52. Murilo

1217 Palavras

A paz era uma bolha frágil, e ela estourou com a vibração do meu telefone no bolso. O número que apareceu na tela não era o descartável de Renata. Era um número fixo, com DDD de uma cidade vizinha. O DDD do escritório de advocacia que Edu tinha mencionado. Meu corpo inteiro ficou rigido. Joãozinho, sentindo a mudança, se mexeu contra meu peito. — Pai? Bárbara se endireitou na poltrona, seu olhar fixo no telefone na minha mão, já entendendo. Eu poderia ter ignorado. Poderia ter desligado e atirado o aparelho pela janela. Mas a fuga não era uma opção. Ignorar o perigo não o fazia desaparecer; só dava a ele mais tempo para se armarem. Com um movimento cuidadoso, deslizei Joãozinho para os travesseiros. — Só um minuto, filho — disse, minha voz deliberadamente calma enquanto me levantava.

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