Pré-visualização gratuita 01 ↬ Andrea's Pov's
Todos acreditam que devam casar-se por amor, outros por conveniência, outros apenas para não viver uma vida sozinha e infeliz, há aqueles que acreditam que amar é inesperado, que se pode amar depois que se conhecê, depois de anos ou simplesmente horas.
Há pessoas que acreditam que eu casei por amor, mas a verdade que é não era bem assim...
Um ano antes...
— Isso não pode estar acontecendo — Ouvi meu pai gritava dentro do escritório quando estava prestes a bater na porta fechada, deixando os meus modos de lado eu abrir a porta preocupada.
— O que aconteceu, papai? O senhor está bem? Está tudo bem? — Disparei perguntas, a última vez que o vi naquele estado foi quando mamãe morreu, foi um ano difícil naquela época, mas nós conseguimos dar a volta por cima e seguir nossas vidas.
— Não, não está nada bem.
— O que aconteceu? — Perguntei novamente, já que havia sido ignorada na primeira vez.
— Estamos fálidos, Andrea, completamente fálidos.
— O que?! — Praticamente gritei — Como estamos fálidos? Eu... Eu revisei toda contabilidade, tudo estava em ordem.
— Aquele salafrario do Woodson estava a meses nos roubando, estamos devendo uma grande quantia de dinheiro para o banco, iremos perder absolutamente tudo — Disse entredentes, era nítido seu desespero.
— O que tem em mente? O senhor tem algo em mente, não tem?
— Não, eu não tenho — Sentou-se cansado, coloquei-me a caminhar de um lado a outro dentro de sua sala, uma mão em meus lábios enquanto a outra estava em minha cintura, minha mente trabalhava a mil por hora enquanto silêncio da sala era cortado apenas pelo som do meu Louboutin que ecoava.
— Miranda Priestly — Seu nome escapou de meus lábios, meu pai me encarou — Você pode falar com ela, ela é sua amiga há anos, claro que eu não falaria dela se não fosse um caso de extrema importância, pois o senhor sabe que não confio muito naquela mulher, mas...
— Eu não posso pedir um favor desses a Miranda, querida, até porquê é muito dinheiro, são um milhão de dólares, não estávamos falando de mil dólares apenas — Me sentei em frente a sua mesa rapidamente.
— Talvez Miranda seja a nossa única saída para não perdermos a empresa, papai.
— Isso está fora de questão, Andrea — Disse decidido, mas eu também estava e talvez esse estivesse sendo o meu erro.
.§.
Assim que estacionei o carro, desci e o travei, passei a mão por meu vestido como se fosse tirar o pequeno amassado que havia ali, se é que havia algum, então me direcionei para dentro do grande prédio da Priestly, Emily me esperava de maneira apreensiva próxima ao elevador, caminhei em sua direção e atravessei a catraca adentrando o elevador junto a ela.
— Quanto tempo tenho?
— Uma hora e meia, ela tem uma reunião às três.
— É tudo que eu preciso.
— Tem certeza que quer fazer isso? — Perguntou me encarando.
Emily e eu éramos amigas a quase nove anos, a conheci em um evento da Priestly's que acompanhei meu pai e desde então viramos confidentes ou quase, claro que eu tinha outros amigos, mas minha profissão não me permitia passar tanto tempo próxima a eles, então me afastei, jamais a amizade continuaria a mesma, as portas do elevador se abriram.
— Eu preciso.
— Emily — A voz rouca de Miranda ecoou pelo hall das secretárias por mais que não gritasse.
Encarei minha amiga e caminhei em direção a sua sala, sua cadeira estava virada em direção a parede, completamente de costas para a porta.
— Mande Jocelyn me trazer os balancetes que pedi essa manhã.
— Não sou a Emily — Sua cadeira virou e ela me encarou.
— O que faz aqui?
— Eu serei direta — Ignorei sua pergunta e fechei a porta da sala — A Sachs Advocacy acaba de sofre um grande golpe, o sócio do meu pai acaba de nos roubar, nós estamos a beira da falência — Disse sem emoção tanto na voz quanto em minha feição — Disse a meu pai que lhe pedisse ajuda, mas ele recusou — Comecei a caminhar pela sala — Mas eu não vou deixar que uma empresa que meu pai lutou tanto para ter, seja destruída por orgulho dele em pedir ajuda.
