O cheiro de alho fritando na manteiga se misturava com o aroma doce do arroz sendo finalizado no fogão de lenha. Liz enxugava as mãos no pano de prato enquanto observava a movimentação pela cozinha. As mulheres da casa pareciam dançar num ritmo caótico e sincronizado: Aurora terminava o feijão tropeiro, Malu ralava cenoura pra salada, Luna ajeitava a sobremesa improvisada na travessa, enquanto Paloma e Lívia discutiam se valia a pena fazer vinagrete "mesmo sem churrasco". O tempo estava mudando. A brisa que vinha da janela da frente já não era seca. Tinha aquele cheiro de chuva por vir, de chão quente prestes a molhar. O céu começava a escurecer devagar, pintando as paredes internas da casa com uma luz mais fria, mais silenciosa. — Só falta pôr a mesa — disse Aurora, enxugando o rosto

