Narrado por Lorena
Eu voltei da viagem de Belém como outra mulher. Meu corpo estava cansado, as pernas pesadas do vôo e das horas que passei no hotel com Raví fazendo vocês sabem o que... Mas a mente ? A mente tava em festa. O peito, explodindo de alegria. E a alma... Como se tivesse vivido a coisa mais intensa da minha vida e talvez tivesse mesmo.
Perdi a minha virgindade com Raví Rocha. Só de pensar nisso, de deixar a frase ecoar dentro de mim, já me dava um frio na barriga. Mas um frio bom, muito bom.
Ele tinha sido mais do que um cantor famoso, mais do que aquele rosto conhecido da TV e das redes sociais, ele tinha sido meu, só meu. Foi cuidadoso, presente, provocante... Safado na medida certa. E o jeito que ele me olhou depois, como se eu fosse a coisa mais preciosa que ele já havia segurado nos braços, ficou gravado em mim. Estava muito insegura, mas ele me mostrou que eu era especial e que aquilo foi especial pra ele também, foi além de apenas desejo pela carne.
Cheguei em casa já no fim da noite. O cheiro de feijão que a minha mãe fazia na noite anterior para poder almoçar no dia seguinte ainda tomava conta da casa. Ela tava sentada no sofá, assistindo programas de domingo, mas quando me viu entrando levantou na hora.
--- Ô, minha filha! E aí, como foi o curso e a viagem ? --- A mentira já estava na ponta da língua, queria contar pra ela a verdade, que eu havia me tornado mulher por completo, como foi incrível mas eu não podia.
--- Foi bom demais mãe. Foi bem cansativo, mas valeu muito a pena. Vi umas palestras massa de planejamento, comunicação, marketing, essas coisas. Tudo foi muito proveitoso, aprendi bastante. --- Ela sorria orgulhosa.
--- Eita! Que chique. Mas tu tá com a cara de quem foi arrastada por um furacão. Vai dormir vai, depois tu me conta tudo. --- Sorri pra ela e lhe dei um abraço e um beijo, depois fui direto pro meu quarto e tranquei a porta.
Deitei na cama e, por um instante, fiquei ali abraçada com o travesseiro, revivendo minha última noite como se meu coração ainda estivesse com ele. O gosto dos beijos ainda brincavam com a minha boca, ainda sentia sua mão passar pela minha pele, conseguia ouvir a sua voz dizendo que eu era dele.
Queria poder gritar pra todo mundo, mas entendia que tudo era um segredo, meu e dele.
No dia seguinte estava pronta para voltar à rotina da faculdade, mas as mensagens começaram logo cedo, um áudio dele:
Raví Rocha ( áudio de 6 segundos ):
Bom dia mocinha, dormiu pensando em mim foi ? Porque eu sonhei contigo e acordei querendo repetir aquela última parte ali no chuveiro.
Eu ri baixinho mas respondi rápido tentando conter minha empolgação.
Lorena:
Bom dia. Sonhou mesmo ou é só safadeza disfarçada de saudade?
Raví Rocha ( áudio de 8 segundos ):
Tu não tem noção do que tu fez comigo Lorena... Me deixou doido, vontade de pegar um vôo agora só pra morder teu pescoço daquele jeitinho que tu gosta, tu lembra, né ?
Quase deixei o celular cair da mão. O sotaque dele, a voz arrastada e quente de quem havia acabado de acordar, o jeito que ele pronunciava meu nome... Era como se me tocasse de longe.
Lorena:
Tô indo pra faculdade agora, depois a gente se fala, beijos gatinho.
Respondi e fui pra faculdade. O ônibus lotado como sempre, entrei na sala abafada e me sentei atrás. A aula era de contabilidade, chata pra c****e, mas tudo parecia diferente, eu estava diferente.
Logo senti alguém me cutucar e olhei, era meu amigo Matheus, meu amigo gay que se brincar era mais mulher do que eu.
--- Eita, Lorena, o que aconteceu contigo ? Tá toda... Flutuando hoje e esse sorrisinho bobo aí em ? ---
--- Hã? --- Respondi, a verdade é que eu não tinha nem escutado direito o que ele havia dito.
--- Tu tá diferente, mulher. Chegasse toda calada e tais com esse sorrisinho safado no canto da boca aí, vai me dizer que não rolou nada nessa viagem? --- Matheus sabia que eu havia viajado, disse pra ele que eu ia visitar uma tia distante por parte do meu falecido pai, não contei nada pra ele do Raví.
Soltei uma risada curta fingindo normalidade.
