UMA PRESENÇA PRAZEROSA - 02

1284 Palavras
No momento em que Larry atravessa o limiar sombrio do edifício decrépito, uma sensação de inquietude o envolve como uma névoa gélida, enquanto o vento sussurra pelos corredores como os suspiros angustiados de almas atormentadas. Cada passo em direção ao elevador é como uma jornada através dos abismos do desconhecido, e o som oco de seus passos ecoa como um presságio sinistro. O porteiro, uma figura taciturna e enigmática, olha para Larry com olhos que parecem ter visto séculos de desolação e desespero. Ao interfonar para o apartamento da tia de Larry, o porteiro parece hesitar por um momento, como se relutasse em perturbar o que quer que jazesse além das paredes sombrias daquele lugar misterioso. Quando a voz trêmula do porteiro ressoa pelo interfone, anunciando a presença de Larry, um arrepio percorre a espinha de Annie, como se ela sentisse o peso sombrio de um destino sombrio se aproximando. Uma ansiedade sufocante toma conta dela, apertando seu coração com garras de gelo, enquanto ela libera a entrada de Larry com mãos trêmulas, temendo o que pode aguardá-la além da porta. À medida que Larry sobe as escadas estreitas e escuras em direção ao apartamento de Annie, cada degrau parece ecoar com os ecos sombrios de segredos antigos e promessas quebradas. O cheiro de mofo e decadência paira no ar, envolvendo Larry em uma aura de desesperança e desespero. Quando finalmente Larry alcança a porta de Annie, ele hesita por um momento, como se pudesse sentir as sombras sinistras que se escondem além. Com um suspiro pesado, ele empurra a porta entreaberta, adentrando o interior do apartamento com uma sensação de inevitável destino pairando sobre ele. Lá ele toca a campainha e é rapidamente atendido por sua tia, que está totalmente à vontade, trajando um shortinho curto de lycra e uma blusa de alcinhas finas, sem sutiã e o cabelo sempre trançado, dando-lhe uma aparência jovial apesar de já ter passado dos quarenta. O que deixou seu sobrinho maravilhado. - Oi Larry! Veio me ver? - Na verdade, foi a senhora quem pediu que eu viesse aqui, tia Annie. Já esqueceu? - Não esqueci não, seu bobo. Estou brincando. Você que sumiu. O que houve? Senti saudades. - Estava ocupado em casa com mamãe, a faculdade e minha agitada vida social. - Entra! Vamos matar essa saudade logo! Larry seguiu Annie para dentro do apartamento, mas mesmo enquanto cruzava o limiar, ele sentiu como se estivesse entrando em um túmulo gelado, onde as sombras dançavam ao ritmo de segredos antigos e arrependimentos profundos. O silêncio pairava sobre eles como um véu sombrio, envolvendo-os em um abraço frio e impiedoso. Enquanto Annie fechava a porta atrás deles, Larry m*l podia conter a sensação de que algo terrível estava prestes a acontecer. E no fundo de sua mente, uma voz sussurrava, alertando-o para os perigos que espreitavam nas sombras do passado. Assim que Larry entra e sua tia fecha a porta do apartamento, ela o agarra e o beija com vontade, fazendo com que o jovem não esboce nenhum tipo de resistência. Ela era uma mulher baixa, aparentando ser recatada, tímida e vulnerável, mas de muita atitude entre quatro paredes. Suas línguas, que já se conhecem há muito tempo, mais uma vez estão se cumprimentando, entrando na boca um do outro. Suas mãos apertam, acariciam e fazem o reconhecimento geográfico de seus corpos, sendo que as mãos de Larry, por instinto, vão direto pegar nas nádegas de sua tia, que não oferece nenhuma resistência quanto ao fato. Beijaram-se até ficarem um pouco ofegantes. Annie olha nos olhos de Larry e, com um sorriso sedutor, mostra que não quer perder tempo com nada. - Que bom que ainda é muito tarado pela sua tia, meu anjo. Ele, ao olhar a tia de cima a baixo com tudo no lugar, um corpo de colocar qualquer menina da idade dele no chinelo fala, admirado: - Nossa... A senhora continua linda e