Pré-visualização gratuita • Prólogo •
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Olá, seja bem-vindo ao meu mundo imaginário!
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Primeiro quero avisar que esse é um Spin-off de:
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Minha Obsessão.
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Então, caso você queira saber mais sobre o nosso protagonista e mais sobre alguns dos personagens citados no decorrer da história, eu recomendo que leia. Mas não precisa ler um para entender o outro, são historias distintas.
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Eu também gostaria de dar alguns avisos sobre o que você pode - e irá - encontrar no decorrer da história.
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1° Palavras de baixo calão.
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2° Cenas de sexo ou insinuação ao sexo.
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3° Menção a homicídio, estupro e diversos outros crimes.
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4° Violência ou tortura.
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5° Machismo e manipulação.
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6° Drama, ação e muita, muita e muita comédia (depende do quão ferrado o seu humor é)
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7° Erros ortográficos ou de digitação (por que a autora revisa, mas é lerda)
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Apelação: Eu gostaria muito de pedi para que vocês comentem, votem, compartilhe e indique essa história para seus amigos. Quanto mais interação com a história tiver, mas rápido os capítulos saíram.
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Obs: Sempre tento deixar as minhas histórias com um clima leve, se você gosta de histórias "pesadas" peço que dê uma chance a essa história antes de desistir dela. Mas não esperem nada que romantize a violência contra a mulher, estupro ou coisas do tipo.
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Obs 2: Tudo nessa história é baseado em outras histórias - e seriados - sobre o tema que eu já li e assisti (Exemplo: Vis a Vis, Orange Is the New Black, atração fatal, amor bandido, atrás das grades, Visita íntima, bog mouth, Lance criminoso, Prison break, toy boy e etc) , mas é a primeira vez que eu escrevo sobre o tema. Obviamente, nem tudo o que acontecerá nesse "presídio" fará todo o sentido e poderá ter alguma semelhança com histórias do mesmo tema.
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Obs 3: A história é 100% ficção e a autora não compactua com certos tipos de pensamentos e comportamentos dos personagens.
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Comunicado: A autora tá ciente que pessoas da "quebrada" falam muito mais gírias do que vai aparecer no livro. Mas tem muita gente que não entende e como o objetivo da leitura é entender o que você está lendo, eu preferi não abusar.
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Boa leitura!!
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• >> Emily G. Donovan >>
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Nunca me senti satisfeita em saber como as coisas funcionam dentro dos presídios.
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Meu pai, policial penal, chegava em casa todos os dias contando horrores do que acontecia aqui dentro com os detentos e morreu por causa de uma revolta causada exatamente por isso. Quando o ocorrido aconteceu, os presos não quiseram saber quem era ou não as autoridades que os deixavam morrendo de sede e de fome, ou quem os deixavam na solitária até que estivessem perto de enlouquecer.
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Os policiais que não tinham nenhum envolvimento e suas famílias foram os que mais pagaram o preço por isso.
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Eu sabia, desde o início, que não seria nada fácil ser a superintendente de um presídio masculino, que muitos deles não me levariam a sério pelo simples fato de eu ser uma mulher para liderar uma prisão com centenas de homens. Sabia dos riscos que eu correria todos os dias do momento em que eu atravesso aquela porta para entrar até o momento que eu atravesso para sair. Mas isso nunca me impediu de fazer o meu trabalho da melhor e mais justa forma que eu puder e eu me orgulho em dizer que a cadeia virou outro lugar desde que cheguei, que a maioria dos presos estão andando na linha.
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Enquanto eu estiver aqui, nenhum deles terá motivo o suficiente para iniciar uma revolta. Todos os homens que estão trancafiados nessas celas estão aqui para pagarem pelos crimes que cometeram e sabem disso. Nenhum deles é uma criança que não sabia o que estava fazendo ou foi obrigado a cometer o crime, se errou tem que pegar e eu sou aquela que vai garantir que a sua punição seja cumprida. Mas eu não aceito nenhum tipo de violência ou maltrato desnecessário contra detentos, cada um deles já recebeu as suas punições e agora estão em custódia do estado, não tem castigo pior que esse para alguém como eles.
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— Entre! — Mandei assim que ouvir batidas sendo depositadas na porta da minha sala, não demorou muito para que a minha assistente aparecesse — Aconteceu alguma coisa?
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— Briga dentro da cela. Rodríguez cortou as bolas do Silva enquanto ele dormia — Ela comentou com normalidade e eu reprimi os lábios enquanto fazia uma careta — Acredito que o motivo seja o fato do Silva gostar de se aproveitar dos mais fracos enquanto eles dormem.
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— Onde estavam os carcereiros quando isso aconteceu? — Encarei a loira que deu de ombros e eu me encostei na cadeira acolchoada ainda olhando para a minha assistente.
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— Preferiram não se envolver em algo tão… íntimo — Ela tentou esconder a graça na sua voz e eu revirei os olhos. Pamela é uma boa pessoa, apesar do seu humor sádico.
