A noite em Veneza era uma tapeçaria de sombras e luzes. A lua refletia suas prateadas curvas nos canais, iluminando as águas com um brilho quase mágico. O ar estava denso, carregado de umidade e do aroma salgado da lagoa, misturado com as fragrâncias de flores noturnas que brotavam em jardins escondidos. Mateo observava seu reflexo em um espelho antigo em seu quarto, o olhar vazio e distante. A expressão em seu rosto era de um homem que carregava o peso de decisões que esfacelaram sua alma. Por mais que tivesse mantido Hellen e Tiago a salvo, ele havia perdido o que era mais precioso para ele: o amor de Hellen. Lembrava-se da última vez em que a viu, seus olhos azuis fulminando de dor e ódio, uma tempestade em um céu outrora calmo. Cada palavra que ele tentara dizer fora engolida pelo sil

