Encontro com a arquiteta II

673 Palavras
Quando o celular de Samantha chamou a moça levou um susto, estava divagando e ainda na estrada, ela não tinha o hábito de correr quando estava nas estradinhas que levavam ao haras, mesmo assim já tinha percorrido longa distância e o toque com a mensagem dos pais a preocupou.  “SAM VOLTA É URGENTE. CORRE” Oficialmente não se deve mandar mensagens assim sem mais detalhes. As pessoas tendem a fazer loucuras.  Ela freou de vez a caminhonete, fez uma conversão proibida praticamente na cara do radar e sim  viu o flash que com certeza mandaria a foto da sua imprudência em dias. Mas uma urgência era uma urgência.  Enquanto isso, acreditando que a filha do casal demoraria para voltar, Monaliza, na sua cavalgada chegou até um rio, desceu do cavalo para vê-lo de perto e deixou o animal beber água. O lugar ficava meio escondido, era lindo e tranquilo. A moça sentou-se a margem e lá ficou apreciando o momento o contato com a natureza.  ****** Ela parou a caminhonete quase no canteiro de rosas, qual era a sua velocidade, a mãe saiu esbaforida já com a panela na mão pronta para matá-la.  No rosto da jovem, ainda tenso o alívio pensava rápido se a mãe estava ali então a urgência era com o pai, mas então a mãe não estaria ali gritando falando de rosas, o pânico céus o Fábio cai do cavalo, ele adora correr, mas não o cérebro não registrava mas ela estava vendo o rapaz balançando na rede.  Que droga MÃE levei uma multa, qual é a URGÊNCIA! Cadê meu pai, está tudo bem, o que está acontecendo?  Calma filha respira. Era pra você voltar pro almoço, vou fazer almôndegas, teremos visita.  Sério? Mãe eu estava indo ver um novo cliente, não tenho tempo para os seus almoços arranjados. - A mãe estava sempre arranjando um namorado novo para a ela. Uma mulher de 33 anos tem que casar. Dizia sempre que fazia isso, e Samantha tinha avisado que não iria mais nestes almoços, o amor estava se transformando em fúria.  Dona Abigail deu uma gargalhada vendo a cara da filha e a abraçou, e a moça sorriu contrariada e retribuiu o afeto.  Brincadeira filha, vamos receber visita, mas não é para te casar é negócio e dos bons a patroa quer reformar a casa. Você já tinha falado com o pai dela né. Mas é ela quem vai tomar as decisões agora.  E o meu outro cliente?  Liga e remarca, a família tem prioridade.  Mas ela não é família mãe, é uma dondoca da cidade que quer tudo na hora.  Ela não quer nada, nem está aqui, fomos eu e seu pai que insistimos que fosse hoje, ela é nova na cidade e você não tem amigos. Juntamos os dois. Você reforma a casa e de quebra ganha uma amiga que é minha patroa.  Céus, isto é um encontro de fim de semana, manipulado pelos Diniz. Ela falou rindo. Mas mãe presta atenção você está marcando meu encontro de fim de semana com uma mulher.  Ambas riram.  É bom variar nas tentativas. respondeu dona Abigail. E de novo as duas riram.  ****** Monaliza, sentiu fome. Apesar de tomar um café reforçado isso tinha sido a muitas horas atrás e já eram quase duas. Sentiu vergonha, afinal tinha dito que ajudaria no almoço quando estava com dona Abigail, ela faria almôndegas um dos seus pratos favoritos.  Montou o cavalo e voltou para a casa, deixou o animal solto na entrada do estábulo tirou a sela a colocou na cerca, agradeceu a companhia do animal e subiu o pequeno caminho correndo.  Chegando sem fôlego à porta da cozinha dos Diniz.  Desculpa do...na Abigail eu perdi a hora.  Ainda a tempo de lavar os pratos. Responde a senhora rindo.  Sério? Perdi o café e agora o almoço? Comecei bem.  VO...CÊ vai ter que se acostumar com minha mãe, ela faz piada o tempo todo.  Um choque correu o corpo de Monaliza, que virou assustada para a ruiva igualmente assustada sentada à mesa. As duas ficaram presas em seus olhares, reconhecimento, reencontro, atração, desejo, confusão, surpresa. Não dava para explicar que ambas estavam sentindo, mas elas sentiam algo e demonstravam naquele mutismo. 
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