Capítulo 3 - Reuniões e Encontros

1432 Palavras
Em ambos os mundos, tanto o império comercial quanto o ilegal, eram movidos a muitas discussões, tanto quanto valores, investimento e gastos, de lucros, cortes e melhorias. Sinceramente era uma das coisas que eu tinha um tato maravilhoso, mas nem todas as vezes eram épocas de alegria. A empresa de meu pai veio perdendo credibilidade, isso pois, ele era um homem incrível, mas, que tinha três filhas. E os investidores começaram a se perguntar se em algum momento uma mulher daria conta de elevar a empresa na ausência de meu pai. Por mais que eu acreditasse no meu potencial, era preocupante. Eu era uma jovem de 26 anos tentando acompanhar o ritmo e crescimento de uma empresa, estudando muito para empenhar meu papel da melhor forma. Mas é claro, nada do que eu fizesse poderia deixá-los mais tranquilos, afinal de contas, eu era uma jovem mulher, tentando honrar o nome do meu pai. Enquanto na Secret, eu podia fazer o que eu quisesse. Na OC eu era uma piadinha ambulante. Os murmúrios sobre um casamento com alto escalão preenchiam os vazios dos corredores. Embora eu não me importasse de fazer parte de uma unção de negócios, é óbvio que dependendo da pessoa, eu teria que fazer um papel muito bem bolado. Sim, seria estranho dar escapadas noturnas para a casa de jogatinas, logo após um casamento arranjado. Muito provavelmente eu teria que cumprir com meu papel de esposa, e se depender de alguns espertalhões apaixonados por mim, tudo poderia ser minha ruína. Minhas irmãs estavam comprometidas, uma namorando e outra casada, com homens de suas respectivas áreas. Devo dizer que da minha parte, não é como se eu não houvesse tentado... Havia esse homem, Paul, com quem mantive um relacionamento de dois anos. Éramos inseparáveis (apesar de ele não saber absolutamente nada sobre mim), mas em algum momento tudo perdeu a graça. Meu pai não ficou nem um pouco feliz com o fim desse namoro. Paul, era parte de um empreendimento muito visado na Califórnia. Uma empresa imobiliária que acabou dando muito certo. Apesar de serem áreas um pouco distintas, nossos nomes não saiam da mídia. Éramos um casal moderno e muitos jovens se espelharam em nós. Em como andávamos e nos vestíamos. E era até engraçado sermos tão observados. Dentro desse lado, ser uma socialite famosa e jovem, era divertido, exceto quando comecei com a secret. As perguntas e perseguições começaram a perder o controle e me vi obrigada a me afastar de tudo aquilo. Não é como se Paul não mexesse comigo, de certa forma, foi a primeira e única pessoa que eu realmente amei. Porém, a casinha (Secret) tinha uma coisa diferente. Era algo meu e de minha mãe, brincadeiras internas, ela surgiu na nossa cabeça a muito tempo, em nossas conversas. Fazer aquele lugar existir e prosperar era o que me ligava a ela, e a todas as nossas loucuras imaginárias. Meu porto seguro. Paul talvez não entendesse bem o que aconteceu ali. E sinceramente, nós terminamos de maneira abrupta. Eu apenas disse que não dava mais certo, que ser uma mulher da mídia, não era o meu sonho. Acabei com nosso relacionamento perfeito, sem mais e nem menos. Ele jamais aceitou isso. As vezes o pego me analisando em eventos sociais quando somos convidados, me sinto tentada em provocar ele, me esconder e atraí-lo. Ceder aos nossos desejos mais íntimos. Porém, sei que não pararia por ali, e brincar com seus sentimentos não traria nada de bom para mim, e nem a ele. Enfim, voltando ao que realmente importa. Após tardes e tardes de reuniões angustiantes e e-mails secretos com Lili, sobre a contabilidade da Secret. Notei que haviam algumas pendências, e que teria que pernoitar alguns becos atrás de dividendos. Gostava mesmo de deixar essas partes para o fim de tarde de reuniões, pois não há nada mais delicioso que ir atrás de charlatões, devedores, com uma roupa assustadora e uma pistola prateada. Com meus seguranças e espreita. Claramente, eu não cobrava os vilões, apenas os falsos playboys. Assustar eles, era engraçado. Roupas com proteção a prova de balas. Maquiagem preta, véu e o chapéu gótico. Macacão de couro