📍 NARRADO POR DANIEL VASCONCELOS
A gente desceu do carro duas ruas antes.
Lugar de execução não é no meio da festa — é no canto, onde até o vento tem medo de passar.
Renan foi na frente, fingindo ser só mais um que passava pelo beco. Tico fechou atrás.
Eu no meio, mãos nos bolsos, cabeça baixa, mas com os olhos varrendo cada sombra.
O Rato morava num buraco que ele chamava de kitnet — porta de madeira mole, janela com grade torta, cheiro de cigarro e suor já de longe.
Do tipo de lugar que quem entra com dívida não sai.
Renan deu o toque no portão.
Dois segundos depois, a porta abriu só um fiapo. Um olho desconfiado.
— “Que foi?”
Renan nem respondeu. Só empurrou.
O Rato tropeçou pra trás, a porta batendo na parede.
Cueca velha, camiseta furada, cara amassada de quem achou que ia