--- Tu é doido, Matheus. Tava me lembrando só dá viagem, foi muito bom lá na casa da minha tia. ---
--- Aham, casa da tia. Tu transou né safada ? --- O olhei abismada, esse gay é louco.
--- Que isso menino ? --- cochichei já sentindo minha bochecha esquentar e fiz sinal pra ele falar baixo.
--- Sabia! Perdesse o cabaço num foi ? Tá com a cara de quem viu estrelas e voltou. Quando quiser conta tô aqui viu? Vou adorar saber como foi, com quem foi e todos os outros detalhes. - Piscou pra mim fazendo cara de safado.
Desviei o olhar rindo e mordi meu lábio. Nem eu sabia como esconder o que eu tava sentindo.
À noite, depois do banho, deitei na cama com meu pijama velho de guerra e fui mexer no celular. Logo vi que vi que ele havia mandando uma mensagem pra mim, meus dedos deslizaram direto até a conversa com ele.
Raví Rocha:
Tá sozinha?
Lorena:
Tô sim... Por quê?
Raví Rocha:
Porque não paro de pensar em tu, manda uma foto de agora pra eu te ver mocinha. 😈
Eu tirei uma selfie básica, meu pijama era de alcinha e meu cabelo estava preso, assim que eu mandei ele logo visualizou, ficou uns segundos sem responder mas logo veio o ataque.
Raví Rocha:
Tá linda mocinha, mas eu queria outro tipo de foto. Tu sabe do que eu tô falando.
Fiquei parada olhando pra tela, sabia bem que tipo de foto ele queria e eu nunca havia mandado nada do tipo, nunca confiei ou me relacionei com um homem dessa maneira. A princípio travei, meus dedos digitaram e apagaram várias vezes, não sabia se deveria dizer sim ou não, acho que ele percebeu e me mandou um áudio.
Raví Rocha ( áudio de 8 segundos ):
Não precisa ser toda nua não, só uma foto tua de lingerie, de calcinha assim só pra mim. Pra eu lembrar do que é meu, tu confia em mim né ? Tu sabe que pode confiar.
E aí ele me pegou, sim, eu confiava. Contra toda a lógica da nossa "relação" eu confiava.
Vesti uma das lingeries sexy que eu havia comprado escondido da minha mãe, essa era cor de vinho, de renda e alça fina, mas não era transparente. Tirei uma foto no espelho grande do meu quarto, mas cobri meu rosto com o celular.
Lorena:
Apaga depois tá ? Por favor.
Raví Rocha:
Tu é uma perdição mulher. Quer ver como eu tô agora?
Demorei pra responder, estava me vestindo. E antes que eu pudesse escrever qualquer coisa, veio outra notificação.
*Mídia Recebida*
Cliquei com os dedos tremendo e com um frio na barriga. Era ele. Deitado nu, na cama, sem nenhum pano cobrindo. A mão dele já estava em movimento, a respiração pesada. No vídeo ele falou:
--- Isso aqui é pra tu, mocinha. Só pra tu. Não mostra pra ninguém, esse é o nosso segredo. Olhe como tu me deixa mulher. ---
Continue assistindo paralisada, minha boca ficou seca. Senti um desconforto no meio das minhas pernas, queria ter ele dentro de mim de novo, queria colocá-lo na boca, sentir o gosto, a sensação.
Ele gemia baixinho no vídeo, rouco, dizia meu nome, falava o que faria comigo se eu estivesse ali.
--- Agora se toca pensando em mim viu ? Você é minha. ---
Meu corpo reagiu na hora, minhas mãos tremeram, mordi meus lábios. Meu coração só faltava pular do meu peito, deitei com meu celular na mão e coloquei o vídeo do início.
Passei os dedos no meu centro devagar, olhando os movimentos dele, seu m****o, lembrava da voz dele, seu sotaque, seu sorriso safado e me deixei levar. Fiz exatamente o que me pediu.
A sensação me levou longe. A onda de prazer veio rápida, quente. Ofegante sussurrei o nome dele e sorri, satisfeita e entregue, eu já era dele.
Ele me mandou outro áudio vendo que eu ainda não havia respondido o vídeo que ele havia me mandado.
Raví Rocha ( áudio de 10 segundos ):
Tu não tem noção do que eu tô sentindo por tu mocinha... Eu vou te viciar, viu ? E depois, quando eu disser "vem", tu vai vir correndo. Toda molhadinha só pra mim. Boa noite mocinha, descansa minha princesa.
Lorena:
Boa noite Raví.
Já era. Eu tava viciada nele. E mesmo sabendo que eu era só uma sombra escondida por trás da namorada pública dele... Naquele momento, eu me sentia a mulher mais desejada do mundo inteiro.