CAPÍTULO 3

1110 Palavras
Ligo o computador e configuro a minha conta pessoal. Concentro-me em ler todos os e-mails que Rita me deixou, quando algo me chama a atenção. Eu olho para cima e sou pega no precioso olhar de olhos verde-esmeralda. Diante de mim. Vestido com um terno azul-marinho imaculado. Oliver me olha nos olhos, mas então o seu olhar cai para os meus se*ios. — Bom dia, Stella. — Bom dia, Oliver. Os seus lábios esboçam um sorriso. — Pronta para a guerra? Ele perguntar. — Eu espero que sim. Eu dou um risinho. — Qualquer coisa, estou no meu escritório. Diz ele ao entrar. Começo a classificar toda a documentação que estão chegando. Algumas horas se passam quando eu o vejo sair. — Vou descer para tomar um café no refeitório da empresa. Se você quiser descer, você tem um intervalo de vinte minutos. Concordo com a cabeça enquanto o vejo pegar o elevador. Desligo o computador e desço depois de cinco minutos. Ao entrar no refeitório vejo ele sentado a uma mesa ao lado de vários homens que, pelos ternos exclusivos e caros que vestem, devem ser também chefões. Todos voltam os olhos para a porta assim que entro. Eu os vejo sussurrando e Oliver fica sério... Sem dúvida eles estão falando de mim. Agora o meu decote não parece tão apropriado. Me sento sozinha a uma mesa e peço um chá com limão. Uma boa garçonete traz para mim. Pego o meu telefone na bolsa e verifico se tenho alguma ligação ou mensagem... Nada. Quando olho para cima, pego Oliver olhando para mim. Os nossos olhares se encontram por alguns segundos e um arrepio percorre o meu corpo. Eu olho para trás, e em seguida para a frente e ele continua me olhando, isso me intimida muito, demais. De repente eles se levantam e saem do refeitório, eu respiro aliviada. Dois minutos depois eu saio também. Quando subo, ele já está no seu escritório. O telefone toca. — Stella, venha ao meu escritório. Ele diz. Eu me levanto e entro no seu escritório depois de bater na porta pedindo permissão. — Envie estes e-mails às delegações do Canadá e do México, por favor. Ele diz me entregando alguns papéis. — Imediatamente, senhor. Eu o vejo olhando para mim. — Senhor? Oliver? Como devo me referir a você? — No escritório me chame de Sr. Scott, na rua eu sou seu irmão Oliver. Diz ele, ainda olhando para mim. — Ok, Sr. Scott. Eu digo e me viro, quando ele me chama mais uma vez. — E, Stella ... Ele diz olhando para o meu decote. — Não há protocolo de vestimenta na empresa, mas meus associados têm mais de cinquenta anos e não quero que nenhum deles morra de ataque cardíaco. Vermelha como um tomate, tento fechar a blusa, com um tecido que não cede mais do que já está. — E-desculpe, e-eu não pensei sobre isso, e-desculpe-me. De repente, fico gaga. Eu o vejo sorrir com o meu constrangimento. — Stella... Não precisa se envergonhar, mas tem muita coisa acontecendo na empresa, acredite, estou falando para o seu bem. Mas, vamos lá ... O seu namorado é um cara de sorte. Ok, agora não estou mais vermelha, agora já estou da cor de uma beterraba. — Eu não tenho namorado. Eu digo antes de sair do seu escritório. Quando me sento, tenho a sensação de flutuar. Ele disse que o meu suposto e inexistente namorado tem sorte. Ele me acha atraente? EU? Ou os meus s***s? Ou os dois? A minha cabeça está a mil por hora. Respiro fundo e estou pronta para enviar por e-mail toda a documentação que ele me passou. Os dias se transformam em semanas e, apesar de ele ser cortês no trato comigo, percebo que ele tenta manter uma distância segura... E não sei por quê. Numa tarde de sexta-feira, uma reunião de última hora se complica. No momento em que todos saem e somos apenas Oliver e eu, já passa das oito da noite. — Está ficando muito tarde. Ele diz ele, olhando para o relógio. — Você tem um Carro? — A verdade é que ainda não consegui comprar um, de vez em quando uso o do meu pai. Eu posso ver uma expressão de desconforto no seu rosto. — Você terá um carro na segunda-feira. Ele diz antes que eu tenha tempo de responder. — Não suporto a ideia da minha irmã pegar metrô ou táxi à noite. — Realmente não… — Eu disse que você vai ter um carro na segunda de manhã. Ele não me deixa terminar a frase. E agora vou levar você para casa. Descemos para o estacionamento da empresa. Restam apenas o seu Mercedes novinho em folha e os carros dos seguranças. Entro e dou o meu endereço, ele liga o GPS e sai do estacionamento sem dizer nada. — É este prédio. Eu digo, apontando para o prédio que está na nossa frente. Moro no primeiro, num estúdio de um quarto. Ele acena sem dizer nada. — Gostaria de uma cerveja? Eu me surpreendo ao convidá-lo para subir. Ele parece surpreso com o meu convite. — Desculpe. Eu digo envergonhada. — Certamente você gosta mais de vinho do que de cerveja, mas a verdade é que vinho eu não tenho... — Eu amo cerveja. Ele me interrompe. — Subirei com prazer. Ela me dá um sorriso que molharia a calcinha de uma freira enclausurada... — Bem, vamos. Eu digo saindo do carro. Um minuto depois, Oliver Scott está no meu apartamento. OLIVER NÃO COBIÇARA A SUA IRMÃ. Com certeza deveria fazer parte da bíblia. Aceitei o seu convite. Não sei por que, mas aceitei. Agora estou com ela, sozinho, na sua casa, no seu território. Atravesso a pequena sala conjugada com a cozinha. É aconchegante e intimo. Eu gosto. — É bonito. Eu digo. — Eu aluguei seis meses atrás de um amigo de um dos colegas de trabalho do meu pai. Ela diz enquanto tira duas garrafas de cerveja da geladeira. Concordo com a cabeça enquanto pego a garrafa que ele me oferece. Nos sentamos no pequeno sofá cinza, é de dois lugares, mas nossas pernas roçam uma na outra devido o meu tamanho. Medir um metro e noventa tem os seus prós e contras. Eu tomo um grande gole, e depois outro. Conversamos sobre as nossas poucas lembranças na nossa curta vida juntos, sobre o que vivemos desde então. Do que terá acontecido com a nossa infeliz e alcoólatra mãe. As lembranças machucam, ferem e nos unem... Já tomamos três cervejas. — Você pensou em mim todo esse tempo? Ela pergunta timidamente.
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