O silêncio entre eles era denso, cortado apenas pelo som distante das folhas dançando ao vento, como se a própria floresta tivesse prendido a respiração. Tiana se mantinha a uma distância segura, ou pelo menos tentava acreditar que era segura, embora soubesse que não havia nada que pudesse protegê-la naquele momento — nem mesmo suas próprias defesas. Heron continuava ali, de pé, sem se mover. Não pressionava, não insistia, mas sua presença era como um campo gravitacional, e Tiana sentia que, a qualquer momento, cederia e seria puxada para ele. Era impossível não notar a tensão nos ombros largos dele, a forma como seus olhos fixos nela pareciam suplicar por respostas e, ao mesmo tempo, gritar pela verdade que ela tanto escondia. Foi então, depois de longos segundos — ou seriam minutos? —