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— Transferiram o Silva para um hospital e colocaram segurança dobrada na cola dele? — Encarei a mesma que apenas afirmou com um gesto de cabeça — Ótimo! Mande o Rodriguez para a solitária por três semanas — Tentei não soar tão irritada quanto eu estava quando falei: — E diga aos carcereiros que se eles tiverem algum problema em fazer aquilo que são pagos para fazer, que venham falar diretamente comigo.
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Ela assentiu com a cabeça e eu massageei as minhas têmporas, ainda era segunda de manhã e eu já estava soterrada de problemas para resolver. Um viva para a vida dentro dos presídios...
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— Lamento por não ser nada que melhore o seu dia, mas… — Ela joga um arquivo em cima da minha mesa, fazendo com que eu pare de massagear as minhas têmporas e olhe para ela por cima dos óculos por um segundo antes de pegar o arquivo para ler.
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Transferência… Pablo Kauê lima de Azevedo
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— Está a ser preso por furto, roubo, homicídio, tentativa de homicídio, lesão corporal, porte de armas, tráfico de armas, tráfico e porte ilegal de drogas, suborno, lavagem de dinheiro, feminicidio… — Minha sobrancelha se ergue um pouco mais a cada palavra que eu lia a ficha com cada um dos seus crimes com atenção — Ele é era para tá aqui? É um detento de nível superior!
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— Bom, o conselho acha que sim. — Ela ponderou um pouco com a cabeça.
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— O conselho quer fuder com a minha vida — O humor ácido na minha voz era nítido — Isso é um absurdo! Eles sabem que esse presídio não está apto para receber alguém como ele.
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— Devo relatar o ocorrido e pedi para que eles o transfiram para outra instituição penal? — Ela perguntou, me fazendo encarar a foto do sujeito que estava com o pescoço completamente tatuado e o uniforme laranja.
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— Não… — Falei sem acreditar nas minhas próprias palavras, mas eu sabia que se eu pedisse para colocarem ele em outro lugar eles usariam isso para provar que eu não estou pronta para o cargo — Deixe como está.
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— Tem certeza? — Ela disse com a voz um pouco arrastada e eu assenti com a cabeça — Ele chega amanhã.
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— Então organize a planta das celas e faça o possível para ele não dividir a cela com alguém da mesma facção ou de uma facção rival. Já estou cheia de problemas para resolver… — Ordenei para a mesma que assentiu com a cabeça, me recostei na cadeira enquanto assistia a mesma me cumprimentar. Pensei que ela sairia da minha sala, mas em vez disso ela continuou no lugar — Mais alguma coisa?
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— Sim, é que… — Ela pareceu força a memória antes de completar: — O Gabriel Mattos, ele está na enfermaria, sofreu um princípio de overdose hoje cedo.
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Respirei fundo para não parecer impaciente enquanto me levantava e caminhava até a enfermaria. Quando eu cheguei a sala, pedi para que o enfermeiro me desse licença e encarei o homem com uma expressão nada amigável.
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— Com quem você conseguiu as drogas? — Perguntei para o mesmo que parecia um tanto fora de si, ele olhou para mim como se eu fosse algum ser fictício de outro mundo e abriu um sorriso amarelado.
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— Não dá nem um bom dia antes? — Disse com dificuldade e continuei calada, olhando para ele como alguém que exigia uma resposta — Não sei do que você está falando…
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— Ah, você não sabe? — Perguntei com uma falsa calma e ele negou com a cabeça — Posso saber por que você veio parar aqui então?
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— Comi coisa estragada — Ele disse num tom bêbado, me interrompendo e eu respirei fundo.
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— Um passarinho me contou que você está comprando drogas com o Braga. Você confirma? — Perguntei para o mesmo que engoliu em seco ao olhar para mim e eu tive a certeza da resposta assim que ele desviou o olhar do meu.
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— A senhora fala com passarinhos? mó da hora isso hein. Também faz parte do seu trabalho? — Ele perguntou enquanto ria e eu me obriguei a rir, com escárnio.
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— Não, mas faz parte do meu trabalho garantir que vocês tenham uma boa conduta aqui dentro. Garantir que os carcereiros não matem vocês de sede e fome e nem que deixem vocês apodrecendo na solitária. É isso que faz parte da p***a do meu trabalho! — Meu tom era firme, mas não de um jeito grosso — Vou perguntar outra vez, Gabriel. Quem é o seu fornecedor?
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Eu continuei a olhar para ele com uma expressão séria e ele permaneceu calado.
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— Você não vai falar? Estou tentando ser legal com você… — Perguntei para o mesmo que comprimiu os lábios e mexeu os ombros como se não soubesse do que eu estava falando — Fabrício!
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Chamei o policial que estava na porta da enfermaria à minha espera, ele abriu a porta na mesma hora e olhou para mim como alguém que já estava esperando a ordem. Meus olhos passeou pelo seu corpo fardado antes de prosseguir:
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— Quero que você reviste a cela desse sujeito e as duas celas ao lado, leve o cão farejador contigo — Ordenei para o mesmo e olhei para o Gabriel que tinha ficado mais pálido do que o normal — Se achar droga para a distribuição, jogue ele e os seus comparsas na solitária. Se for apenas para o consumo, quero que tire as regalias dele e de qualquer um que esteja a tirar proveito disso, até segunda ordem. Estamos entendidos?
