57 - Valentina

1138 Palavras

Vicente finalmente dormiu. A respiraçãozinha dele era leve, curtinha, e o peito subia e descia devagar dentro do macacão amarelinho. A cabeça dele tava encostada no meu colo, o nariz meio amassado, e mesmo assim ele era a coisa mais linda que eu já tinha visto na vida. João estendeu a mão e passou devagar pelos cabelinhos ralos do bebê, com uma delicadeza que contrastava com cada tatuagem no braço dele. — É doido pensar que a gente fez isso, né? — ele murmurou, ainda olhando pra Vicente. — Um dia você apareceu no baile de nariz torcido, e agora tá aqui… com um neném no colo. Nosso. Dei um sorrisinho cansado, afundando mais na cama. As costas doíam, os pés também. Mas tinha algo bom naquela exaustão. Algo… completo. — Às vezes eu fico pensando se ele sente o que a gente sente — falei,

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