EPISODIO 2

1010 Palavras
— Senhorita? Chegamos. Os meus olhos se abriram e olhei pela janela, surpresa por ter sido tirada dos meus pensamentos. Olhei para o pequeno bangalô de Jake do outro lado da rua, tentando reagrupar meus pensamentos e compostura, pelo menos o tempo suficiente para contar tudo a ele. — É o endereço errado? Ele perguntou, sem sequer se preocupar em esconder a irritação na sua voz. — Não, é aqui mesmo. Me desculpe. Balancei a cabeça e abri a porta. — Tenha um bom dia. Ele murmurou algo baixinho, e eu m*al fechei a porta atrás de mim quando o carro partiu. Atravessei a rua e parei na calçada, franzindo a testa para o pequeno carro vermelho estacionado logo atrás do Volvo de Jake. Era um carrinho bastante popular, mas algo me fez dar alguns passos hesitantes em direção a ele enquanto uma sensação r**m se instalava na boca do estômago. Minha carranca se aprofundou quando notei o par de mini saltos altos vermelhos pendurados no espelho retrovisor interno. Esse pode ser um carro muito comum, mas aquele pingente? Não era. Este era o carro da Serena. Serena, minha suposta amiga e uma das strippers mais populares do Sunset . Serena, que morava do outro lado da cidade e só encontrou com Jake duas vezes na vida. Virei-me em direção à casa e caminhei lentamente enquanto a sensação r**m se transformava em gelo no meu estômago. Quanto mais me aproximava da porta da frente, mais hiperventilava, imaginando o pior. Deve haver uma explicação. Pode ser apenas uma coincidência. Jake não faria isso comigo, não depois de todas as coisas pelas quais passei. Eu disse a ele que queria esperar, que a minha virgindade tinha valor para mim, e ele disse que concordava com isso. Ele disse que esperaria o tempo que fosse necessário e, apesar de estarmos juntos há mais de um ano, ele nunca me pressionou. Fiquei com medo de descobrir agora por que isso poderia ter acontecido. A bile subiu pela minha garganta quando cheguei à porta da frente, sem saber se queria enfrentar o que poderia estar acontecendo ou, se nada de sórdido estivesse acontecendo, enfrentar minha própria desconfiança injustificada. Achei que meus problemas de confiança já haviam passado. Achei que estava pronto para os próximos passos desse relacionamento, mas se uma simples coincidência pudesse abalar toda a base do nosso relacionamento, então talvez eu ainda não tivesse chegado lá. Levantei a mão para bater, mas pensei melhor e olhei em volta, tentando descobrir onde ele escondeu a chave de emergência. Olhei embaixo dos vasos de plantas em seu pátio e embaixo do tapete da porta, sem sorte, antes de me lembrar que ele comprou uma pedra falsa estú*pida durante uma de nossas viagens à Target. Olhei em volta e, apesar da preocupação que crescia dentro de mim, sorri ao notá-la ao pé dos arbustos roçando a escada de madeira. Agarrei ela e soltei um suspiro de alívio quando encontrei a chave dentro dela. Se nada de desagradável estivesse acontecendo, ele provavelmente questionaria minha visita indesejada, mas eu estava preocupada demais para pensar nisso agora. Abri a porta lentamente e não tive que questionar minha decisão quando ouvi um gemido gutural de prazer. Apertei a chave com mais força, sentindo suas saliências na palma da mão enquanto dava um passo lento após o outro, tentando ter certeza de que ele não ouviria meus estú*pidos saltos quadrados batendo contra o piso de madeira. Quanto mais perto eu chegava do quarto dele, mais alto ele ficava. Também pude ouvir Serena chamar seu nome, pedindo-lhe para fo*dê-la com mais força com seu pa*u grande e gordo. Parei, apoiando a mão na parede enquanto meu estômago revirava violentamente. Eu quase desejei poder vomitar agora e pedir para ele limpar depois que ele selou meu dia horrível com a pior traição. Eu balancei minha cabeça. Eu tinha o suficiente! Eu não poderia continuar a me torturar, ouvindo o som do prazer deles. Eles precisavam saber que eu sabia. A porta do quarto estava entreaberta e eu a empurrei, fazendo-a bater contra a parede. A linda parede amarela que eu pintei para ele no mês passado. Quão est*úpida eu fui! Eu queria ajudá-lo a ter uma boa casa, para onde pensei que me mudaria um dia, mas claramente, não na perspectiva de fazer isso para ele fo*der outra mulher. Apesar de saber o que iria encontrar, era quase demais para ver. Ela, de quatro, em cima da colcha de girassol que eu tinha escolhido para combinar com o quarto, e ele, segurando seu longo r**o de cavalo enquanto batia nela por trás, a cabeça jogada para trás em puro abandono. Ela gritou quando me viu e caiu de cara na cama. Ele olhou para trás e seu rosto mudou de puro prazer para choque em um instante, e apesar da dor dilacerante, me senti um pouco melhor sabendo que tinha arruinado seu prazer, assim como ele tinha acabado de arruinar um ano da minha vida. Eu não me tornaria minha mãe! Me virei e comecei a correr quando ele gritou meu nome. Corri para fora e desci a rua, minha visão embaçada de lágrimas e minhas pernas tremendo, tanto por causa da dolorosa agitação dentro de mim quanto pelos saltos que eu não estava acostumada a usar. Eu o ouvi chamar meu nome novamente e percebi que ele estava me seguindo pela rua! Por*ra! Corri mais rápido, apesar de meus olhos ardentes comprometerem minha visão. Peguei ruas secundárias aleatórias só para abandoná-lo. Atravessei uma rua sem olhar. Um erro, um entre muitos, na verdade, mas percebi que me custaria a vida quando vi a forma de um carro preto vindo correndo em minha direção. Meu tornozelo torceu quando o meu calcanhar encontrou um desnível no meio da estrada e caí pesadamente. Ouvi a buzina, o guinchar dos pneus e fechei os olhos com força, preparando-me para o impacto. Sim, eu ia morrer hoje, em desgraça e vergonha... Era irônico como as coisas fecharam o círculo. Eu ia morrer da mesma forma que nasci.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR