A mesa já tava quase cheia. Cuscuz, bolo de milho, pão de queijo, pamonha, biscoito de polvilho, suquinho, manteiga, queijo… parecia que o João tinha saqueado uma padaria inteira. E eu, mesmo exausta e ainda com cheiro de leite derramado grudado na blusa, me sentia… bem. Por um momento, quase feliz.
Ele tava sentado na ponta da mesa, servindo cuscuz no meu prato como se fosse um garçom de festa de família.
— Quer com manteiga ou com queijo? — ele perguntou, com a cara mais séria do mundo.
— Os dois. Tô comendo por dois, esqueceu?
— Por três. Porque eu também tô com fome — ele respondeu rindo, se servindo também.
Dei uma risada e peguei um copo de suco. Foi nesse momento que escutamos a porta do quarto abrindo com força e os passos pesados pela casa.
— VOCÊS TÃO FAZENDO CAFÉ DA TARDE
