As ruas de Hellion estavam vazias, todas as pessoas estavam na festa de Barzan e Cassie seria a única que chegaria depois com Sky e Zarek.
Ela estava muito ansiosa para concluir o acordo, dessa forma poderia ver sua mãe mais uma vez e voltar a sua vida normal, porém ela tinha medo do que a aguardava quando chegasse lá. Ela havia lido algumas páginas do livro de Sky, mas ninguém havia dito o que realmente aconteceria na hora da cerimônia e ela adoraria ver a cara dele ao vê-la chegar.
— Você está pronta? — Livian questionou, parando em frente a porta da enorme mansão iluminada apenas por algumas luzes.
Ela olhou para a fachada da mansão, bonita e sombria exatamente da maneira como imaginava, com estátuas de leões de cada lado da porta.
— Eu acho que sim — respondeu, soltando o ar que segurava. — Eu gostaria que ficasse.
Livian ficou em silêncio e tirou os olhos dela para fitar a porta.
— Eu posso tentar falar com eles, se isso fizer você se sentir melhor — ele disse, tocando a campainha feita de ouro.
A porta se abriu e eles entraram em passos curtos. Cassie teve que estreitar os olhos para poder enxergar com clareza naquele ambiente iluminado apenas por velas, porém conseguiu ver Sky e Zarek em um canto escuro.
— As regras são claras, Cassiopeia — a voz de Zarek cortou o ar e chegou até ela —, era para você vir sozinha.
— Eu gostaria de ficar — Livian disse. — Eu sei que não é permitido, mas é a primeira vez dela.
— A maioria das pessoas fazem acordos pela primeira vez e estão sozinhas.
— Mas eu não pedi isso, Zarek — Cassie interviu, ainda segurando o braço de Livian. — Talvez se ele ficar...
— Saia! — Zarek ordenou a Livian com voz grossa.
— Vai dar tudo certo — ele disse após alguns segundos, saindo e fechando a porta atrás de si.
Cassie cruzou as mãos em frente ao corpo e olhou para Sky, tentando ver que expressão ele exibia.
— Sky — Zarek chamou, apontando para ela.
Sky foi até ela em silêncio, tocando seus braços com as duas mãos.
— Apenas faça o que ele mandar sem questionar — sussurrou próximo ao ouvido dela. — Você está bonita.
O coração de Cassie estava tão acelerado que ela m*l conseguiu ouvir o que ele disse. Ela teve que respirar fundo para não ficar ofegante.
— Deitem.
Os dois obedeceram e deitaram lado a lado na mesa de concreto, rodeada por velas vermelhas.
Zarek se aproximou com uma taça de ouro em uma mão e uma adaga com pedras vermelhas na outra, então deixou a taça sobre a mesa e segurou a mão de Cassie. Ela queria gritar para ele parar, mas nenhum som saiu de sua boca e ela fechou os olhos, soltando um gemido assim que a ponta afiada da lâmina rasgou sua pele.
Ela nem se deu conta de que apertava a mão de Sky o mais forte que podia para conter a dor, então quando o sangue foi derramado na taça, ela abriu os olhos e soltou o ar.
Agora foi a vez de Sky ser cortado, e o sangue dele foi colocado em outra taça de ouro.
— Tudo bem? — Sky questionou a ela com voz baixa.
Cassie não respondeu, mas assentiu e ergueu a cabeça para observar o que o outro demônio fazia com os sangues.
— Sky, você tem total liberdade — Zarek falou, deixando as taças sobre a mesa e se afastando.
— Para fazer o quê? — Cassie questionou. — O acordo já não foi concluído?
— Ainda não — Sky respondeu. — Há mais uma coisa que eu preciso fazer.
— O que, Zarek? — Ela questionou novamente, se levantando antes que Sky pudesse tocá-la.
— Cada demônio tem sua forma de selar o acordo, uma exigência que o contratante deve obedecer — Zarek respondeu.
Sky já tinha a alma dela, o que mais ele poderia querer?
— Só confie em mim — Sky sussurrou, se aproximando. — Eu também não quero, mas é necessário.
Tudo o que eles sabiam fazer era dizer que era necessário, e nunca explicavam o que exatamente isso significava.
Sky estendeu a mão ferida para ela, então ela estendeu a que sangrava também e entrelaçaram as duas, causando uma onda de choque quando os sangues se encontraram.
— Só mais uma coisa — Sky exprimiu com os olhos fixos na boca dela.
Cassie não teve tempo de se mover quando ele colocou a mão livre na bochecha dela e a puxou para um beijo inesperado. Ela não teve outra reação a não ser ficar imóvel e retribuir o beijo segundos depois.
A boca dele tinha gosto de menta e seus lábios eram macios. Ela só se deu conta do que acontecia quando Sky separou seus lábios e mordeu o lábio inferior, se voltando para Zarek.
