essa bagunça. Eu queria jogar tudo no chão e jogá-la pela escada, seminua. Faz muito tempo que não fico chateado assim. O clímax foi um tijolo quebrando uma janela. Claro, quando vi isso no tapete coberto de fragmentos, percebi que tinham feito isso para me distrair. Foi uma perda de tempo deixar Margot com uma fraudadora. Era com isso que ela estava contando? A infecção envolveu-me como um menino. Você trocou de roupa? Quando ouvi o grito de uma mulher, fiquei definitivamente convencido das minhas conclusões. A porta voou para o lado com um guincho e um estrondo. Eu estava prestes a atacar a golpista neste segundo, mas ela não estava na sala. Um lençol, torcido em uma corda, esticado para fora da janela. Margot deitou-se no chão e soluçou baixinho, segurando a cabeça. Voei até a janela e fiquei pendurado no parapeito. Não havia ninguém na grama lá embaixo, e a visão da rua estava bloqueada por uma bétula crescida demais. Com raiva, empurrei para trás e bati o meu punho contra a parede. Ela acha que vai fugir e ninguém vai encontrá-la? Este ato terminará muito m*al para ela. Se a polícia local não encontrar, chamarei o meu serviço de segurança. — Mostre-me. Sentei-me ao lado de Margot e segurei-a pelo pulso para que ela parasse de agarrar os cabelos da nuca com tanta convulsão. A sua maquiagem está manchada pelas lágrimas e, aparentemente, levará mais uma hora para fazê-la voltar ao normal. — O que aconteceu? — Ela... ela me pediu para trocar de roupa. E então ela tirou uma faca da cômoda! Ela ameaçou me matar! Margot lamentou, espalhando lágrimas negras pelo rosto. — Fiquei tão assustada! Ela então me bateu na cabeça. Foi muito doloroso. Passei os dedos pelos cabelos dela para sentir, mas Margot protestou e fez uma careta. — Não toque, não, dói, só traga um pouco de gelo, por favor. Corri para pegar gelo, joguei numa toalha e entreguei para Margot. Estremecendo, ela colocou na nuca e estendeu a mão para mim. Eu a abracei de forma puramente mecânica e acariciei as suas costas, repassando na minha cabeça tudo o que aconteceu aqui. Quando essa infecção conseguiu chamar um cúmplice? Não me lembro dela conversando com ele. E não a vi digitando uma mensagem. A campainha tocou. Na hora certa. — Boa noite, o que temos aqui? Três policiais se inclinaram na porta quando eu abri para eles, e um deles chamou a atenção de Margot, que me seguiu pelo corredor, e perguntou: — Senhor, você ligou para a polícia? — Liguei. — Não, não, a ligação era de uma garota. Você pode me mostrar os seus documentos? Uma vaga sensação de que algum tipo de bobagem estava acontecendo novamente me impediu de tirar o meu passaporte do bolso. Mas Margot obedientemente largou a toalha com gelo e tirou a carteira de motorista da bolsa. Um policial entrou na sala de onde a fraudadora havia escapado pela janela. — Estou esperando os seus documentos primeiro. Exigi e cruzei os braços sobre o peito. Mas os policiais não tinham pressa em mostrar nada. — Encontrei documentos do apartamento! Saiu um policial com papéis que a praga me mostrou. — Você é Elizabeth Vyazemskaya? Não? Onde está a senhora que ligou? Você já conseguiu esconder o corpo aqui? — É falso! Eu fiquei exaltado. — Voltei do exterior e encontrei uma fraudadora no meu apartamento. — Vamos, leva-lo para a delegacia. Vamos descobrir na delegacia se é falso ou não. É uma m*aldita piada. Eu não sabia se xingava ou ria. Uma coisa que eu tinha certeza era que eles ficariam muito arrependidos por seu humor estúp*ido. Tenho uma reunião importante amanhã em Londres, cujo resultado positivo me trará bilhões em lucro líquido. Meu avião pessoal está me esperando no aeroporto. E vou escoltado até o bullpen. Claro, uma reunião. Alguém decidiu colocar um raio nas minhas rodas? Elizabeth agora vai enfrenta algo pior do que a prisão. Quando a minha equipe de segurança a encontrar, extrairei pessoalmente dela o nome de quem a contratou. — Gente, quanto eles pagaram para vocês? Os policiais se entreolharam e riram. — Em princípio, não importa. Eu pagarei mais. Eu tenho o meu próprio fundo de risco. Eles conhecem essas palavras? Resolvi explicar: — Investimento, em outras palavras, mas invisto dinheiro em empreendimentos inovadores que tenham potencial para gerar lucros extremamente elevados. — Você ouviu, Bodya, quantos investidores de risco você conhece na Rua Popov? — Sim, são dezenas deles morando em todas as casas! Ele relinchou em resposta. Tive dificuldade em reprimir uma onda de raiva. — Você não deve recusar dinheiro. Serão muito úteis para os desempregados. ..... Um dia depois, no bullpen, onde fiquei sozinho, pediram desculpas “foi um erro” e me soltaram. A primeira pessoa para quem liguei nem foi para a minha assistente, minha amiga ou Margot. Liguei para o chefe do meu serviço de segurança, resumi em poucas palavras o que havia acontecido e ordenei: — Não sei o que você vai fazer e como, mas quero que esses caras, cujos nomes mencionei, se arrependam de terem nascido. — Será feito. — E depois. Elizabeth Vyazemskaya. Encontre-a. Urgentemente. E entregue para mim.
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