A babá da minha irmã

II

— Que tal a gente pensar no que vamos fazer na janta? — Agatha sugeriu a ideia levantando e vindo na minha direção.

— Não sei podemos fazer um macarrão com almondegas. — Digo dando de ombros.

— Não quero macarrão! A coisa que a gente mais come quando estamos cansadas e macarrão. — Revirei os olhos.

  Agatha quando quer consegue ser muito chata! Única coisa que temos no armário e massa por ser a coisa mais fácil de ser preparada, poderíamos preparar talvez um macarrão com queijo.

— Não quero nada de massa! — Olhei para ela com uma expressão de ódio, essa garota me tira dos nervos.

— Vamos pedir pizza ou até mesmo um lanche. — Como sempre, o jeito de resolver as coisas é pedindo comida.

— Pode ser, mas não era você que iria queimar as gorduras de hoje? — Me apoiei na bancada esperando por sua resposta.

— Só por hoje, nos próximos dias eu vou seguir uma dieta totalmente rigorosa. — Ela pega o celular procurando pelo contato da lanchonete.

   Quando anoiteceu pedimos o lanche e enquanto não chegava, ficamos conversando, como uma boa irmã eu paguei os lanches e entreguei o da Agatha, comíamos prestando atenção no desenho que ela colocou quando terminamos deixei os pratos na cozinha.

— Vou ir pro quarto, boa noite mana. — Mandei um beijo no ar para ela que continuo prestando atenção no desenho.

  Tomei um banho rápido, coloquei meu pijama confortável e fiquei assistindo serie até dormir.

-05:50 Da Manhã-

  Como nos dias anteriores acordei com a praga do despertador tocando na minha orelha, levantei da cama já olhando meu celular vendo se tinha alguma notificação, fui pro banheiro joguei uma água no rosto e já fui tirando a roupa para tomar banho.

  Quando terminei vesti o uniforme da escola, peguei minha bolsa o celular e fui para cozinha deixando a bolsa em cima de um dos bancos, olhei para Agatha que estava virada cozinhando algo.

— Bom dia mana. — Digo alto fazendo ela se assustar, virou para mim com uma cara de morte, mas logo em seguida dando um sorriso.

— Bom dia maninha.- Ela coloca um prato de panquecas na minha frente, arregalo os olhos vendo o tanto de panquecas. — Vamos dividir, acho que fiz muitas.

— Você acha? — Peguei um garfo e comecei a comer.

— Se sobrar você leva para a escola, não tem problema. — Assinto para ela e continuo comendo.

  Comi até não aguentar mais, sobraram algumas então eu guardei e deixei na bolsa, calcei meu tênis peguei minha bolsa o celular e a chave do carro, mandei um beijo no ar para Agatha e já saindo de casa.

  O caminho até a escola foi super tranquilo, assim que cheguei conseguindo ver Allison sentada olhando para todo mundo com cara de debochada assim que ela me viu soltou um sorriso e veio na minha direção pulando de felicidade.

— Bom diaaa. — Olhei para ela vendo toda sua animação fazendo eu ficar um pouco estressada.

— Bom dia Alli, quer panqueca? — Estendi o pote para ela que não hesitou em pegar.

  Enquanto caminhávamos na direção dos armários ela devorou todas as panquecas me devolvendo apenas o pote com mais nada dentro, olhei para ela com a boca aberta enquanto a mesma bebia água.

— Allison?? — Ela me olhou sem entender nada.

— O que foi? Estava com fome, só comi um pão em casa. — Guardei o pote no armário e voltei minha atenção para os livros.

— Você é pior que a minha irmã! Não venha me dizer que você adora uma bebida. — Peguei dois livros e coloquei na bolsa, olhei para ela que estava me olhando com um sorriso no rosto. — Isso já diz tudo.

— Adoro beber, isso não faz m*l. — Ela ficou do meu lado prestando atenção nas pessoas que passavam pela gente enquanto caminhávamos para a sala, peguei meu celular e comecei a mexer em algumas coisas.

   Viajando na maionese enquanto Allison fala m*l das pessoas em nossa volta, bati com tudo em algo maior que eu, com impacto forte cai com tudo de b***a no chão.

— Bia?? — Allison me ajudou a levantar pegando os dois livros que caiu no chão. — Como você não viu ele na sua frente?

— Ela parece estar viajando no mundo da maionese, mas continuando no assunto gatinha… sabe onde posso encontrar a Beatriz?