gostosa, hein? - Ah é? Você acha que estou isso tudo mesmo? – disse sua tia, dando uma volta, exibindo o corpo para o sobrinho. - Você é que está um sobrinho lindo e sarado. Parece até bem mais jovem. Está com que idade, hein? - Eu como sempre, com meus vinte e cinco anos. Já passou dos quarenta, tia? - Sim. Parei nos quarenta – disse Annie, mexendo nos cabelos e sorrindo. - Pode ser sincera, tia. Eu não ligo para a idade. - É falta de educação, perguntar a idade de uma mulher, menino. Mas como entre a gente não tem segredos, vou te dizer: tenho quarenta e oito anos. Naquele momento fatídico de revelação, o mundo ao redor parecia congelar em agonia, enquanto Larry, com sua alma exposta à tempestade da verdade, via-se diante de um abismo insondável. A tênue névoa do tempo, que outrora ocultara os segredos enterrados nas profundezas da história familiar, dissipava-se diante de seus olhos, revelando uma realidade macabra e sinistra. A figura de sua tia Annie, outrora envolta em um véu de juventude eterna, agora assumia uma forma sombria e envelhecida, como se fosse a guardiã de um relicário de segredos amaldiçoados. Seus olhos, antes brilhantes de vivacidade, agora eram poços profundos de sabedoria ancestral, emanando uma aura sinistra que arrepiava os cabelos na nuca de Larry. Por anos, ele havia sido cativo de uma farsa elaborada, uma ilusão meticulosamente tecida pelas teias do tempo e da mentira. A narrativa fictícia da idade de sua tia agora se desfazia diante dele, deixando-o exposto à crueldade da verdade crua e indomada. Aos olhos de Larry, Annie sempre fora uma enigma enigmática, uma presença misteriosa que pairava sobre sua família como uma sombra ameaçadora. Ele nunca ousara questionar a veracidade das histórias que ela contava sobre sua idade, aceitando-as como dogmas inquestionáveis, mas agora percebia a profundidade de sua ingenuidade. A revelação sobre a verdadeira idade de sua tia era como uma faca afiada rasgando a cortina da ilusão, expondo os segredos sombrios que se escondiam nas dobras do tempo. Se Annie havia, de fato, ultrapassado a fronteira dos quarenta anos, então as fundações de sua realidade familiar estavam corroídas pelo veneno do engano. À medida que a verdade se desdobrava diante dele, Larry sentia-se consumido por uma angústia sufocante, como se estivesse preso em um pesadelo interminável. A sombra do passado pairava sobre ele como um espectro sinistro, assombrando-o com a terrível certeza de que tudo o que ele sempre acreditara era uma mentira grotesca, urdida pelas mãos cruéis do destino. À medida que a sombra do crepúsculo envolvia a mansão ancestral, Larry se encontrava mergulhado em um mar de sombras e mistérios, sua mente atormentada por uma revelação que abalava os alicerces de sua existência. Diante dos olhos atônitos do jovem, desdobrava-se um enigma tão antigo quanto os corredores escuros que ecoavam os segredos sussurrados pelos ventos noturnos. Os sinistros ecos do passado ecoavam dentro dele, ecoando o clamor dos antepassados ocultos nas sombras do tempo. Que sombras mais densas pairavam sobre as mulheres de sua linhagem? Que segredos obscuros jaziam sepultados nos cantos mais sombrios de sua herança? A revelação da verdadeira idade de sua tia Annie era apenas uma peça num tabuleiro macabro, uma peça que desencadeava uma dança sinistra de destinos entrelaçados. A mente de Larry, agora prisioneira das garras góticas do mistério, ousava sondar os abismos do desconhecido, ciente de que cada passo adiante poderia revelar um novo horror, uma nova verdade sombria que o arrastaria para as profundezas insondáveis do enigma familiar. Mas ele não recuaria diante das sombras que se erguiam em seu caminho. Sua coragem era forjada nas chamas da curiosidade inabalável, uma chama que queimava intensamente, desafiando as trevas que ousavam engoli-lo.
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