Cap. 6 - Uma Vida Em Um Minuto.

1378 Palavras
É incrível como o tempo, às vezes, nos prega peças. Ele é capaz de nos transportar para qualquer lugar, basta que algo inusitado aconteça. *Há mais de vinte anos atrás* Era o primeiro semestre de Laura na Universidade Federal. Ela estava um pouco nervosa, pois não sabia como iria ser, as pessoas que iria conhecer. E a única pessoa que a apoiava em seu sonho era sua irmã, Amélia. – Ai, Amélia! Eu tô muito nervosa! – disse Laura ainda sem querer sair de dentro do carro. – Laura, deixa de frescura! – disse Amélia. – Vai dar tudo certo, pára com isso. – Eu sei. Mas não posso evitar. É tudo tão novo!… E ainda tem o papai, que nem na minha formatura apareceu quando soube que eu seguiria a carreira de jornalismo. – disse Laura um pouco triste. – Laura, quem perdeu foi o papai. A obrigação dele era estar lá te apoiando no seu sonho. Se a mamãe estivesse viva, com certeza, ela estaria. Ele foi mesquinho e egoísta. – disse Amélia. – Mas que bom que você estava, Amélia. – O quê?… E perder a chance de ver minha irmãzinha ganhando o prêmio de melhor aluna?!… Jamais! – Não sei o que seria de mim sem você, minha irmã. – disse Laura abraçando Amélia. – Tá bom, tá bom!… Eu já sei que sou demais, que você me ama, a recíproca é verdadeira. Agora cai fora, pega suas coisas que estão no porta malas e vai realizar seu sonho, Laura. – disse Amélia. – Tá bom, OK. Tô saindo. As duas se despedem. – Te vejo no fim de semana, Laurinha! – disse Amélia arrancando com o carro. – Vai devagar, Amélia!… Ela é um perigo atrás de um volante, meu Deus! Laura não demorou muito para encontrar o seu alojamento no Campus e também não demorou em fazer amizade. A sensação de deslocamento, com o passar dos dias, tinha sumido completamente, já que Laura era muito simpática. Mas o que mais chamava a atenção era a sua beleza e inteligência, que não passavam despercebidas. Porém, elas fisgaram a atenção de um rapaz em particular. _ Refeitório do Campus _ Havia um rapaz que trabalhava no refeitório. Seu trabalho era servir a comida nas bandejas, entre outros serviços prestados à Universidade. Ele achava o seu trabalho entediante, enfadonho, e completamente sem perspectiva. Mas ele precisava dele. Porém, tudo mudou no dia em que ele a viu. – Leonardo?… Leonardo?… Cara, acorda! Onde é que cê tá?! – pergunta um amigo. – Cara, me belisca! – O que?! – Acho que tô vendo um anjo! – disse Leonardo completamente rendido à beleza da moça que acabara de entrar no refeitório. – Ah, sim. … Aquela ali é a Laura. – disse o outro rapaz. – Como sabe o nome dela?? – Nos esbarramos uma vez nos corredores. Ela me ajudou a recolher umas bandejas que tinham caído. Ela é muito gente boa. – Ela é bolsista que nem a gente? – pergunta Leonardo. – Que nada!… O pai dela é o maior magnata. Foi o que eu soube. Mas ela não é como as outras ricas e esnobes que torcem o nariz pra gente. Quer dizer, pra mim, né?… Porque você já pegou todas! – Não seja exagerado!… Eu não peguei todas. … Só as que deram mole! – disse Leonardo se gabando. – É garanhão!… Mas um dia, você vai conhecer uma que vai te deixar "arriado os quatro pneus"! – brincou o outro. – Quem sabe?… Talvez você tenha razão. – disse Leonardo olhando para Laura. Os dias iam passando, e o interesse de Leonardo por Laura só ia crescendo. Mas a oportunidade de falar com ela nunca surgia. Até que um dia, ela estava na fila para o almoço. Ela passaria por ele de qualquer jeito, e ele não poderia perder essa chance. Ele coloca a comida na bandeja de Laura e dispara: – Como é que consegue permanecer bonita e inteligente comendo essa porcaria? – O que?! – disse ela espantada. – Essa gororoba. Essa comida não é pra você. Aliás, ninguém aqui deveria tá comendo isso. – disse Leonardo. – Você é maluco?! – sussurrou Laura. – Por quê?