  Pedro o garoto popular da escola, em algumas ocasiões ele parece ser a pessoa mais legal do mundo já em outras a pessoa mais insuportável.

Pedro se virou de volta para a garota que estava conversando e pegou em seu queixo a puxando para mais perto.

— Mas é um garanhão mesmo. — Allison disse baixo, eu ouvi e dei uma risada baixinho.

— A única Beatriz da sala é ela. — Apontou para mim toda apaixonada pelo Pedro, ele se vira de volta para mim.

— Preciso do meu livro Beatriz. — Ele soltou a garota em menos de segundos voltando sua atenção toda para mim, a garota entrou brava na sala.

— Livro? Que livro?

— Minha próxima aula e de química, se eu entrar naquela sala sem o livro eu sou expulso. — Foi como eu disse, em alguns momentos uma pessoa legal em outros uma pessoa grossa.

— Não sabia que o livro era seu, foi outra que pessoa que tinha me emprestado. — Entreguei o livro para ele, sem esperar sua resposta entramos na sala indo direto para o meu lugar.

(...)

  O tempo passou rápido na escola, a única coisa que passava na minha mente era sobre a entrevista que faria depois da escola. Quando sai, antes de passar no lugar passei em casa para tomar um banho e trocar de roupa, coloquei o endereço no GPS e em menos de vinte minutos já chegou no lugar.

  Quando estacionei o carro pude olhar como a casa era bonita, muito grande também, o jardim na frente e o que mais me encantava, a coisa mais fofa do mundo todas as flores com cores bem vibrantes.

— Nossa...

   Tranquei o carro indo até à porta e apertando a campainha, passou alguns minutos e uma mulher mais velha abriu a porta com um sorriso grande no rosto, parece ser a empregada.

— Olá boa tarde, senhorita Lopez, não é? — Assinto para ela que deixa um espaço para passar.  -Me siga, vou levar até a sala de Valentina.

   Quando entrei na casa já dei de cara com outra porta, a mulher abriu para mim, dando um espaço para entrar, sentada na mesa vi uma mulher com alguns papéis na mão.

— Olá Beatriz Lopez, obrigado Valentina. — Ela manda um sorriso para mulher que sai do escritório fechando a porta e deixando nos duas sozinhas. — Pode se sentar, me chamo Ivana um prazer te conhecer Beatriz.

— O prazer e todo meu, Ivana. — Sorrio para ela que retribui.

— Bom… cursando o ensino médio certo?

— Sim, isso mesmo. — Enquanto Ivana folheava algumas folhas, fiquei respirando acelerado por estar nervosa.

— Já trabalhou antes com crianças?

— Trabalhei ano passado como babá e no começo do ano cuidei dos meus primos por alguns dias.

— Ótimo...Para mim você vai ser uma ótima babá, mas como quem vai passar uma boa parte do tempo com você é minha filha que tal conversar um pouco com ela? Para ver se vocês duas possam ter uma relação saudável.

— Adoraria conhecer ela! — Ela sorriu para mim e levantou da cadeira indo até à porta.

— Ela pode ter uma cara de brava, mas juro que depois de uma longa conversa ela é um amor. — Dou risada do jeito que ela falou, saímos do escritório dando de cara com a sala, e a mesa de jantar, no cantinho tinha a escada indo para o segundo andar.

  No corredor tinha três portas, provavelmente todas davam para quartos diferentes, Ivana caminhou até segunda porta abrindo devagar uma garotinha veio correndo na sua direção a abraçando.

— Mamãe. — Ivana a pegou no colo e rodando em seguida, sua mãe a colocou no chão que começou a me olhar curiosa.

— Olá pequena, me chamo Beatriz. — Estendi a mão para ela que no começo hesitou, mas pegou na minha mão.

Pov. Ana Beatriz

  Tenho apenas cinco anos, mas faltam poucos dias para completar seis anos com isso minha última babá acabou não me aguentando mais e se demitiu, não gostava dela mesmo.

   Como minha mãe passa muito tempo viajando ela acaba não passando mais tempo comigo, por isso sinto muito saudade dela por isso que não gosto de nenhuma babá cuidando de mim além da minha mãe.

— Filha quero que conheça Beatriz. — Ela estendeu a mão para eu apertar, essa tal de Beatriz vai ser só mais uma que vai perder a paciência comigo em menos de dois meses.

  Além disso, ela parece ser bem mais nova que as outras se não der certo cuidando de mim, pode dar certo com meu irmão que não consegue nenhuma garota direito.

 — Gosta de brincar? Gosta de Barbie?

