Peguei minha blusa da loja, vesti, calcei meu tênis, dei uma ajeitadinha no coque, peguei minha mochila e sai de casa. Tinha ligado pro Danilo, meu moto táxi e não demorou pra ele aparecer e me levar até o shopping. Desci, paguei ele e acelerei meus passos até a loja, bati com meu crachá, guardei minhas coisas e parti pro caixa. Fiquei até dez da noite, peguei meu ônibus e ralei pra casa.
Cheguei em casa com um choro alto que já dava pra escutar da esquina, fechei o portão, respirei fundo e entrei em casa.
— Tão matando a criança? — pergunto e Carolina me olha com cara de cansada.
— Ele não para de chorar um minuto — reclama — Já tentei alimentar e ele recusa. Nem Luan conseguiu acalmar ele, foi até na rua comprar doce.
— Se bobear, tá com dor na barriga — tiro o tênis e coloco no cantinho da cozinha, ando até a sala e vejo que eles estão sentados no tapete — Tão te matando, tia? — afeto a voz e coloco a mochila no sofá. Assim que Pietro escuta minha voz, vira a cabecinha na minha direção dando pausa no choro e estende os bracinhos pra mim — Tia tá cansada, princeso — ele ameaça abrir o berreiro e o pego no colo.
— Olha que chantagista — rir — Te perguntar, ele foi pra creche?
— Acabou a luz e tive que buscar mais cedo — concorda — Vou botar teu bolsa família em risco não, relaxa ai — brinco e ela rir.
— Nem lembrava, acho que sexta é dia.
— Cadê vó?
— Jantou, tomou o banho, viu novela e foi dormir.
— Tu deu os remédios? — concorda.
— Se não for pedir demais, já pedindo...
— Cacareja de uma vez.
— Fica com o Pietro enquanto eu termino um trabalho da escola, só enquanto o Luan não chega — concordo.
— Vai lá, n**a.
— Obrigada de verdade, Lua — vai pro quarto dela trazendo vários bagulhos da escola e senta na mesa.
— Ficou quietinho do nada — faço cócegas no Pietro que rir. Vou com ele até a cozinha e coloco minha comida, boto no micro-ondas e espero esquentar. Sento na mesa com o Pietro no colo e como dividindo com ele. Olhudo po.
— Ele parou de chorar? — escuto a voz do Luan e logo.ele aparece na cozinha — Lua — beija minha cabeça — Só tu mesmo pra fazer essa p***a parar chorar.
— Fiz parar de chorar, agora é tua cria — dou pra ele que rir — Ele já comeu?
— Comeu dois pratos de arroz, papinha de feijão, abóbora e carne desfiada. Tomou uma garrafinha de suco, e depois mamou até secar a Carol.
— Misericórdia. Ainda me fez dividir minha janta com ele.
— Essa p***a dá prejuízo, tá nessa.
Termino de comer, lavo a louça, tomo um banho, boto um pijama e caio na cama.