ISABELA
Quando o feriado de carnaval acabou, a realidade bateu na porta. Tava na hora de voltar pra minha vida, faculdade, trabalho, rotina. Eu não era só a mina do Jace, eu tinha planos, sonhos, queria crescer na minha área.
Claro que ele não curtiu muito a ideia.
Queria que eu ficasse em casa, tranquila, vivendo a boa vida ao lado dele.
Mas não dava.
Eu precisava da minha independência.
Depois de muito papo, ele concordou, meio a contragosto, claro, mas meteu um segurança e um motorista particular pra cima de mim.
— Não discute, Bela. É pro teu bem.
Revirei os olhos, mas aceitei.
Era o jeito.
Na manhã seguinte, me arrumei pra faculdade enquanto ele ainda dormia, provavelmente exausto depois do show da noite passada. Fui bem de boa, nada demais na roupa, mas era impossível não chamar atenção chegando num carrão daqueles.
Assim que desci, já senti os olhares.
Meus amigos arregalaram os olhos, alguns cochicharam, outros vieram direto perguntar.
— Que isso, Isa? Tá milionária e não contou pra gente? — Jade riu, apontando pro carro.
— Que vida boa é essa, amiga? Tá de motorista agora? — Diogo brincou, mas olhei e vi que ele tava meio impressionado de verdade.
— Ah, gente… — Sorri, sem saber muito o que responder. — Longa história.
— A história tem a ver com o Mc Jace? — Conrado cruzou os braços, me encarando.
Suspirei, sem saída.
— Talvez…
Eles surtaram.
Começaram a fazer um milhão de perguntas ao mesmo tempo. Como nos conhecemos, se ele era legal, como era estar com um cara famoso, se os boatos sobre ele eram verdadeiros…
Dei risada, tentando responder, mas sem expor muito. Uma coisa era certa, eu podia estar com Jace, mas minha vida não ia girar em torno dele.
Eu queria seguir minha própria caminhada.
E, por mais que ele tentasse me proteger e me manter perto, eu sabia que, em algum momento, isso ia virar uma questão entre a gente.
Depois do bombardeio de perguntas, consegui desviar o foco e seguir pra aula. Mas não deu nem meia hora e meu celular vibrou na mochila.
Já imaginei quem era.
Peguei o aparelho e, claro, Jace.
“Chegou bem, minha anjinha?”
Sorri de leve, digitando rápido.
“Sim, tô na aula agora. Tudo certo.”
“Ótimo. O segurança falou que geral ficou te olhando quando você chegou.”
Revirei os olhos.
Claro que ele já tinha esse relatório.
“Normal, né? Cheguei num carro de filme. Mas tá tudo tranquilo, não precisa surtar.”
“Não tô surtando. Só queria tá aí pra ver tua carinha linda.”
Ri baixinho, balançando a cabeça.
Ele sabia ser fofo quando queria.
Mas eu conhecia esse tom dele, por trás do carinho tinha um certo controle. Ele gostava de saber onde eu tava, com quem, o que eu tava fazendo.
Não de um jeito r**m, mas… intenso.
“Depois a gente se vê, prometo. Agora presta atenção na sua vida, tenho que focar aqui.”
Ele mandou um emoji de beijo e deixou pra lá.
Segui meu dia normalmente, tentando não pensar muito no fato de que agora tinha um segurança me acompanhando até pro banheiro.
Era estranho, mas eu entendia o lado do Jace.
Ele tinha medo do Ryan aparecer, e ele vivia num mundo onde gente famosa corria perigo, onde qualquer vacilo podia virar um escândalo. Mas eu ainda não sabia como equilibrar minha vida com a dele.
Quando terminei a faculdade e fui pro estágio, o segurança veio atrás, claro. Meus colegas de trabalho notaram na hora.
— Isabela, cê tá sendo vigiada? — Mirela brincou, olhando pro segurança parado na recepção.
