Capítulo 5

1969 Palavras
Dylan adentra o campo de batalha que era basicamente enorme e uma espécie de arena, talvez pudesse até chamar de coliseu   As botas e armaduras de Dylan faziam barulho ao caminhar pelo local, chamando a atenção de todos   Ele trajava uma armadura simples, com apenas ombreiras, uma espada embainhada e calçados específicos   A minha frente estava Antony, exageradamente coberto por sua enorme armadura de metal, o que seria um problema para mim.   Seu peito estava coberto, assim como suas costas pela armadura, que se unia através de uma corda quase impossível de se ver e assemelhava-se a um metal bem resistente.   Tinha um capacete com apenas um espaço para os olhos e enormes calças. Além de claro, espadas.   Já eu? Bom.... não vamos falar de mim. Mas em suma, eu estava com uma calça legging e uma camiseta. Só que, óbvio! Tinha uma coisa, que vocês meus caros, nunca, mas nunca irão me ver sem: minhas espadas   Sim, espadas. Há uma tradição na minha vida, que na verdade nem sei onde aprendi. Chama-se técnica da lâmina dupla. É algo poderoso e eu só uso quando é necessário, ou quando luto com vários inimigos ao mesmo tempo. É sagrado para mim e não deve ser usado em uma batalha de um a um.   -Como comandante do exército, eu dou início ao duelo oficial do império do Norte. Antes de começarmos, por esse ser um duelo oficial, gostaria de saber se os participantes têm algo a apostar -começa Dylan   -Na verdade sim-diz Antony com um sorriso maligno e burburinhos começam a ressoar pela arena- as regras dizem que posso exigir qualquer coisa, por tanto, se eu vencer, o soldado Haylock será minha escrava, para sempre-conclui alargando seu sorriso maléfico e os burburinhos param pela surpresa   -Ma-Dylan começa mas eu o corto   -Excelente-concordo também sorrindo e os burburinhos voltam- as regras também dizem que, a aposta deve ser paga com algo do mesmo valor correto? Pois bem... estamos falando de minha liberdade aqui, por tanto quero algo do mesmo valor   -O que teria o mesmo valor do que sua liberdade Haylock?! -indaga Dylan, meio... irritado? Ah sei lá não me importo   -Se eu ganhar, quero o cargo de Antony como major -digo e dessa vez a expressão de surpresa foi grande, mas depois eu ouvi risos   Risos e mais risos. Bem histérico não acham? Todos estavam dando uma bela de uma risada. Menos Dylan, Megan, Carina, Paul e John. Eles estavam mais civilizados   Eu espero as risadas acabarem e digo:   -Não encontrei em nenhuma cláusula, algo que me impedisse de exigir o cargo do major. Para mim, a única coisa que compensa minha liberdade é um cargo maior do que o meu. Seria algo superacessível já que, se eu derrotar o major, significa que eu sou superior à sua força, e por isso o treino até lá não seria necessário. As regras são claras e não há nenhuma que me impeça de fazer isso -afirmo séria agradecendo ao livro que li   -Eu concordo -diz Dylan   -Tanto faz! Essa pirralha não vai vencer e qualquer jeito- diz Antony dando de ombros   -Tudo bem então! Comecem! -afirma Dylan   -Espere! -digo apressada e ele me encara   -O que foi? Vai desistir? -indaga Antony rindo   Eu desembainho uma de minhas espadas e a envolvo em sua respectiva capa. Em seguida a entrego a Dylan que me olha confuso   -Não luto com duas espadas contra apenas um oponente-digo séria- guarde isso com sua vida. Acredite quando eu digo que se você sequer tirar essa espada da capa eu acabo com você-falo com expressão fria e ele apenas assente, se virando logo em seguida   Minhas espadas eram minha vida. Ninguém as toca, ninguém as maneja, ninguém mata ou luta com elas a não ser eu. Somente eu tenho essa autorização. Para um guerreiro honrado, sua espada é sagrada. E para mim, minha espada e eu, somos uma só.   Dylan sobe ao seu respectivo assento "especial" e de lá grita:   -COMECEM!   