Branca Liam
Era como tudo que imaginei. Estar em uma praia linda, o som das ondas batendo na costa, o ventinho gelado mais agradável que tinha perto da enseada, os poucos raios de sol refletindo o mar. Um verdadeiro paraíso, que se acaba quando meu corpo começa a dar os primeiros sinais que está na hora de acordar.
A luz batia em meus olhos, viro para o outro lado, resmungando, decidida a voltar a dormir. Escuto um barulho de respiração perto de mim, enrugo minha testa na mesma hora.
Aos poucos abro meus olhos, coço o mesmo para poder enxergar melhor. Vejo um pequeno lobo bem a minha frente, uma pelagem azulada.
- oi!- fala.
- ahh!- grito.
Parece que meu corpo realmente ativo naquele momento. Levo um susto tão grande, viro rapidamente meu corpo para o outro lado, me fazendo sair da cama.
Olho em volta, tentando identificar onde estou. Minha memória era vaga, as cenas eram borradas, não me lembrava direito de como vim parar aqui.
- que gritaria é essa?- escuto uma voz masculina.
Logo as portas do quarto se abrem, um homem olha curioso para mim, seus olhos saem de mim e vão para o lobinho, volta para mim e depois para o lobinho.
Sua expressão era confusa. Me levanto rapidamente, toda desengonçada.
- oi! Me desculpe! Ainda estava meio sonolenta e me assustei com o lobinho!- explico passando a mão nos cabelos, para tirar da minha cara.
- lobinho não, lobinha! Eu sou menina, me chamo pérola, muito prazer! Esse é matheus, beta do meu irmão! Ele está solteiro, se quiser!- fala pérola andando para perto de Matheus.
- pérola!- repreende Matheus.
Mordo meus lábios nervosa, olho pela janela, sei exatamente onde estou mais queria tirar a prova real.
- aqui é a alcatéia lua cheia, não é?- pergunto nervosa.
- sim, senhorita!- fala ele educadamente.
Aceno com a cabeça, concordando com não sei o que.
A alcatéia lua cheia era conhecida por seu misterioso alfa, Rafael Correa. Sua reputação não era a das melhores, já que gosta de m***r seus inimigos para todos verem, torturar ao vivo, ou deixar o corpo deles pelas estradas, mostrando do que ele era capaz. Para deixa uma lição bem clara: não chega com Rafael Correa.
- o que vai acontecer comigo?- pergunto meio baixo.
Minha mente montava todas as cenas mais amedrontadoras que a outra. Era de me m***r devagar, para sentir dor, ao queimar em fogo como faz com as bruxas, ou será que ele tem um jeito mais... medonho para ômegas?
- consigo ver o medo em seus olhos! Meu irmão é tão amedrontador assim? Gostei!- fala pérola abanando seu rabinho.
- pérola!-- repreende mais uma vez. Matheus solta um suspiro, se aproxima um pouco de mim e me olha -- ainda não se decidiu o que irá acontecer com você, mais aconchego a se comportar e seguir as regras!- fala ele.
- quais regras?- pergunto.
- não fazer bagunça!- fala matheus.
- não chamar atenção!- fala pérola.
- não passar pela entrada!
- não pertubar sem ser importante!
- e nunca!
- jamais!
- em circunstância alguma!
- vá para o terceiro andar!- fala os dois juntos.
Muitas regras.
- por que não posso ir lá?- pergunto curiosa.
- sabe que nunca viram o rosto do meu irmão! Ele fica lá e você não vai querer desobedecer ele!- fala pérola.
Aceno com a cabeça. Fiquei querendo subir lá para cima, com vontade de provar o proibido.
- tudo bem?- perguntou Matheus.
- eh, o que disse?- pergunto voltando a realidade.
- em breve o jantar será servido, vista está roupa! Irei acompanha-la!- fala ele.
Dou um leve sorriso a ele.
- obrigada!- falo.
Matheus saiu me deixando sozinha com pérola. Ando até perto da cama, me sento e olho para pérola.
- o que tem de divertido pra fazer aqui?- pergunto.
Ela ergue suas orelhinhas e dá um sorriso.
- quebrar as regras!- fala ela.
Ela corre para fora e eu a sigo correndo, saímos da casa e vejo a alcatéia. Era cheia de pessoas andando para lá e para cá, lobos vigias e as mulheres com seus filhos, algumas camponesas conversando.
- você não me falo seu nome!- escuto.
Olho para pérola que andava, me seguindo pela vila.
- é branca!- falo dando um leve sorriso.
- bom, branca! Sabe nada?- perguntou ela.
Aceno com a cabeça. Vejo que ela estava me levantando para uma área que a placa deixava claro para não ultrapassa.
- pérola!- chamo em alerta.
- não se preocupe, venho aqui sempre!vem!- fala ela.
Sigo e passamos pela placa. Era uma mata densa, não avia trilha de passagem para algum lugar.
Logo vejo um Rio a frente, mais sua água era um pouco escura.
- pérola! Eu não sei nada, falei só para agradar você!- falo.
- não é fundo! É bem raso para falar a verdade, eu não sei nada também!- fala ela.
A mesma coloca de leve seu focinho na água.
- está perfeita! Tira a sua roupa e vem!- fala pulando na água e desaparecendo.
Não era raso? Mordo meus lábios, ando um pouco para frente, tentando encontra-la. Meu coração dispara ao ver seu corpo peludo flutuando na água.
- aí meu Deus!- falo desesperada.
Tiro meus sapatos, minha blusa e minha calça, ficando apenas com minhas roupas íntimas. Vou entrando devagar naquela água escura, me aproximando de pérola.
- acorda! Pérola!- chamo.
Onde ela estava batia em meus ombros, então ela se mexe e sai nadando para fora da água.
- você com toda certeza é do clã inimigo! E você vai ter o destino que merece!- fala ela.
Sinto algo passar por mim, meu coração estava acelerado. Logo uma mulher aparece a minha frente, e em seguida mais três, pela sua aparência sei exatamente o que é... sereias.
Logo mãos vão a minha perna e me puxam para a água, tento subir mais elas são muito fortes. Tento lutar até não ter mais forças.
Elas começa a me puxar até onde ficava suas vítimas, tento economizar o resto de ar que tinha em meus pulmões, estava tremendo. Meus olhos querendo fechar, no mesmo transe que tive na floresta.
Então sinto elas se afastando e braços passando pela minha cintura.