bc

O PREÇO DA OBSESSÃO

book_age18+
125
SEGUIR
1.2K
LER
BE
os opostos se atraem
amigos para amantes
friends with benefits
like
intro-logo
Sinopse

Luna nunca teve escolha. Entre a pobreza, os perigos da rua e a irmã que depende dela, aprendeu a usar o próprio corpo como moeda, e o silêncio como escudo. Ela vende o que pode para sobreviver, mas guarda o que é dela a sete chaves: o coração, os sonhos e o pouco de paz que ainda resta.

Até Dante cruzar o caminho dela.

Ele é o dono do morro. Um homem que todos temem e que, desde que viu Luna, não consegue pensar em mais nada. A beleza dela o desarma, a força dela o fascina. E o que começa como desejo se transforma em algo mais sombrio: uma obsessão que ele não consegue controlar.

Luna quer fugir. Dante quer possuir. Entre tiros, segredos e cicatrizes, os dois se prendem um no outro de forma doentia, perigosa… e impossível de romper. Porque o amor deles não salva consome e todo vício cobra um preço.

chap-preview
Pré-visualização gratuita
1. Luna
O morro nunca dorme. Mesmo agora, com a madrugada engolindo as vielas e o vento gelado cortando a pele, tem sempre um som de vida, de perigo, de algo prestes a explodir. Pode ser uma moto subindo devagar, com os faróis apagados. Pode ser alguém gritando de raiva lá embaixo, discutindo por causa de dívida, ciúme ou droga. Pode ser só o rádio de algum vizinho que esqueceu de abaixar o volume. Ou pode ser só eu respirando fundo tentando lembrar porque continuo aqui. Encosto a testa no vidro quebrado da janela e fico olhando as luzes da cidade lá embaixo, tão longe que parece outro mundo. Outro planeta. Um lugar onde mulher não precisa vender o corpo pra comprar o leite de amanhã. Um lugar onde criança não acorda no meio da noite com tiro. Um lugar onde eu não precise dormir de maquiagem, pronta pra fugir, caso alguém resolva invadir a casa. Mas eu tô aqui e amanhã vou tá de novo. Porque eu não tenho escolha. Olho pro colchão velho no canto do quarto. A Clara dorme embolada nas cobertas, respirando com aquele ronquinho leve que ela sempre faz quando tá cansada demais. O cabelo dela, preto e liso, tá todo grudado na testa de tanto calor. A bochecha suja de chocolate do biscoito que ela comeu antes de dormir. Minha irmã é meu mundo. Ela tinha só um ano quando a mãe morreu, overdose, disseram. Mas eu sei que foi mais que isso. Foi a vida, foi a rua, foi o cansaço de ser mulher nesse lugar. A mãe não aguentou. Eu... eu não tive esse direito. Peguei a menina no colo, enterrei a mãe com a ajuda de umas vizinhas e, desde então, venho tentando fazer o impossível com o que dá. Faxina? Fiz. Trabalhei em mercado? Fiz também. Passei fome? Mais vezes do que posso contar. Mas nada pagava aluguel. Nada pagava remédio quando a Clara ficava doente. Nada segurava a comida no armário no fim do mês. Foi aí que eu comecei. Primeiro... só um cliente. Um conhecido. Um dinheiro rápido.Depois outro e quando vi, já tinha virado rotina. Uma rotina suja, mas que bota comida na mesa. A culpa? Eu engulo ela junto com a saliva antes de sair de casa. Pego o vestido vermelho no prego da parede. É curto demais, decotado demais... mas é o que dá resultado. Passo um batom escuro, ajeito o cabelo com os dedos mesmo e enfio um salto velho no pé. Antes de sair, beijo a testa da Clara. — Dorme, neném... a mana volta logo. Tranco a porta. Rezo pra ninguém mexer com ela enquanto eu tô fora. Já aconteceu uma vez. Não quero que aconteça de novo. Desço a viela com cuidado. O salto escorrega nas pedras soltas, mas eu já conheço o caminho de cor. O morro tá meio quieto hoje, o que sempre me deixa mais nervosa. Silêncio por aqui nunca é bom sinal. Quando passo pelo bar do Jorge, sinto os olhares. Sempre tem. Os caras encostados na porta, com copo de cerveja na mão, fazem o mesmo de sempre: comentam, assoviam, chamam. — Ô, vermelhinha... senta aqui no colo do pai! — Tá