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— Entendido! — Foi tudo o que ele falou enquanto encarava o detento com um sorriso perverso no rosto.
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— Espero que você tenha uma boa recuperação, Gabriel! — Falei com um sorriso amigável enquanto batia no ombro do preso - que nesse momento me encarava como se desejasse arrancar a minha cabeça com os olhos - e caminhava para fora da enfermaria.
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{...}
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— Pensei que não viria mais — Ele disse com um sorriso assim abriu a porta, passou a mão pela minha cintura e me puxou para ele.
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— Eu disse que viria. Sabe que eu sempre cumpro com a minha palavra — Coloquei os braços em volta do seu pescoço e comecei a passar os meus dedos na parte lateral da sua cabeça.
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— Eu sei, mas desde que você assumiu esse cargo me pergunto se algum dia terei que competir a sua atenção com alguns dos seus queridos detentos — Ele resmunga com uma carinha de pobre coitado e eu dou risada enquanto coloco a cabeça para trás.
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— Sabe que comecei a pouco tempo, ainda estou tentando me adaptar, mas eu prometo que logo terei muito mais tempo livre para ficar com o meu namorado — Eu disse de forma sincera, encarando os seus olhos castanhos e o mesmo reprimiu os lábios antes de sorrir sem mostrar os dentes e assentir com a cabeça.
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— Eu vou deixar para lá, mas só porque estava morrendo de saudades de você — Ele disse num sussurro, depositou a mão no meu maxilar e colocou a minha cabeça para o lado, começando a beijar a lateral do meu pescoço. O meu corpo começou a se arrepiar.
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— Você… ficou sabendo do detento que vai ser transferido amanhã? — Perguntei enquanto fechava os olhos para sentir um pouco mais os seus lábios desenhando um caminho até o meu ombro.
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— Uhum… — Foi o que ele respondeu sem tirar a sua atenção do que estava fazendo — É só mais traficantezinho de merda que vai sair das ruas. A cidade e toda a população só tem a agradecer.
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— Ele é um detento de nível superior…. — Falei quase num sussurro e mordi os lábios quando ele deslizou para a mão pelas minhas costas e parou na minha b***a — Acha que ele vai me causar problema?
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— Para um cargo como o seu, todas as alternativas têm que ser consideradas. Deveria ter pensado nos tipos de problemas que você teria ao escolher ficar passeando no meio de bandidos — Ele disse contra a minha pele e eu revirei os olhos.
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— Nathan…
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— Esse tal de Pablo… dizem que ele é um sociopata que mata qualquer pessoa sem motivos. Ele matou a mulher grávida. Acha que eu estou bem com você no mesmo ambiente de alguém como ele? — Ele perguntou, se afastando de mim e eu respirei fundo.
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— Você não tem que se sentir bem com isso. Você tem que me apoiar! Foi o que fiz quando você fez o exame público — Argumentei entredentes para o mesmo que passou a língua pelos lábios e mordeu os mesmo parecendo incrédulo.
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— Isso é diferente, Emily! — Ele exclamou enquanto aumentava o tom — Eu não vou te apoiar nesse seu sonho ridículo! Não vou te apoiar em nada que coloque a sua vida em risco todos os dias. Eu disse para o seu pai que cuidaria de…
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— Eu posso cuidar muito bem de mim mesma! — Deixei claro enquanto olhava para ele, mostrando que eu não estava aberta a discussão.
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— Ah, você pode? Como? Passando a mão pela cabeça de cada criminoso que você conhece? — Ironizou e eu respirei fundo para não perder o controle enquanto prendia os cachos do meu cabelo longo num coque.
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— Se você acha que eu passo a mão na cabeça deles por que eu não deixo todos passarem fome, nem que coloquem eles por dias na solitária sem uma gota de água. Eu fico feliz em avisar que você vai me vê passando a mão pela cabeça de muitos outros. Mas, jamais, serei um ser humano podre como vocês! — Rosnei para ele num tom mais elevado e ele ficou olhando para mim, calado, mas com a raiva se sobressaindo pelos olhos.
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Observei o meu namorado passar a mão pelo rosto, como se estivesse tentando se conter. Ele respirou fundo algumas vezes e depois olhou para o meu rosto, analisando com atenção cada pedacinho dele.
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— Me desculpe, sei que esse trabalho é importante para você por causa do seu pai… — Minha garganta se fechou — Mas eu me preocupo com você…
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— Eu sei que sim… só não gosto quando você age dessa forma — Estava sendo sincera. Nathaniel e o seu pai eram a única família que me restou.
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— Me perdoa? — Ele perguntou enquanto caminhava na minha direção com um daqueles sorrisos lindos que só ele tinha. O sorriso ao qual eu admiro desde que era pequena — Sabe que eu te amo. Não sabe?
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Eu apenas dei um sorriso sem mostrar os dentes e puxei o mesmo pela camisa, colando a minha boca na sua e em questão de segundos nós dois já estávamos na cama.