42. Bárbara

1209 Palavras

Murilo levou um tempo para se recompor. Ele se afastou, enxugou o rosto com as costas da mão, respirou fundo algumas vezes. Quando se virou para mim, as marcas das lágrimas ainda estavam úmidas em sua pele, mas seus olhos já estavam secos, endurecidos pela mesma determinação feroz que usava para comandar seu território. Só que agora, essa determinação tinha um novo alvo. — Vamos — disse, sua voz recuperando parte da aspereza, mas com uma nova camada de gravidade. Caminhamos em silêncio pelo corredor branco e asséptico até o quarto onde João havia sido levado. A porta estava entreaberta. Murilo parou por um instante na soleira, seus olhos se ajustando à penumbra. Joãozinho estava na cama, parecendo ainda menor cercado por tubos, soro e monitores que piscavam com números e gráficos verdes

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