— Pronto — ele disse simplesmente.
— Precisa de um minuto para se recompor, Cassiopeia? — Zarek perguntou a ela com um sorriso leve nos lábios.
— Não — ela respondeu, limpando o canto da boca. — Pode continuar.
Zarek misturou os sangues que estavam nas taças e abriu um enorme livro com uma página em branco.
— Para a conclusão, assinem seus nomes aqui. — Ele entregou uma pena branca a Cassie.
Ela segurou a pena com mãos trêmulas e molhou sua ponta no sangue e escreveu seu nome, fechando o punho para que suas mãos parassem de tremer. Assim que ela se afastou, entregou a pena para Sky e ele fez a mesma coisa.
— Você não desmaiou nem por um momento sequer, foi impressionante — Zarek comentou, com o sorriso ainda em lábios. — Você é forte, Cassiopeia.
— Eu posso ir? — Ela questionou.
— Agora sim. Te vejo na festa do Barzan.
Cassie deixou aquela sala às pressas, cuidando para não tropeçar ao andar para a saída, sem saber exatamente para onde ir agora.
Ela se lembrou de que Livian e Kiara estariam na festa, então correu para a mansão no fim da rua iluminada e movimentada.
Todos os olhares se voltaram para ela assim que ela entrou pela porta aberta.
— Olha só! — Barzan anunciou do microfone com um olhar de satisfação. — Nossa convidada especial acabou de chegar! Venha até aqui, Cassiopeia.
Cassie não sabia o que fazer, mas havia tantos olhares de vários demônios voltados para ela, que ela achou melhor fazer o que ele dizia e tentar parecer como uma deles.
— Essa festa está linda — ela disse, forçando um sorriso. — O anfitrião sabe como comemorar.
— É a nossa especialidade — Barzan respondeu com uma risada. — Que bom que gostou.
Cassie olhou para a mão pingando sangue e entregou o microfone para ele, ainda sorrindo.
— Ei, Cassie! — Kiara acenou, chamando ela com a mão. — Precisamos retocar sua maquiagem!
Ela não pensou muito e foi com ela só para poder sair dali. Kiara levou ela para um quarto enorme, aonde o som da música não invadia, então correu para o banheiro.
Seu batom estava borrado e o canto de seus olhos vermelhos pelas lágrimas que ela se recusou a derramar.
— O que foi? — Kiara perguntou, indo até ela.
— Eu estou cansada! — Cassie gritou, batendo as mãos na parede do banheiro e espalhando sangue por todos os lados. — Do Sky, da minha vida, disso tudo!
A sorte era que a música estava alta e ninguém escutaria os gritos.
— O que houve?
— O Sky me beijou — ela respondeu, dessa vez com voz baixa constrangida do que havia feito.
— Ele te beijou? — O queijo de Kiara caiu e ela colocou as mãos sobre a boca. — Será que ele se apaixonou...
— Quem se apaixonou por quem? — Livian entrou no quarto e fechou a porta.
— Ninguém — Cassie respondeu, saindo do banheiro. — E não, Kiara, não.
— Por que vocês pararam de falar? — Ele questionou. — E por que estão tão tensas?
— Não é nada — Kiara disse, tirando um batom vermelho da bolsa. — Eu só vim retocar a maquiagem.
— Como foi na cerimônia?
— Ocorreu tudo bem — Cassie respondeu, apertando a mão ferida.
Era evidente que Cassie estava com raiva por algum motivo. Seus olhos não mentiam e ela pressionava o ferimento para sentir dor.
— Então por que está assim? — Ele sentou ao lado dela.
— É normal o demônio beijar a contratante durante a cerimônia?
— O Sky te beijou?
Cassie não respondeu, mas a resposta ficou óbvia.
— Eu vou pegar ele... — Livian se levantou com os punhos fechados.
— Livian, não! — Ela pediu, segurando o braço dele. — Ele disse que era necessário e o Zarek disse que eu deveria obedecer.
— Mas os contratos não são feitos assim, não exige contato físico. Não entendo porque isso aconteceu.
Cassie olhou para Kiara esperando uma resposta.
— O Livian está certo — ela disse. — Eu fiz milhares de contratos e nunca precisei fazer isso. Por isso eu pensei que ele havia se apaixonado.
— Não. — Cassie negou com a cabeça. — Ele disse que não queria, m*l olhou na minha cara. Eu me sinto tão usada.
— Não se mova. — Kiara se aproximou e deslizou o batom sobre seus lábios. — Agora está novinha em folha.
— Se me deixar ir eu posso resolver isso — Livian falou.
— Eu não quero mais tocar nesse assunto, Livian. Não quero que briguem por minha causa e já passou.
Ele revirou as gavetas da cômoda ao lado e se ajoelhou em sua frente, encaixando sua mão com cuidado.