Pov. Beatriz

  Ana me encarava e o nervosismo dela não gostar de mim me tomava cada vez mais, graças ao bom deus ela começou logo perguntando se eu gostava de brincar.

— Amo brincar! Ainda mais quando tem Barbie no meio. — Ana sorri para mim animada.

— Toma brinca com essa, vou pegar o resto das Barbie.

  Ana levantou rápido indo até o closet e pegando mais um monte de Barbie, jogou tudo na minha frente, nem na minha infância toda eu vi tanta boneca jogada de frente para mim.

  Passamos bom tempo brincando juntas, depois de um tempo ela se distraiu com a empregada que apareceu a levando para a cozinha.

— Vi que vocês duas se deram muito bem. — Ivana apareceu no quarto fazendo com que eu levante do tapete e fosse na sua direção.

— Ela é um amor de criança.

— Foi como eu disse, aos poucos ela vai amolecendo o coração. — Nos demos risada. — Vamos para o meu escritório para fechar o resto do contrato, já que a parte mais importante foi feita.

   Após termos conversado mais um pouco de como seria o dia a dia cuidando da Ana não tinha mais nada para resolver entre nós duas, sai do escritório deixando Ivana sozinha.

  Fui para a cozinha só para me despedir da Ana, quando cheguei lá vi a mesma sentada em um dos bancos conversando com a Valentina.

— Seu bolo está uma delícia Valen! — Ana diz toda animada colocando mais um pedaço do bolo na boca.

— Ana? Vim me despedir de você. — Ela leva um susto se virando para trás e me vendo.

— Não pode ficar mais? — Um olhar triste fica nos seus olhos.

— Daqui a alguns dias vou passar uma boa parte do tempo cuidando de você, não se preocupa. — Ela sorri de volta.

— Ana é difícil de gostar de uma babá tão rápido assim, sou a Valentina cuido da comida. — Sorrio para às duas.

— Um prazer em te conhecer Valentina, mas agora preciso ir. — Sorri para às duas e sai da cozinha indo direto para o corredor onde fica a porta, comecei a prestar atenção no meu celular quando bati em algo duro.

— Você aqui?! Mas o que você está fazendo? — Quando olhei para cima, vi Pedro me encarando com os braços cruzados.

— Você? Mas o quê? — Levantei ainda confusa vendo-o na minha frente não sabendo do porque que ele estava na mesma casa que eu.

— Pedrooo.

  Ana apareceu e correu para o colo dele, sem entender eu comecei a olhar para ela, com um sorriso no rosto Ana deu um beijo na bochecha de Pedro.

-Acho que você acabou de conhecer minha nova babá, o nome dela é...

— Eu sei o nome dela Aninha, que tal ir brincar? — Pedro coloca Ana no chão.

— Brinca comigo Bia? Por favor. — Ela faz carinha de cachorro sem dono.

— Ana eu tenho que ir embora, mas pode te certeza que daqui a alguns dias eu vou poder brincar com você diariamente. — Ela não fala mais nada e sai correndo na direção do segundo andar, voltei olhar para Pedro que ainda estava de frente para mim. — Vocês são irmãos? Vocês dois não se parecem nem um pouco...

— Ana é a cara do nosso pai, vi que ela gostou de você boa sorte com o trabalho. — Ele deu um sorriso de canto.

— Bom… tenho que ir, depois nos falamos ou não. — Não esperei ele falar e passei por ele abrindo a porta e indo na direção do carro.

  Assim que entrei no carro, vi que não era um sonho e eu iria realmente cuidar da irmã mais nova do Pedro, nunca que isso tivesse passado na minha mente!

  Trabalhar na mesma residência que o garoto mais chato e popular da escola, isso vai ser a coisa mais entranha e doida que já me aconteceu durante esse ano!

  Voltei o caminho inteiro para casa pensando em como vai ser daqui para frente, vou passar a semana inteira na casa dele, claro cuidando da irmã dele a Ana, mas ainda assim vou ficar uma semana inteira olhando para ele e suportando.

  Ana vai para escola e passa quase o dia inteiro fora, como chego meio-dia pelo menos vou poder me ajeitar nos horários para conseguir fazer minhas lições e ajudar Ana nas lições dela.

  Quando cheguei no apartamento a primeira coisa que fiz foi procurar algo que eu possa comer, como já era de se imaginar Agatha foi para a academia depois do serviço.

  Deixei a pipoca no micro-ondas enquadro trocava de roupa, quando ficou pronto me joguei no sofá coloquei em um canal que me chamasse atenção.