Pesadelo narrando Assim que cheguei na boca, ainda com o corpo meio dolorido e a cabeça pesada, vi o Leozinho já me esperando do lado de fora. Tava encostado na parede, com o notebook debaixo do braço, e só apontou com a cabeça. Não falou nada nem precisou. Já conheço o muleque, sei que quando ele tá assim é porque tem coisa séria. Fui andando atrás dele em silêncio. Cada passo meu parecia pesar uns vinte quilos, mas ainda assim eu fui. Entrei na minha sala e dei espaço para ele passar. Fechei a porta e fui na direção da minha mesa. Me joguei na cadeira com o corpo cobrando as horas m*l dormida e a manhã corrida. — Fala aí, o que você descobriu? — minha voz saiu mais baixa do que o normal, rouca, mas firme. Leozinho nem olhou pra mim. Só virou o notebook na minha direção e deu play.

