04

1172 Palavras
Acordei na cama de Oscar, pela janela vejo que o sol não nasceu. Ele está sentado encostado na cabeceira com um caderno e lápis na mão, parece tão concentrado no que está fazendo. — Pode dormir, meu bem. — ele olhou em minha direção sorrindo, aproximou seu rosto do meu e beijou minha testa. — Preciso voltar para casa. — passo minha mão entre os fios do meu cabelo suados. Está fazendo um calor de trinta e nove graus neste verão, só com um ar condicionado para fazer dormir tranquilo, pois acordar a cada dez minutos por causa do calor é horrível. Olho rapidamente nas direções das quatro paredes e vejo que tem um ar condicionado, está ligado no vinte e três, mas parece não estar dando muita conta. Oscar havia me coberto com um lençol branco, ele está com apenas a ponta cobrindo um pouco sua nudez. — Não tem como ficar? — ele deixa o caderno sobre a cama ao seu lado com o lápis sobre ele, vejo de relance que está desenhando uma moça bebendo no bar. — Você... — volto a olhar para ele, meus lábios se separam ao encontro seus olhos tão próximos aos meus. — me desenhou? — arqueio uma sobrancelha. — Não ficou tão bom como é pessoalmente. — Oscar passou a língua entre os lábios e levou a mão até o meu queixo levantando um pouco — Vou te ver depois de hoje? — sinto seus lábios roçarem nos meus. — Podemos trocar os números? — passo minha mão sobre o seu rosto acariciando, ele assenti e me beija. Ele deve ter escovado os dentes depois que dormi, o beijo está com gosto de pasta de dente de menta. Desta vez não é urgente, é um beijo calmo e lento. Não quero ir embora, mas preciso, meu pai deve estar esperando na sala lendo algum livro que pegou na estante e deve ser tarde, logo o sol vai nascer. — Quando vou poder ver o desenho? — pergunto quando Oscar dá um beijo dando leves mordidas no meu lábio inferior. — Deixar para a próxima. — sinto sua mão roçar no meu rosto e colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Quem sabe você não seja a minha musa de inspiração? — seus olhos brilharam ao falar. Fiquei sem graça no que o assunto levou, meu rosto começou a esquentar dando sinais que provavelmente minha pele está vermelha. Meu coração bate rapidamente e meu peito sobe e desce por respirar um pouco rápido. — Você está exagerando. — brinco tentando disfarçar. — Eu não brinco com essas coisas, minha querida. — Oscar sussurra na minha orelha e logo chupa o lóbulo dela dando leves mordidas. — Você parece um vício, não quero ficar longe por tanto tempo. Quando Oscar se afastou de mim e voltou a sua concentração para o desenho, desta vez sem estar coberto deixando a mostra sua nudez, que por sinal seu pênis estava ereto, mas ele não faz nada quanto a isso, sinto minha boca salivar. Minha vontade é me deliciar nele, mas sei que está tarde, resolvo procurar minha roupa e me vestir. Chamei um Uber para ir para casa, não gosto de mostrar onde eu moro antes de conhecer a pessoa. É estranho pensar dessa forma, ainda mais que eu acabei de conhecer o Oscar e já fui para sua cama. Penso que é uma forma de proteger, já não falo sobre o meu trabalho, tem coisas que as pessoas não precisam saber. Salvei o número de Oscar, que me fez prometer mandar mensagem quando chegasse em casa. Como de costume, passei o meu número pessoal, onde minha foto é totalmente diferente de como as pessoas do trabalho me conhecem. — Pai! — digo assim que tranco a porta da sala, Henrique está dormindo com o livro largado sobre o colo. — Vamos para a cama? — Ahn? — ele acorda perdido, leva a mão nos olhos coçando-os — Eu dormi? — sua voz é rouca, meu pai limpa a garganta antes de pegar o livro do colo e fechá-lo. — Eu pedi para ir dormir em sua cama. — beijo sua testa antes de ir para cozinha beber um copo de água. Escuto os seus passos arrastando seu chinelo havaianas, a luz da sala foi apagada e ele coloca a sua xícara dentro da pia. — Eu estava lendo, você sabe... — ele deu de ombros. — Perdeu a hora? — riu baixo pelo nariz e ele assentiu. Tomo minha água e deixo o copo na pia, antes de me virar para ele e desejar boa noite. — Seus colegas são legais? — Henrique boceja — Como foi na comemoração. — São legais sim, papai. — minto dando já um beijo em sua bochecha. — Foi ótima a comemoração, e agora preciso descansar um pouco para trabalhar daqui a pouco. Não quero que ele saiba que fui dormir na casa de um desconhecido, isso o deixaria mais preocupado e me encher de perguntas. Um dia quem sabe eu não conte que nunca sai com os meus colegas de trabalho e sim conheci Oscar. Não pense alto, Larissa Morais, sorrio para mim mesma e volto a olhar para o meu pai. — Tudo bem, amanhã você fala como foi. — Tenha um bom dia. — dou de ombros e riu baixo. — Bença, pai. — Deus te abençoe, minha querida. — quando ele respondeu fui direto para o banheiro. Tomei um banho rápido para me refrescad e tirar o cheiro de sexo, penso que deveria ter feito isso na casa de Oscar, mas eu estava tão atordoada com a atmosfera, com seu cheiro e com aquele belo sorriso, que acabei apenas me vestido e saindo o mais rápido que pude. Oscar me deixou na porta, estava nu ainda, ficou me esperando até a porta do elevador fechar, me deixando com mais vontade de ficar. Depois do banho, fui para o meu quarto, coloquei um vestido de dormir e deitei na cama. Por pouco não me esqueci de mandar mensagem para ele, avisando que estava sã e salva em casa. "Obrigado por avisar, minha querida" — logo que mandei a mensagem Oscar respondeu, como se estivesse esperando ou quase mandando algo preocupado por não ter avisado. — "Seu cheiro ficou no meu travesseiro, espero conseguir dormir melhor agora já que você foi embora" "Obrigada por hoje, adorei te conhecer, Oscar" — pensei antes de mandar a mensagem, não quero parecer melosa. "Logo o sol vai nascer, espero que consiga descansar. Tenha bons sonhos e espero que não tenha problemas com seu chefe, minha querida." Depois de sua mensagem meus olhos ficaram pesados e não consegui respondê-lo, apaguei e só acordei com o celular apitando com o despertador em cima do meu colo. Pulei em um susto da cama, não cheguei a dormir nem uma hora direito, apesar de não ter visto a hora, consigo ver a última mensagem com Oscar marcando cinco e meia da manhã.
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