Mal deu tempo de respirar e Antony investe contra mim. Eu desvio por pouco, mas vejo pequenas mechas de meu cabelo sendo cortadas pela sua espada, devido a força e rapidez na qual foi empunhada contra mim.   Ele era forte. Tinha uma força descomunal e sua impulsividade me impedia de ler seus movimentos. Não conseguia parar para pensar no que fazer em seguida, pois ele não me dava esse espaço ou tempo.   Suas investidas eram tantas, e com tanta fúria, que eu não conseguia desembainhar minha espada.   O major tenta acertar minha cabeça, mas eu desvio me agachando, então ele me chuta na barriga, o que me faz rolar por metros na enorme arena.   Antes que eu tente me levantar, Antony finca a espada em minha direção, mas antes que me atinja, rolo para o lado fazendo-a acertar a milímetros do meu rosto.   Perfeito para um contra-ataque. Antes que possa retirar a espada, eu pego impulso nos braços e elevo minhas pernas, acertando seu rosto. Ele cambaleia, mas o metal de seu capacete nem o faz sentir meu ataque. Em seguida ele tenta me acertar, mas me apoio no cabo de sua espada que ainda estava no chão, e planto uma bananeira em cima dela, caindo do lado oposto logo em seguida.   Ele consegue retirar sua espada do chão e a empunha contra mim com ferocidade. O homem me soca, o que me faz bater contra a parede da arena e em seguida bate o cabo de sua espada em minha cabeça me desnorteado   -Ela já tinha perdido isso antes de começar-ouço alguém dizer na plateia   -Não tinha chance. É só um soldado-escuto outro   Fecho os olhos assim que Antony pega sua espada, segura-a com as duas mãos, e a leva para o alto, para investir em um golpe final contra mim   "Eu sou a força, a força é a lâmina e a lâmina sou eu"   Em um movimento rápido, pego minha espada e antes que Antony me atinja, eu bloqueio seu ataque com minha lâmina   -I-I-impossível-gagueja-você estava... estava de olhos fechados... você... você tinha desistido   Abro os olhos e ele recua. Eu sei o porquê. Os olhos são a janela da alma e minha alma pensava em fazer picadinho de Antony   Com rapidez e agilidade, corto a corda de metal que unia a parte da armadura em seu peito e costas, deixando-o desprotegido. Em seguida, com a ponta de minha espada, retiro o capacete de metal através da a******a nos olhos.   Ele me olha assustado e com medo e tudo em que eu conseguia pensar era sangue.   Corro em sua direção e o mesmo segura a espada com desespero, a frente de seu corpo. Ele adquire uma posição de defesa abrindo as pernas e inclinado o corpo em minha direção   Em um único movimento, eu deslizo por baixo de suas pernas, pego sua espada pela ponta e quando me levanto, transfiro um corte em suas costas antes mesmo de me virar.   Ele cai no chão gemendo pela dor. Sua camisa branca agora era vermelha, e em minhas mãos, havia o que eu queira: sangue   Vejo Megan cochichar algo no ouvido de Dylan   Minha visão estava turva.   Por que eu não conseguia soltar minha espada? Olho para minhas mãos e elas não me obedecem. Sentia que precisava lutar e lutar cada vez mais   -Parece que você se esforçou-ouço a voz do comandante se aproximando   -Dylan...? -indago confusa ainda com a visão turva e sentidos confusos   -Parece que você se esforçou..., mas fez uma bagunça, acho que essa blusa vai ficar manchada tipo, para sempre- diz parando em minha frente com uma careta   -O sangue em si não me incomoda... só o estranho calor que ele possui-respondo ainda confusa e com as mãos firmes nas espadas    -Então acho melhor soltar essas espadas né? A não ser que queria ficar limpando-as depois com algo que te incomoda -indaga colocando uma das mãos sobre a minha   Seu contato faz minha visão voltar ao normal, e minha espada -e a de Antony- caírem no chão em um estalo.   