PDV Ana
Olho para minha amiga que está olhando o nada, seu olhar distante.
Ela já está assim tem uns 20 minutos, estou dando o tempo dela para começar a falar o'que está havendo e do porque o Pablo estava aqui.
São tantas perguntas, o porquê da porta está no chão eu já sei, agora eu quero saber que p***a de acordo é esse.
- paola - a chamo com cuidado - meu amor o'que aconteceu?
Pergunto com cautela, Paola me olha, um olhar vazio e triste.
- Acabei de vender o meu corpo e a minha alma ao d***o.
É inacreditável o'que ela diz, começo a rir. Mas rir de gargalhar, mas parei no momento em que percebi que ela não estava me acompanhando na risada.
Meu corpo ficou tenso, o sangue do meu corpo gelou. Senti meu coração acelerar tanto que pensei na possibilidade de infartar naquele momento.
PDV escorpião
Estou inquieto nessa p***a, parece que algo está errado.
Ando de um lado para o outro pensando no que pode estar acontecendo, sinto um aperto no peito, soco o local a fim do aperto parar.
Mas não parou.
Pego meu celular dentro do tubo da cama, tiro do saquinho de plástico e ligo pro Coringa, no segundo toque ele atendeu.
Ligação on.
- Que p***a tá acontecendo aí no meu morro.
Bagulho tá esquisito, tem algo pegando.
- ii relaxa c*****o, teu morro tá seguro. Tem nada acontecendo não.
- fala logo que p***a tá acontecendo logo.
Me estresso logo.
- bagulho é o seguinte, semana que vem tu vai receber uma visita normal ai, e depois vai receber umas visitas íntimas.
- mas que c*****o, já falei que não quero p**a me visitando p***a, quero k.o pro meu lado não. Dispensa essa p***a aí.
Ligação off
Deixo ele nem tentar se explicar e já desligo logo, me estressou legal essa p***a.
Que p***a de visita o'que, eu tô bem pra c*****o sozinho, esses p***a gosta de arrumar problema.
- Qual foi parceiro, tá com problema é.
Não respondo, pego meu beck e acendo, levo até a boca e puxo um trago.
Minha mente voa no passado, mas uma vez meus pensamentos me traem.
Eu te amo meu amor
Filha da p**a desgraçada.
PDV Paola
Já se passou uma semana desde que fiz o acordo, o coringa me levou para outra casa aonde eu estou morando agora. Confesso que a casa é melhor que a outra, aqui não falta comigo graças a Deus.
Hoje é o grande dia, o dia da visita.
Estou acordada desde as 3 da manhã preparando as coisas pra levar, ontem embalei tudo nos saquinhos, coloquei o nome dele no caso o vulgo porque o nome não sei.
Coloquei tudo nas sacolas e fui tomar meu banho, lavei meu cabelo.
Depois de tomar meu banho coloco uma calça jeans clara, uma blusa rosa bebê e uma havaianas branca.
Depois de tudo arrumado fui até o quarto da minha filha, dei um beijo em seu rostinho e sai do quarto.
Quando Ana apareceu naquele dia eu estava sem chão, parecia que eu tinha morrido. Custei a voltar a realidade.
Contei tudo a ela, desde as dívidas, aluguel atrasado até a parte do contrato que fiz, na hora ela não aceitou e disse que ia arcar com as minhas dívidas mas não pude aceitar isso.
Assim como eu, Ana também tem dívidas para pagar e não seria justo com ela.
Choramos juntas, um choro de dor e sofrimento.
Saio dos meus pensamentos com sabiar me chamando avisando que já havíamos chegado.
- Qualquer coisa a dona me liga.
Só aceno com a cabeça, pego as coisas e vou para a fila, bato no portão e entrego a minha carteira de visitante.
Demora algumas horas até começar a chamar, uma a três pessoas por vez.
Até que chega a minha vez, o carcereiro grita meu nome bem alto
- Paola Andrade Lopes.
Acento com a mão e vou em sua direção, ele me guia até lá dentro, aonde revista tudo de cada vez.
Depôs me leva até uma sala aonde eu entro dentro de uma máquina e lá mostra até nossos órgãos, graças a Deus essa tortura acaba e ele me leva até o pátio.
E lá estava ele sentado fumando um cigarro como se não estivesse ligando pra nada e bem ele realmente não está.
Me aproximo devagar e ele me olha, um olhar que parece ver minha alma, minhas mãos estão suando e minhas pernas tremendo.
- Oi me chamo Paola.
Ele me analisou de cima para baixo até que ele fala e meu deus que voz grossa é essa.