— Meio que sim…
— Que chique, amiga. Tá se achando a Beyoncé?
— Queria! — Brinquei, rindo, mas por dentro eu me perguntava até onde isso ia.
No fim do dia, entrei no carro e o motorista já sabia pra onde ir. Assim que chegamos no condomínio do Jace, minha barriga gelou um pouco. Ele ia querer saber de tudo, cada detalhe. E, pelo jeito que ele era, ia querer compensar o tempo longe de um jeito bem específico…
Suspirei, ajeitei o cabelo no espelho e saí do carro. Era hora de encarar meu namorado famoso e completamente intenso.
Entrei no apartamento e antes mesmo de bater a porta, senti aqueles braços fortes me puxando pela cintura. Jace me virou de frente pra ele, um sorriso safado nos lábios.
— Até que enfim, minha anjinha chegou. — Ele murmurou, me dando um beijo demorado.
O gosto dele misturado com um toque de menta me fez suspirar. Mas eu me afastei um pouco, rindo.
— Jace, deixa eu respirar! Passei o dia todo na correria.
Ele estreitou os olhos, me puxando de volta.
— Tô ligado. O segurança me contou.
Revirei os olhos.
— Ah, não acredito que você botou o cara pra te fazer relatório.
— Lógico. Preciso saber se minha garota tá sendo bem tratada.
— Você é um exagerado.
— Só te amo, pô. Não quero que nada de r**m aconteça contigo.
Suspirei, sabendo que discutir não ia adiantar.
Ele era assim, intenso, controlador na medida certa. Mas eu tava aprendendo a lidar.
— Tá bom, senhor possessivo. Agora me deixa tomar um banho? Tô morta.
— Deixo… — Ele deslizou as mãos pela minha cintura, apertando de leve. — Desde que eu possa ir junto.
Soltei uma risada.
— Carência tem nome e sobrenome agora?
Ele me levantou no colo de repente, me fazendo soltar um gritinho.
— Para de reclamar e bora logo, que eu também trabalhei muito. Mereço relaxar com a minha mulher.
Suspirei, rindo, sabendo que não tinha escapatória. Jace era uma tempestade na minha vida, mas eu já tava começando a gostar de viver no meio do furacão.
Jace me carregou no colo até o banheiro e, antes mesmo de eu conseguir protestar, ele já estava abrindo meu vestido com aqueles dedos ágeis.
— Cê não perde tempo, né? — brinquei, rindo baixinho.
Ele me colocou no chão devagar, deixando um beijo no meu ombro antes de sussurrar:
— Perder tempo contigo é um crime, bebê.
Me arrepiei toda. Como esse homem conseguia me deixar assim com tão pouco?
A água do chuveiro começou a cair quente enquanto ele se despia sem cerimônia. Eu tentei manter o olhar no rosto dele, mas era impossível ignorar aquele corpo escultural, todo desenhado e coberto de tatuagens.
— Vai ficar me secando aí ou vai entrar? — ele provocou, estendendo a mão pra mim.
Entrei, e no mesmo segundo, Jace me puxou pra debaixo da água. Suas mãos deslizavam pelo meu corpo com tanta i********e que parecia que ele me conhecia há anos.
O jeito que ele segurava minha nuca, o jeito que os lábios dele percorriam meu pescoço, minha clavícula…
Deus, ele sabia exatamente o que fazer.
— Jace… — gemi baixinho quando ele apertou minha cintura e me encostou na parede.
Ele sorriu contra minha pele.
— Meu nome saindo da tua boca desse jeito… p***a, gata, me mata.
Eu ri, mas logo perdi a linha quando senti a boca dele descendo pelo meu corpo. Cada beijo era uma promessa. Cada toque, um arrepio.
E ali, no meio do vapor e da água escorrendo, eu soube que tava completamente ferrada.
Esse homem já era meu vício.
E não tinha mais volta.