… Por dizer a verdade? – Você trabalha aqui. Se te pegarem insultando a comida, vão te colocar pra fora. – disse Laura. – Tá preocupada comigo?… Ia sentir minha falta? – disse ele sorrindo. – Eu nem te conheço! – Não seja por isso. Me chamo Leonardo, muito prazer. Laura estava achando o jeito daquele rapaz muito estranho. – Não vai me dizer o seu? – ele pergunta. – Não. – disse ela já de costas para ele. – Tudo bem. Eu sei que se chama Laura. Ela se vira e o encara. – Como sabe o meu nome?? – Só conto se aceitar sair comigo. – O que?!… Você é muito petulante, sabia?! – disse ela. – E você é linda. Aposto que também é divertida! Laura fica vermelha. Dá as costas para Leonardo e segue seu caminho. – Até mais ver, Laura! – disse ele. E foi assim por mais de um mês. Ele não desistia. Mas Laura não era boba, ela soube da fama de garanhão de Leonardo, e não queria ser mais uma na lista dele. Porém, estava cada vez mais difícil, pois ele estava sendo irresistivelmente gentil com ela. – Por que tá fazendo isso, Leonardo? O que você quer de mim? – pergunta Laura. – Laurinha, será que ainda não ficou claro o que eu quero? – Não vou ser seu passatempo. Não vai fazer comigo o que faz com as outras! – disse ela. – Isso nunca foi a minha intenção, Laura. – disse ele a fitando de maneira séria. – E não existem outras, não mais. – Ah, é? Desde quando? – Desde que me apaixonei por você. – disse ele se aproximando de Laura. Eles vão se aproximando, até que seus corpos estão colados um no outro. Leonardo acaricia o rosto de Laura e lhe dá um beijo terno e cheio de amor, muito bem correspondido por ela. O beijo vai ficando intenso e cheio de desejo. – Eu te amo, Laura. Te quero pra mim. – disse Leonardo sussurrando no ouvido de Laura. – Leonardo, eu… Eu não sei. – dizia ela já embriagada de tanto desejo. – Olhe pra mim, Laura. No fundo dos meus olhos. – disse ele a mirando. – Se me disser agora, nesse momento, olhando nos meus olhos, que não sente a mesma coisa por mim, eu prometo te deixar em paz, e nunca mais te procurar. Naquele momento, Laura pôde ver a sinceridade nos olhos de Leonardo, e também comprovou o que, no fundo já sabia. Que o amava com todo o seu coração. – Não. … Não posso dizer que não sinto a mesma coisa, pois seria mentira. … Te amo, Leonardo. Ele sorri e a levanta em seus braços. – Ah, Laura! Minha Laurinha! – Seu maluco! Me bota no chão! – disse ela rindo. – Só quando aceitar ser minha namorada! – Tá bom! – Tá bom, o quê?? – Eu aceito ser sua namorada! Aceito! Aceito! Ele a coloca no chão, mas a mantém em seus braços. – Te amo, Laura. E os dois se beijam apaixonadamente. E como num piscar de olhos, o tempo, mais uma vez nos engana e nos traz de volta. Para um momento onde tudo agora é mais complicado. *Momento presente* Eles se olham. Mas o silêncio ainda impera. Até que um deles quebra o mesmo. – Há quanto tempo, Laura. – Tempo demais, Leonardo. Ricardo fica meio sem jeito, mas acaba perguntando. – Vocês já se conheciam? – Sim, Ricardo. Sua tia e eu… Bem… Tivemos uma história. – disse Leonardo sem conseguir tirar os olhos de cima de Laura. Ela estava ainda mais linda de quando ele se lembrava. – Uma história que acabou há muito tempo. – disse Laura. – Se me dão licença, vou ver como está a Bianca. – disse ela entrando m*l olhando para Leonardo. Mas será que essa história, realmente acabou?
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