— Vamos embora — ele disse, puxando ela pela outra mão.
— Não — Cassie respondeu, se levantando. — Eu vou ficar e aproveitar a festa.
— Tudo bem. — Ele estendeu a mão para ela.
Os três desceram novamente para a festa e assim que pisou no salão, ela viu Sky conversando com Zarek e Barzan.
Cassie não sabia como não tinha aceitado a oferta de sair dali. Aquele, definitivamente, não era seu lugar e nem se sentia bem ali, mas precisava fingir que estava tudo bem.
— Livian, você quer dançar? — Ela questionou.
— Por que não? — Ele acompanhou ela até o centro do salão.
Os olhares foram voltados para eles, inclusive Sky estava encarando e Cassie desviou o olhar de seus olhos negros.
— Estão todos olhando — ela disse a Livian com constrangimento.
— Estão olhando para você, acredite.
Cassie, que nunca era notada, agora estava sendo observada demais.
— Acha que o Sky ficará bravo?
— Pelo o quê?
— Por estarmos dançando juntos.
— Ele não tem motivos para ficar. Você não é propriedade dele e muito menos namorada.
— Tem razão, mas ele e Zarek estão olhando com uma cara...
— Finja que eles não existem, eu faço isso sempre.
Cassie sorriu sem mostrar os dentes e deitou a cabaça no ombro de Livian. Ele a conduzia em uma dança lenta, enquanto ela estava de olhos fechados tentando se esquecer por um minuto o beijo de Sky.
(•••)
Muriel com certeza não sabia o que era a maternidade, nunca imaginou que seria tão difícil e nunca se viu em uma posição em que estivesse apaixonada e mãe de uma pequena menininha. Seu sonho nunca foi aquele, ela sempre quis crescer no séquito demoníaco e se tornar uma das aliadas de Lúcifer. A ideia de felicidade de ver mulheres agarradas a crianças e marido era uma loucura, e agora estava exatamente nesse posição com a pequena Cassie em seus braços. Eles eram felizes, passaram-se alguns anos e nem um sinal problemas. Não haveria porque, eles não incomodavam ninguém, não usavam suas habilidades e viviam uma vida normal como qualquer humano. Não deveria ser crime amar.
— Não conseguimos nada. — Alistair deixou os ombros caírem em desânimo. — Estou perdendo as esperanças.
— Calma — Muriel pediu, acalmando o bebê em seu colo. — Não é o fim, temos uma pista. É melhor que nada.
— Tem razão, mas se eles virem atrás de nós...
— Já faz anos, por que eles viriam? Não estamos importunando ninguém.
— É só aquele sentimento de medo. A agonia de que algo terrível pode acontecer a qualquer momento...
— Nada vai acontecer — Muriel tranquilizou. — Vamos encontrar o último objeto e então poderemos viver sem medo.
Já fazia algumas meses que Muriel e Alistair andavam em círculos sem ter exatamente um destino final ou uma rota planejada, a única coisa certa era que eles precisavam encontrar um homem específico para saber mais sobre o objeto perdido no mundo dos humanos. Eram os três objetos mortais: o livro dos acordos — que continha todo tipo de encantamento e fraqueza dos demônios; o cálice angelical — que tinha a capacidade de dar uma porcentagem do poder dos anjos e criar novos seres divinos; e ainda tinha o terceiro e último artefato que ninguém sabia o que era. Eles nem sabiam se esse homem sabia mesmo o que era aquele terceiro objeto, provavelmente só Deus sabia a verdade daquele mistério que era oculto até mesmo dos anjos.
Mas às vezes parecia que eles não iriam conseguir, Muriel tinha quase certeza, o que existia era aquela pontinha de esperança para que tudo desse certo e Alistair rezava todas as noites de joelho para que desse certo.
Alistair pegou Cassie no colo e fechou os olhos ao encostar sua cabeça na dela. Era a forma como ele transmitia o amor, através do toque, do pensamento e do carinho. Muriel olhava para ele com um sorriso, ela a amava tanto que até doía.
— Um dia, quando for uma mulher linda, Cassie vai ser aquela que uniu anjos e demônios — Alistair disse com um sussurro, passando a ponta dos dedos pela testa do bebê. — Ela vai ser aquela que acabou com a hierarquia dos anjos e a ordem dos demônios. Ela vai unir céu e inferno.
— É — Muriel concordou. — Ela vai ser boa e vai ajudar a quem precisa.
Eles sabiam que Cassie seria boa e gloriosa porque podiam senti-la e escutar seu coração, anjos e demônios que não tinham essa ligação com ela temeriam seu poder e julgariam que se tornasse a destruidora de tudo, o início do Apocalipse.
Uma tontura atingiu o corpo de Alistair e ele teve que entregar a criança a Muriel, contendo um grito de dor para não assustá-las.
— O que foi? — Muriel franziu o cenho.