uma delícia hoje, hein? — Cê vai me dar desconto, Luna? Reviro os olhos. Sigo andando. Não respondo. Não vale a pena. Minha meta da noite é o cliente de sempre. Um cara de fora, que sobe o morro de vez em quando. Ele paga bem, não é muito escroto e não faz pergunta demais. Perfeito pra mim. Já tô quase chegando no canto onde a gente sempre se encontra, quando sinto o olhar. Pesado. Cortante. Quente nas costas. Paro de andar. O coração dá um salto estranho. Não é o olhar de qualquer um. É diferente. Como se alguém tivesse me atravessando por dentro só com o jeito de olhar. Viro devagar e é aí que eu vejo. Encostado na parede, com um cigarro na mão e o olhar mais frio que eu já vi na vida. Alto, largo, com aquela postura de quem não teme nada nem ninguém. Camiseta preta justa, bermuda, corrente no pescoço, tatuagem no braço. O rosto... que rosto. Queixo marcado, barba por fazer, boca que parece sempre carregada de raiva. E os olhos... os olhos dele são um escuro que parece não ter fundo. Dante. Eu já tinha ouvido o nome. Quem mora aqui ouve. Dono do morro. O homem que decide quem vive e quem morre por aqui. Mas nunca tinha visto ele assim, de perto. Nunca tinha sentido ele assim, olhando direto pra mim como se eu fosse problema, como se ele já soubesse que eu ia trazer trabalho pra ele. Ele não diz nada, só fica me olhando. Fumando devagar, como se tivesse tempo de sobra pra me devorar inteira só com o olhar. E eu? Merda... eu tremo. Mas é óbvio que disfarço. Viro o rosto, ajeito o vestido e continuo andando, fingindo que o sangue não tá fervendo nas veias, que a respiração não ficou descompassada, que as pernas não estão ameaçando falhar. Mas eu sei. Sei que ele me viu. Sei que ele decorou meu jeito de andar, meu jeito de mexer o cabelo, meu vestido vermelho. (…) O cheiro do quarto me enoja antes mesmo de abrir a porta. O quarto 7 da pensão da Dona Sônia sempre foi assim: abafado, com lençol m*l lavado, o ventilador de teto girando devagar como se tivesse preguiça de funcionar. As paredes têm marcas de umidade, o colchão afunda no meio, e as cortinas... bom, nem sei por que ainda chamam aquilo de cortina. Mas é o que tem. Meu cliente já tá lá, me esperando. Rogério. Uns trinta e poucos anos, barriga começando a crescer, cabelo ralo, camisa social amarrotada. Cara de quem finge ter moral quando desce o asfalto, mas aqui, aqui ele se solta. Aqui ele paga pra esquecer o cargo, a esposa e os dois filhos. Quando me vê na porta, abre aquele sorriso que sempre me dá vontade de cuspir no chão. — Até que enfim, Luna! Achei que ia me dar um bolo hoje. — Fica tranquilo. Vim como sempre. – Forço um sorriso de praxe, o mesmo que eu já usei em tantos outros rostos que já nem lembro. Fecho a porta atrás de mim. O barulho da madeira batendo é quase como o som de uma sentença. Deixo a bolsa em cima da cômoda velha. Tiro o salto devagar. Já me acostumei a cada passo desse ritual. Ele vem até mim, tenta me abraçar como sempre faz. Eu viro o rosto, deixo o beijo dele pegar de raspão na minha bochecha. Fingir faz parte. Não posso dar espaço pra criar vínculo, mas também não posso afastar demais a ponto de perder cliente. Ele senta na beirada da cama, começa a tirar os sapatos. — Tá linda hoje. Esse vestido vermelho... cê sabe que é minha cor preferida, né? Eu só sorrio de canto. Deixo ele falar. Deixo ele se convencer de que tem algum controle sobre essa situação.

editor-pick
Dreame-Escolha do editor

bc

30 Days to Freedom: Abandoned Luna is Secret Shadow King

read
307.8K
bc

Too Late for Regret

read
273.6K
bc

Just One Kiss, before divorcing me

read
1.6M
bc

Alpha's Regret: the Luna is Secret Heiress!

read
1.2M
bc

The Warrior's Broken Mate

read
136.0K
bc

The Lost Pack

read
377.0K
bc

Revenge, served in a black dress

read
144.5K

Digitalize para baixar o aplicativo

download_iosApp Store
google icon
Google Play
Facebook