reluzente, unhas vermelhas e um casaco bege. Botas de salto fino. Eu era um espetáculo. Meu chapéu era visto ao longe, muitos já se espantavam só de saber quem eu era, e lembrar do porquê eu estar ali. Geralmente nunca chegava a tal ponto, mas as vezes eu tinha de atirar para cima. O barulho da arma, mesmo com silenciador, fazia muitos canalhas chorarem, e a pior vez, foi quando atirei na perna de um, após ele me dizer que eu só era uma v***a de luto. Tive que ficar algumas semanas na surdina, viajando para não ser caçada, mas assim que voltei, coloquei tudo nos eixos novamente. Eu odiava ter que sair de algum lugar quando estava sendo caçada, meu pai pirava com minhas "férias repentinas". Felizmente duas até agora. Ser uma mulher em qualquer desses lugares era um desafio ao qual eu me preparava constantemente. Meu tempo era limitado, e aos domingos quando tinha tempo, fazia aulas de defesa pessoal e tiro. Além de bebericar algumas vezes com jovens aleatórios só para suprir minhas necessidades básicas. Sem perguntas, nomes falsos, e lugares interessantes. Mas eu já nem me lembrava da última vez em que consegui um tempo só para mim. ( • • • ) Noite de cobrança Preparada como havia descrito, Henry e Ted, meus seguranças aposentados do MMA, me acompanhavam até um dos pulgueiros que haviam na parte Sul da cidade. Caçamos por Leonard Stewart por horas. Um playboy folgado que conseguiu escapar na noite anterior. Eu odiava que alguns freelancers podiam furar tanto conosco. Gente da cozinha mesmo, garçons do espaço, recebiam suborno e deixavam o Léo escapar pela cozinha, aquela já era a terceira vez desde que abri o lugar. Ele geralmente devia quantias irrelevantes, 10, 20 mil, mas na noite fatídica, o abençoado fugiu com 100 mil dólares, o que era inaceitável. Adentrei o bar de Kenedy, um rival educado que cedia aos meus momentos de ódio e fúria. Assim como ele também podia fazer batidas especiais no meu lugar, era um acordo pessoal. - Lore, sabia que viria logo! - Ele sorriu vindo beijar minha mão. - Você é antiquado, meu adoro isso! - Ri para ele. - Sei quem você quer, e sei onde está. Sabe que não posso me envolver, mas vou alertá-los. Tem algo diferente dessa vez... - Ele deu uma piscadela e apontou para os fundos. O bar de Ken, era recheado de salas escuras, luz baixa, própria para o consumo de drogas. A medida que íamos caminhando, já se ouviam os barulhos, gritos e conversas recheadas de maluquices. - Por ali... - Apontou Ted. - Os sapatos de couro de jacaré do babaca! - Olhei na porta escondida a direita. Outro par de sapatos posto ao seu lado. - Esperem. Acho que é um encontro. - Sorri. Os encontros eram geralmente planejados por esses carrapatos. Faziam um roubo em grande quantia, o que era um absurdo. Todos os chefes vão de encontro pessoalmente para resgatar esse dinheiro e manter a estatura. Mas, as vezes esses carrapatos fazem tal coisa, pois outro chefe quer conversar, e essa é a melhor maneira de começar uma boa conversa. Me aproximei da porta, a mala com meu dinheiro estava aberta em cima da mesa. O carrapato de joelhos ao lado e bem ao centro da mesa, Will. - Um encontro! - Sorri ligeira. - Precisamos falar sobre negócios, Lore. Engatilhei a arma e mirei na cabeça de Léo. - E esse rato? - Sorri. - É um presente, faça o que quiser com ele... - A cara de Leonardo era aterrorizante. - Não era parte do trato! - Falou trêmulo. - Qual era o trato? - Eu te traria aqui, e devolveria o dinheiro, e em troca, ele pagaria os 30 mil que roubei de lá. Não posso ficar sem a Secret, já ganhei muito lá. (Realmente). - E quem disse que será bem vindo, agora? - O indaguei. - Tenho uma dívida com você a partir de agora. - Essas promessas eram como entregar suas vidas. - Pois bem, saia! - Ele correu em sequência. - Você é bem piedosa. - Porém, depende! O que você quer comigo? Acredito que nem seja chefe, porque está promovendo um encontro? - Me sentei despreocupada, Kenedy veio me servir meu Bourbon e se retirou rapidamente. - Quem disse que não sou chefe? - Ele sorriu. Agora sim, estava ficando interessante...
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