A barriga de aluguel

Austin Narrando. Los Angeles, Califórnia. 21:00 PM Não costumo deixar ninguém entrar no apartamento, desde que minha esposa morreu, este lugar virou um canto que não recebe visitas, moro sozinho e não permito que ninguém venha me visitar; por isso que as paredes e os móveis são cinzas, sem cores. . Tiro o paletó, afrouxando a gravata e abrindo alguns botões da minha camiseta social, enquanto jogo em cima do sofá a minha pasta e a chave do carro. Ando até a mesinha encostada do sofá, onde encho um copo de uísque para aliviar esse sentimento. Paro por alguns segundos, observando a vista da noite pela janela. Meus pulmões soltam alguns suspiros. Sempre foi o meu sonho ser pai, mas tudo acabou demolindo com a perda da minha esposa. Ela teve eclampsia durante o parto e infelizmente acabou falecendo com o nosso bebê. Nunca vou superar por ter os perdido. Já se passaram 5 anos, porém, a ferida permanece aberta. Desperto quando ouço o barulho do abajur caindo. Viro a cabeça para trás, com os olhos céticos ao deparar com uma desconhecida segurando uma vassoura nas mãos, usando um avental azul. — Quem é você?— interrogo, franzindo a testa. A mulher começa apressar em limpar os cacos de vidros do chão. Ela parece nervosa, por ter causado um prejuízo e se desculpa o tempo todo enquanto apanha do chão. — Você não vai responder a minha pergunta?— seus lábios tremem e analiso em suas orbes claros a sensação de medo. Aproximo-me querendo tirar a história a limpo e coloco de frente a pessoa que teve a coragem de limpar o meu apartamento, sem a minha autorização. —Eu era a nova empregada, senhor.— diz com a voz tensa, catando os restos do abajur. Pelo que tudo indica, ela já está se comportando como se tivesse demitida, sendo que nem trabalha para mim. — Nova empregada? Como assim?— fico mais confuso.— Quem te contratou? — Não posso falar. — Como não pode falar?— acabo me irritando. Ela demonstra ser uma caipira onde não tem onde cair morta, talvez seja até uma analfabeta já que nem sabe falar direito. Que raios de dia é esse? Não tenho um minuto de sossego! — Se você continuar muda, eu vou chamar a polícia. — pego o telefone, a ameaçando.— Não é todo dia que alguém invade a minha casa e fala que é a minha empregada. Talvez você seja uma ladra....— a acuso e sua reação é de negar com a cabeça consecutivas vezes, se sentindo ofendida e com medo. — Foi o senhor Butler que me mandou aqui, mas ele pediu para que o senhor não soubesse. Meu amigo sempre gosta de se meter onde não deve. Quantas vezes falei para ele que não queria uma empregada? Pego-a pelo braço para colocá-la para fora. — Por favor, não me demita, senhor! Eu preciso muito desse emprego.— ela implora, conforme a expulso para fora— Não tenho para onde ir. Inspiro fundo, fechando os olhos. — Tudo bem.— eu a solto— Você pode trabalhar aqui. Mas não toque em nada. Apenas limpe esse cômodo e nada mais.— a proíbo de mexer no restante dos quartos. — FUI CLARO? — Sim, senhor.— concorda, ouvindo as minhas ordens. — Pode se retirar.— a digo e a caipira analfabeta assente, se direcionando para ir pro quartinho de empregada. Quando vou me virar para ir pro meu quarto. A olho uma última: — Mais uma coisa, você ainda não me disse o seu nome. A vejo parar e ela me encara. — Me chamo, Matilda. — sussurra timidamente. — Prazer, Matilda.— eu a cumprimento, quando nossos olhos se cruzam, no mesmo momento bate uma certeza que ela se encaixa no perfil para ser a barriga de aluguel que tanto busco. Posso está agindo por impulso, mas eu não vou ter vínculo nenhum com a empregada e será até mais fácil despedi-lá depois, dando uma boa grana como recompensa.