— Não entendo o que faz aqui, já que Richard se recusou a pedir minha ajuda.
— Sei que precisa de uma esposa, já que se recusou a casar-se com Stephen Hawking.
— Como sabe disso?
— Você não é a única a saber o que se passa, Miranda — Lhe dei um sorriso presunçoso — E se quiser demitir alguém, terá demitir a maioria dos seus funcionários, você sabe bem que eu conheço absolutamente todos.
— Pensei que estivesse saindo com um de seus sócios.
— Não perderia meu tempo, papai sabe disso, mas acho que ele esqueceu de lhe contar essa parte — Disse analisnado uma revista que estava sobre a mesa de centro de sua sala — Mas sem perder ainda mais o meu precioso tempo — Deixei a revista no lugar e a olhei — Estamos de acordo?
.§.
Miranda certamente aceitou minha proposta e em dois meses, com uma cerimônia simples, eu me tornei uma Priestly, junto a isso virei madastra de duas garotas de oito anos, Cassidy e Caroline Priestly, filhas de Miranda, as pestinhas não gostavam muito de mim, mas não aprontavam comigo, ao menos educação tinham, ambas adoravam meu pai, faziam a festa quando ele nos visitava.
Papai no início, principalmente no dia do casamento, tentou que eu mudasse de ideia, mas eu era tão teimosa quanto ele, ao menos seu patrimônio foi salvo, assim que Miranda e eu estávamos em "lua de mel", a dívida foi quitada, a Sachs Advocacy estava em nossas mãos definitivamente e em dois anos eu estaria livre do contrato.
O som de batidas na porta me despertou fazendo com que erguesse meus olhos.
— Muito ocupada?
— Sim, mas você já me interrompeu — Disse soltando a caneta — O que quer?
— Vim trazer o documento sobre o processo do Adoniran que você pediu.
— Deveria ter me trazido isso a uma hora atrás, Natanael.
— Foi m*l, maninha, eu estava com um cliente, minha secretária só me avisou agora a pouco, quando cheguei — Disse sentando-se em frente a minha mesa.
— Você já pode ir — Disse voltando a atenção ao documento que lia antes que ele chegasse — Diferente de você, eu não tenho tempo a perder — Natanael era meu irmão mais novo, com um ano e meio de diferença, e diferente de mim, não levava a vida tão a sério, mas já não vivia em festas e baladas como antes.
— Você precisa relaxar um pouco, talvez beber, se jogar em alguma festa.
— Saí — Disse seriamente sem olha-lo.
— Ta legal, ta legal — Disse levantando — Papai ligou essa manhã — Tentou outro assunto.
— Eu sei, agora saí — Escutei seu resmungar e logo o som da porta sendo fechada, voltei minha total atenção ao trabalho.
Eu havia assumido a Sachs Advocacy em Outubro do ano passado, papai havia chego a conclusão de que precisava de descanso, eu não tirava sua razão, pois havia trabalhado tanto por aquela empresa que nada mais justo do que ele descansar.
Era para Natanael e eu tomarmos a frente da empresa quando isso acontecesse, mas meu irmão não quis formar-se em direito, muito menos cuidar dos negócios, cursou administração e até hoje eu me pergunto como conseguiu se formar já que não era de levar absolutamente nada a sério, mas havia se formado e eu junto a papai achamos que seria bom deixa-lo como supervisor da administração do RH, claro que as coisas mudaram quando papai me passou a diretoria da empresa e eu o obriguei a acabar com o corpo mole, ameaçando-o tirar do comando se não levasse a sério o trabalho.
A ameaça estava funcionando muito bem até o momento e ele sabia que eu não havia blefado quando o ameacei, pois muito diferente de Natanael que já começou em um grande cargo, eu havia sido apenas uma estagiária até meu pai achar que eu estava com experiência o suficiente para crescer no cargo que tanto queria estar, em partes mamãe teve total culpa, ela jamais me deixou conseguir nada de mão beijada e eu retribuia isso em meu querido irmão.