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Lobão- A perda de um império

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Sinopse

Luan, mais conhecido como Lobão, cresceu em meio à fome e à violência, criado por um tio que tomou o controle do morro após a morte do avô. Sem o afeto dos pais e forjado pela dureza das ruas, aprendeu cedo que fraqueza não tem espaço na sua realidade. Agora, como chefe do tráfico na comunidade, impõe suas próprias regras e protege os moradores como ninguém jamais fez por ele. Mas o poder tem um preço, e manter tudo sob controle exige sangue frio. E, às vezes, sangue derramado.

Ana Paula, uma jovem sonhadora do Vidigal, nunca quis se envolver com ninguém do movimento. Mas na noite em que decide ir a um baile funk pela primeira vez, sua vida se transforma em um pesadelo. Abusada por um dos vapores do morro, ela se vê consumida pela dor e pela culpa, chegando ao ponto de querer desistir de tudo.

Em um cenário onde lealdade e traição caminham lado a lado, Lobão aprende que o verdadeiro perigo não vem dos inimigos declarados, mas daqueles que se escondem nas sombras. E em um mundo onde só sobrevive quem está disposto a derramar sangue, ele sabe que não pode perder. Porque, dessa vez, não é apenas o poder que está em jogo, é a própria redenção.

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capítulo 01
Lobão narrando Fala, mulherada. Eu sou o Luan, mas sou conhecido como Lobão. Assumi o Alemão depois que meu tio morreu e me colocou no comando. Ele me dizia que meus pais eram dois arrombados que só pensavam neles mesmos e me deixavam o dia todo largado em casa, sujo e com fome. Meu pai era viciado em jogos e bebidas, e minha mãe só pensava em se cuidar e ficar batendo perna na rua o dia inteiro com as amigas, parecendo uma dondoca. Meu tio era irmão da minha mãe e dizia que nunca passou pano pra ela e também não achava certo as paradas que ela fazia comigo. Ele falava que vivia cobrando as coisas dela, mandando ela ir pra casa cuidar de mim, mas ela dizia que ele não tinha que se meter na vida dela e que, se ele estava tão incomodado com a forma que ela me criava, era pra ele ir me buscar e cuidar de mim. Meu avô era dono do morro e, depois que morreu, deixou meu tio de frente. Pelo que eu soube, ele e meu pai não se davam muito bem, porque ele dizia que meu pai era um encostado que não gostava de fazer p***a nenhuma e só ficava o dia todo na padaria do seu Joaquim jogando na maquininha de caça-níquel. Me lembro da minha mãe gritando comigo, dizendo que eu estraguei o corpo dela e que, depois que eu nasci, ela não conseguiu mais voltar ao peso de antes e ficou com tudo caído. Eu ainda era bem pequeno e não entendia direito as coisas que ela falava, mas sempre me culpei, porque meus pais sempre diziam que a culpa de tudo que acontecia de errado na nossa vida era minha. O dia em que meu tio disse que eu iria morar com ele foi o melhor dia de toda a minha vida. Me lembro de que estava deitado no chão da sala assistindo à televisão de tubo, quando minha barriga começou a doer muito de fome. Levantei, fui até o quarto falar com a minha mãe e disse pra ela que estava com muita fome. Ela levantou da cama nervosa porque disse que eu tinha acordado ela, e começou a me bater, eu implorava pra ela parar e só me lembro que desmaiei. Acordei no hospital com o meu tio do meu lado, segurando minha mãozinha. Me lembro de que pedi pra ele um pouco de água e ele se levantou, foi até a mesinha que estava na frente da cama e pegou. Ele começou a me pedir perdão, dizendo que devia ter intervindo antes, mas que eu podia ficar tranquilo porque ele nunca mais ia deixar ninguém me fazer nenhum m*l e que eu iria morar com ele. Dali pra frente, minha vida mudou, e eu lembro que comia tanto que ficava até largado pelos cantos com a barriga cheia. Nunca mais na minha vida passei fome, e hoje que comando a minha favela, cuido para que os meus moradores também não passem fome. Eu sei o quanto a fome dói e não desejo isso pra ninguém. Meu tio dizia que essa nossa vida não servia pra ter mulher nem filhos, e esse foi um dos motivos de ele nunca ter se casado com ninguém nem ter tido filho. Ele cuidava de mim como se fosse meu pai e, quando cheguei na idade certa, com um pouco mais de 13 anos, começou a me treinar para assumir o morro. Meus pais ainda estão vivos e ainda moram no morro, só que eu não falo com eles. Pra mim, são dois estranhos, e eu não faço nem questão de saber o que fazem ou deixam de fazer. Claro que, como dono do morro, tenho que sempre estar na atividade, mas quando tenho que fazer alguma parada relacionada a eles, quem resolve essas paradas é o meu sub. Os dias no morro seguem uma rotina que só quem vive essa vida entende. A favela nunca dorme, e quem comanda não pode baixar a guarda nem por um segundo. Sempre tem um recado chegando, um alerta de movimento estranho, alguma treta precisando ser resolvida antes que vire um problema maior. MD passou a visão de que hoje tinha reunião com os vapores, porque tem uns que tão agindo na maldade com os moradores, e eu não aceito isso aqui não. Meu tio sempre me ensinou que ou você cuida bem dos seus moradores, ou então, quando precisar, eles te dão as costas. Depois da reunião, a favela voltou ao normal. Pelo menos por enquanto. Mas eu sei que o perigo nunca some de verdade. Sempre tem alguém de olho no que é meu. Sempre tem um vacilão achando que pode me derrubar. O que eles não entendem é que eu não sou só mais um cara que caiu nesse mundo. Eu fui criado no meio disso. Eu passei fome, apanhei, vi de perto como é ser tratado como nada. E eu? Eu sobrevivi. Agora, quem tentar me derrubar vai ter que estar pronto pra guerra. E eu nunca perdi uma guerra. Cheguei na boca estacionando minha moto e, de longe, vi meu pai descendo o morro muito louco. Nem dei moral pra ele e já segui direto pra minha sala ver as paradas da carga que chegou na madrugada. Abri a porta e dei de cara com a Vanuza sentada na minha cadeira, pelada e se tocando. — Que c*****o está fazendo aqui? — pergunto pra ela, que abre um sorriso. — Eu vim ver se você queria relaxar um pouco. Soube que mais tarde tem churrasco no Vidigal e queria saber se posso ir com você. — Abaixei a cabeça, soltando uma risada pelo nariz. — Vaza da minha sala antes que eu arranque a sua cabeça do seu corpo. Se eu quisesse você aqui, eu tinha te chamado. — Falo sério, e ela levanta mudando o semblante, pegando as roupas que estavam jogadas no chão. — Entra aqui de novo sem permissão que eu mando você e quem deixou você entrar direto pra vala. Não deu nem tempo de piscar e ela já tinha tacado marcha da minha sala. Saiu peladona mesmo a maluca. Já passei a visão de que não adianta encher minha paciência, eu não levo p**a pra nenhum lugar comigo. A porta abriu e o MD chegou com uma cara de feliz da p***a. — A Priscila tá grávida, c*****o! — Ele grita pulando, e eu levanto da cadeira indo na direção dele para dar os parabéns. Acho bonita a relação dele com a mulher dele, mas tá aí um tipo de coisa que eu nunca vou saber como é.

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