Bia acordou antes dele. O sol atravessava as cortinas finas, pintando listras douradas no chão do quarto. Luiz ainda dormia ao seu lado, o peito subindo e descendo devagar, os traços serenos — quase parecendo o cara que ela conheceu um dia, e não o dono do morro que ele era agora. Mas dentro dela, tudo era caos. A cabeça latejava com perguntas. E o peito… ah, o peito ardia em culpa. Ela se sentou devagar na beira da cama, segurando o lençol contra o corpo nu. Olhou para o chão, para as roupas espalhadas, e sentiu uma vontade doida de voltar no tempo. Por que eu fiz isso? Ela passou as mãos no rosto, tentando afastar as lágrimas que insistiam em subir. Tinha sido bom. Tinha sido intenso. Mas também tinha sido um erro. Não porque ela não o amasse — isso ela sabia, no fundo, que ainda am

