Capitulo 3

1051 Palavras
Rita de Cassia Não sabia que daria tanto trabalho limpar a casa da Alicia. - p***a, c*****o, buceta... - Não vai adiantar nada reclamar, trabalha e fica quieta, meu tio deve estar chegando. Olhei minha roupa desgastada, de mendiga, que a minha amiga havia me emprestado. - Olha pra mim?! Apontei pra mim mesma com desgosto. Alicia olhou bufando, parando de esfregar o piso da escada. - O que foi agora dondoca? Sorri forçadamente enquanto limpava o corrimão na parte superior da escadaria. - Estou insalubre com essas roupas. Se o seu tio me ver assim... - E daí. Não pense que vai conseguir alguma coisa com ele. Abri um largo e despretensioso sorriso fazendo ela ficar um cadinho preocupada. - A não! Sua p**a! Avançou subindo as escadas feito uma fera. Fiquei ali esperando o que ela iria fazer. - Que foi? Quer sentar no copo do titio antes de mim, é? Quando ela ia pegar nos meus cabelos uma voz rouca invadiu rapidamente o ambiente. - Que baderna é essa querida sobrinha? Imediatamente congelamos, mas antes que conseguisse piscar e olhar melhor de quem pertencia aquela voz, a Alicia saiu daquele descongelamento para se virar totalmente. - Oi tio Sebastian! Ela desceu as escadas correndo enquanto que eu sempre tão segura de si tentava a todo custo procurar um esconderijo. Por Deus! Olha pra mim vestida desse jeito. Fiquei tão preocupada com o meu estado caótico que nem queria olhar direito para ele. - Olha quem cresceu meio centímetro da última vez que te vi. - Ah tio, seu bobo. Ainda bem que a minha mãe perdoo seu ultimo vacilo. - Não foi tanto assim, sua mãe as vezes leva as coisas muito a sério. Mas... Não vai me apresentar sua amiga? Virei o rosto enrolando as mãos suadas na blusa gasta. O que diabos esta acontecebdo comigo? Nunca me senti assim? acuada! Insegura? - É né, mas diz como você está. Como foi de viagem? Ouvi os passos deles vindo, me deixando mais e mais desesperada. Eles cochicharam entre si. - Sua amiga é tímida? Ela fala? Tem algum problema? - Não tio, ela está... - Oi. - Parou na minha frente esticando a mão na minha reta. - Pode olhar pra mim pequena dos cabelos escuros. Instantaneamente olhei diretamente para aquele rosto, e o que encontrei me deixou sem fôlego. Nunca havia visto um rosto tão perfeito assim, a mandíbula quadrada naturalmente, necessidade de harmonização facial, o queixo mais proeminente com um buraquinho no meio, Aff! E os olhos dele são duas esferas negras que dava vontade de ficar encarando. Mas não por muito tempo, senão me traria grandes problemas. - Olá, sou a Rita de Cassia. Ele deu um sorriso de lado de uma maneira tão sedutora que fez a minha b****a fisgar na hora. - Que nome... interessante. Pelo jeito sua amiga não quer pegar na minha mão. Desviei o olhar daquela boca máscula toda sem jeito. - Deixa ela tio, vou te mostrar seu quarto. Ele já está todo limpinho. A sua espera. Eles dois foram se afastando mas senti o olhar dele sobre mim feito duas bolas de fogo me queimando viva. Decidi sair dali correndo pra minha casa, não podia ficar ali depois da adrenalina que senti. E precisava imediatamente de um banho. Sebastian Olhei o cômodo notando que havia fotografias minhas com a minha irmã Olga na época da nossa infância penduradas como molduras na parede. Me trazendo velhas lembranças. - Acho que a mamãe nunca esqueceu de você. A voz da minha única sobrinha me trouxe de volta ao presente. - Claro que não, afinal sou tudo que restou da nossa família. Me virei para ela notando mais uma vez como havia mudado. - Vem aqui. Estendi os braços para ela, que de imediato veio me abraçar. Se aconchegando no seu tio. - Nossa família é pequena, nossos pais morreram num acidente de vôo. Não tivemos primos. Mas quem sabe quando você crescer possa se casar com um homem bem rico e virar uma parideira de primeira. Ri internamente vendo ela se afastar dando um tapa no meu peito. - Que pensamento ganancioso e machista, tio. O senhor não é assim. - Tem razão, não sou. - Sorri passando a mão de leve no seu r**o de cavalo. - Agora, vou desfazer arrumar as minhas coisas, deixei as malas no carro, vou lá buscar. Era uma desculpa pra ver se a amiga dela ainda estava na casa, achei a atitude dela estranha com a minha chegada. Diferente de minutos atrás quando a vi provocando a minha sobrinha. Aquilo não parecia condizer com a verdadeira personalidade da branquinha de escuros. - Tá bom, então vou chamar a Rita pra me ajudar a cozinhar. Apontou pra porta, mas assim que passamos por ela não encontramos a tal. - É, me parece que a sua amiga te deu um bolo. - Aff! Aquela vaca. - Do que você chamou ela? Coloquei as mãos na cintura olhando como sua expressão mudou ficando avermelhada. - Nada não tio. Deixa pra lá, melhor cozinhar sozinha mesmo. Rita nem sabe fritar um ovo, aquela inútil. - Alguma coisa se útil ela deve fazer, então por que você seria amiga dela? Minha sobrinha é muito inteligente. Ralei as costas dos dedos sobre a sua cabeleira desgrenhada, fazendo-a sorrir com gosto. Rapidamente afastei o toque. - Vamos fazer o seguinte, me ajude com as malas, que te ajudo na cozinha. Sou um ótimo cozinheiro, faz parte do meu charme. Levantei as mãos sorrindo sem modéstia. Eu me gabava muito disso. - Nossa, como ficou sem namorada sabendo cozinhar tão bem? - perguntou sem saber o quanto essa pergunta me afetava, mas logo reparou na minha feição triste. - Pois é... - respondi descendo as escadas. - Tio, me desculpa. Nossa, como fui tão indicada assim? - Veio correndo me seguir. - Deve ser a convivência com aquela boca de caçapa, eu não era desse jeito. Sorri pra dentro pensando na minha própria vida. - As vezes mudamos certos hábitos por causa de algumas pessoas. - Verdade. - Concordou comigo enquanto íamos lá fora organizar meu novo começo. Esperava que dessa vez pudesse encontrar alguém que pudesse entender meus gostos peculiares, já que a última dama me deu um fora.
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