Respiro fundo e sinto as coisas voltarem ao normal. Minha visão se recupera e meus sentidos aos poucos voltam a seu estado normal   -Você se esforçou demais -fala surpreso- devia ser menos dedicada   -NÃO! Isso não acabou! -diz Antony se levantando com a ajuda da equipe médica   -Acabou Antony. Você foi derrotado-diz Dylan se colocando na minha frente   -Comandante! Reconsidere! Ela... ela... ela trapaceou! -exclama sem argumento   -Trapaceou como? Tudo que vi foi ela se movendo em uma velocidade impressionante, a qual você não conseguiu acompanhar. Eu não o culpo, afinal foi difícil até para mim saber onde ela estava   -Eu... eu venci! Ela será minha escrava-diz tentando se aproximar de mim, mas Dylan o segura pelo ombro   -Você vai fazer o seguinte: vai ficar bem quietinho e vai se tratar. Você perdeu sua posição como major e agora virará soldado no lugar de Haylock-afirma   -NÃO! Eu me recuso! NÃO!-diz se debatendo- EU TE DESAFIO COMANDANTE! -grita em desespero   Dylan ri e em seguida soca sua cara, o nocauteando   -Pronto. Eu venci. Agora levem esse cara daqui-diz Dylan autoritário à equipe médica e eles o fazem   -Eu disse que eu queira acabar com ele-resmungo pegando minha espada do chão e guardando na capa   -Você fez isso muito bem- responde dando meio sorriso- mas agora, peça ajuda a Carina. Você está bem ferida   -Merda...-digo colocando minha mão atrás da nuca- aquele desgraçado tem força física   -Ele era nosso melhor major Haylock! Esperava o que!?-indaga se divertindo e eu reviro os olhos   Não estava com cabeça para isso, na verdade, minha cabeça estava latejando e meu cérebro estava com uma espécie de lacuna nas memórias. Inferno... eu quero um banho   Caminho lentamente, e com lentamente quero dizer nível lesma, até a sala de atendimento de Carina. Deito-me em uma daquelas camas ridículas onde ficam os pacientes e espero por Carina   Não demora muito e ela chega com uma enorme cara de preocupação   -Menos palavras e mais ação. Minha cabeça dói e meu corpo está dormente-digo reclamando antes que ela comece a discursar   -Aconteceu de novo né? -pergunta enquanto cuida de meus ferimentos   -De novo o que?   -Você sabe do que eu estou falando comandante! -esbraveja e eu a olho brava- digo, major- diz se corrigindo   -Eu entrei no modo automático de novo eu sei-digo dando de ombros   -Sorte sua que Hendeston a fez largar aquelas espadas! Da última vez, você não dormiu por dias, não falou, não comeu e nem saiu de perto das espadas! Foi um pesadelo!   -Estávamos no meio da guerra Carina! Eu tive um momento anormal! Agora não é mais assim!   -Haylock...você precisa entender a situação. Estamos em guerra ainda! Estamos lutando ainda! Fazemos parte de um exército! Podemos ser bombardeados a qualquer instante! Você cresceu lutando, então para você é divertido sair desafiando os outros! Não é assim para nós sabia?! Existem pessoas com consciência e que sabem o que fazem! -grita comigo   Antes que ela toque em outra ferida minha, seguro seu braço com força e torço o mesmo   -Não fale assim comigo Carina. Isso não é divertido. Não é uma competição. Eu e você sabemos o porquê de muitos não me considerarem uma pessoa ou uma humana, mas, eu nunca, NUNCA, colocaria a vida de meus companheiros em risco! -esbravejo e a solto   -Comandante eu-   -Vá embora Carina. E eu juro para você, que se alguém passar por aquela porta, eu vou me descontrolar e m***r alguém hoje! -digo de olhos fechados tentando conter a raiva   -Suas feridas...   -Você já cuidou do mais grave. O resto eu faço. Agora saia!   -Sim senhora-diz antes de sair dali com um olhar de arrependimento no rosto   "Eu sou a força, a força é a lâmina e a lâmina sou eu"   Estou começando a entender a visão horrenda que as pessoas têm de mim
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR