Ana Paula narrando Eu não sei que horas eram quando acordei com o corpo todo suado, tremendo. O quarto tava escuro, mas dentro da minha cabeça era mais escuro ainda. O sonho tinha sido tão real que eu ainda sentia o cheiro dele. Plínio. Aquele sorriso sujo, os olhos frios, o peso do corpo dele sobre o meu. A sensação de paralisia. Do "não" que eu gritava e que não saía. Era como se eu tivesse voltado pra aquela noite. A pior da minha vida. Nem sei se gritei ou sussurrei. Só sei que, segundos depois, ele entrou no quarto rapidamente para ver como eu estava. Sentou na beirada da cama e me perguntou o que tinha acontecido. E eu só consegui dizer que tava com medo. Que não queria ficar sozinha. Ele não falou nada. Só deitou do meu lado, sem encostar. Só ficou ali. E isso bastou. O calor d

