5. Lua

499 Palavras
Peguei minha blusa da loja, vesti, calcei meu tênis, dei uma ajeitadinha no coque, peguei minha mochila e sai de casa. Tinha ligado pro Danilo, meu moto táxi e não demorou pra ele aparecer e me levar até o shopping. Desci, paguei ele e acelerei meus passos até a loja, bati com meu crachá, guardei minhas coisas e parti pro caixa. Fiquei até dez da noite, peguei meu ônibus e ralei pra casa. Cheguei em casa com um choro alto que já dava pra escutar da esquina, fechei o portão, respirei fundo e entrei em casa. — Tão matando a criança? — pergunto e Carolina me olha com cara de cansada. — Ele não para de chorar um minuto — reclama — Já tentei alimentar e ele recusa. Nem Luan conseguiu acalmar ele, foi até na rua comprar doce. — Se bobear, tá com dor na barriga — tiro o tênis e coloco no cantinho da cozinha, ando até a sala e vejo que eles estão sentados no tapete — Tão te matando, tia? — afeto a voz e coloco a mochila no sofá. Assim que Pietro escuta minha voz, vira a cabecinha na minha direção dando pausa no choro e estende os bracinhos pra mim — Tia tá cansada, princeso — ele ameaça abrir o berreiro e o pego no colo. — Olha que chantagista — rir — Te perguntar, ele foi pra creche? — Acabou a luz e tive que buscar mais cedo — concorda — Vou botar teu bolsa família em risco não, relaxa ai — brinco e ela rir. — Nem lembrava, acho que sexta é dia. — Cadê vó? — Jantou, tomou o banho, viu novela e foi dormir. — Tu deu os remédios? — concorda. — Se não for pedir demais, já pedindo... — Cacareja de uma vez. — Fica com o Pietro enquanto eu termino um trabalho da escola, só enquanto o Luan não chega — concordo. — Vai lá, n**a. — Obrigada de verdade, Lua — vai pro quarto dela trazendo vários bagulhos da escola e senta na mesa. — Ficou quietinho do nada — faço cócegas no Pietro que rir. Vou com ele até a cozinha e coloco minha comida, boto no micro-ondas e espero esquentar. Sento na mesa com o Pietro no colo e como dividindo com ele. Olhudo po. — Ele parou de chorar? — escuto a voz do Luan e logo.ele aparece na cozinha — Lua — beija minha cabeça — Só tu mesmo pra fazer essa p***a parar chorar. — Fiz parar de chorar, agora é tua cria — dou pra ele que rir — Ele já comeu? — Comeu dois pratos de arroz, papinha de feijão, abóbora e carne desfiada. Tomou uma garrafinha de suco, e depois mamou até secar a Carol. — Misericórdia. Ainda me fez dividir minha janta com ele. — Essa p***a dá prejuízo, tá nessa. Termino de comer, lavo a louça, tomo um banho, boto um pijama e caio na cama.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR