O silêncio da noite foi rompido por um rosnado. Não um rosnado comum. Era um som ancestral, carregado de poder, dor e fúria. O som ecoou pela floresta, vibrando no ar como o rugido de um trovão. Gael estava de pé na orla da clareira, os punhos cerrados, o peito arfando. Diante dele, a visão de Ava nos braços de outro homem ainda queimava em sua mente. Mas algo mais agora queimava dentro dele: uma verdade que até aquele instante havia lhe escapado. Ele sentia. Não só o gosto da traição ou a pontada aguda da dor emocional. O que enchia seus sentidos agora era magia. Uma magia antiga. Viva. Era como se a própria terra vibrasse sob seus pés. Um feitiço estava ativo, denso e poderoso, serpenteando ao redor de Ava como uma proteção invisível, envolvendo o riacho com uma camada pulsante de energ