— O rádio dos anjos — ele disse com dor, colocando as mãos sobre a cabeça. — Estão gritando na minha cabeça.
— O que dizem?
— Mataram Laura Carter, a mulher que estava prometida a Lúcifer — ele contou com voz falha. — Ao que parece estão acusando os anjos, mas ninguém sabe realmente.
O sangue sumiu do rosto de Muriel e seu coração literalmente parou por alguns segundos. Enquanto ela pensava, uma forte dor invadiu sua cabeça e seu sangue ficou quente, fazendo ela transpirar em nervosismo.
Ela sabia que seria a próxima da lista porque ajudou Laura Carter a fugir e ainda mais porque sabia que ela carregava o filho de Lúcifer.
— Eles a mataram quando descobriram da criança — Alistair voltou a contar com nervosismo. — Porém, ela estava só, não acharam seu filho.
Antes que Muriel pudesse responder, batidas na porta e os dois se calaram, trocando olhares de medo entre si. Muriel foi rápida e escondeu Cassie em um fundo falso da parede e colocou a cadeira em frente a tranca para que ninguém visse. Poderia ser qualquer um, algum vizinho que morava ali perto, mas era bom prevenir do que remediar e Cassie era tão inteligente por ficar quietinha enquanto estava escondida.
— Eu vou abrir — ela sussurrou a Alistair. — Fique atrás de mim.
Não era mito, os demônios realmente eram mais fortes que os anjos em combate corpo a corpo e por isso Muriel protegia ele.
Ela andou até a porta com receio, tocando a maçaneta com o coração acelerado, então abriu a porta e perdeu completamente o ar ao ver Zarek e Barzan parados na porta, armados até os dentes.
— Muriel — Zarek disse com um sorriso —, que bom te ver depois de tanto tempo.
Muriel correu para fechar a porta novamente, porém foi empurrada por Barzan e Zarek chutou a barriga dela. Com o ímpeto de protegê-la, Alistair ficou em sua frente e encarou os demônios.
— Nos deixem em paz — ele pediu. — Eu estou implorando, eu me curvo diante de vocês caso esse seja o preço.
— Então se curve — Zarek mandou.
Alistair ajoelhou e abaixou a cabeça para ele. Se ajoelhar era melhor que morrer, era uma opção viável e ele faria o que fosse para viver em paz. Todos ali sabiam que Zarek era a segunda voz de Lúcifer, então talvez ele pudesse reconsiderar e deixar os dois passarem. O que Alistair não sabia era que Muriel deveria com Zarek, não fugir com ele.
Zarek soltou uma risada alta ao ver o anjo ajoelhado em sua frente e Barzan o acompanhou:
— Mas que prazer — ele comentou, ainda rindo —, o anjo se ajoelhando e implorando por misericórdia.
— Zarek, por favor — Muriel pediu —, vá embora.
Foi necessário apenas Zarek arquear a sobrancelha e Barzan desferiu um soco no rosto de Muriel, fazendo ela cair com a força que usou.
— Não a machuquem — Alistair pediu.
— Não, eu vou machucar você e vai doer muito.
— O que você prova machucando ele? — Muriel questionou, se levantando. — É a mim que você odeia.
— Eu não me importo com quem morre. — Ele riu. — Mas você se importa.
— Zarek, por favor...
Muriel não terminou de falar quando Zarek cortou a garganta de Alistair e sangue jorrou para todo lado, sujando toda a roupa de Zarek. Um grito estridente e doloroso saiu da garganta de Muriel, carregado de lágrimas e sentimento. Ela correu para chegar até Alistair e o segurou em seus braços antes que ele caísse no chão. E então ele fechou os olhos com grunhidos de dor que logo cessaram quando seu coração parou de bater. Não houve nem uma palavra, nem um abraço de despedida. Tudo ocorreu tão rápido, eles nem esperavam.
— Ah, que nojo — Zarek reclamou com o nariz franzido. — Estou coberto do sangue imundo de um anjo.
— Vamos avisar a Lúcifer que está feito — Barzan chamou.
— Eu odeio vocês! — Muriel gritou, apertando Alistair contra seus braços. — Eu odeio tanto vocês!
— Você sabe que eu amo você. — Zarek sorriu. — O suficiente para te deixar viver em tormento e relembrar cada dia a morte do amor da sua vida. Esse é o seu castigo, Muriel, deveria saber que hora a conta iria chegar.
Zarek e Barzan saíram sem preocupação, levando consigo a enorme espada suja e Muriel permaneceu sentada sob a poça de sangue que se formou e chorava sem fazer barulho, deitando sua cabeça na cabeça de Alistair. Não era como se ela não soubesse, ela sabia que ela, ele ou ambos acabariam mortos. Eles meio que aceitaram esse destino porque não encontraram um meio de se salvarem dessa.