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Em uma cidade fria e sem muita energia, nascia uma criança não muito querida. Ao dar o seu primeiro suspiro de vida, a sua mãe o olhou com amargor e agonia. O único calor que ele sentiu ao nascer foi o breve cintilar das velas quase apagadas que ainda restavam no quarto que se mantinha em silêncio. O único som era o choro abafado do bebê embrulhado em um lençol velho e encardido.
— Tirem-no daqui. — disse a mulher somente, desviando o seu olhar para longe, com repulsa. A sua insatisfação era grande. — Ninguém pode saber disso.
Os guardas que a acompanhavam com a parteira fizeram sinal de continência e sem muita delicadeza, pegaram o pacotinho embrulhado, que agora já não fazia som, mas respirava suavemente em um sono pesado. Eles saíram às pressas, querendo desesperadamente, esconder aquele terrível segredo.
Acontecia que a mulher, que respirava com dificuldade enquanto arrancava o vestido branco manchado de sangue, era irmã mais nova da rainha. E o menino... um filho bastardo de um rei medíocre.
O som de portas sendo arremessadas para longe e passos de muitas pessoas, a chamaram a atenção, colocando o seu robe safira rapidamente e xingando todos os Deuses que ela conhecia. Ela sentou-se na poltrona ao lado da cama e encarou a porta enquanto ela era aberta com força enquanto tentava controlar a sua respiração, que ainda doía em seu peito. Ao ver o homem adentrar o seu quarto e vasculhar com um olhar aflito todo o cômodo, ela lançou-lhe um olhar de arrogância.
— É assim que se entra nos aposentos de uma dama? — perguntou com o seu olhar sombrio.
— Onde está? Onde está Jong-su ? — ele tinha um olhar assustado e preocupado.
— Como ousa dar um nome a um bastardo? — ela tinha um ódio nos seus olhos que ele não soube aceitar. Para ele parecia impossível uma mãe odiar tanto uma criança que acabara de dar à luz. — Você nunca o verá em vida, meu rei. Eu mandei o sacrificarem, o tamanho de vergonha que o seu nascimento traz a esta família n******e ser calculado.
— Você... ousa assassinar o príncipe herdeiro? — o seu tom de voz subiu a medida que ele chegava mais perto da mulher, em fúria.
— Você nem mesmo sabe se era um menino. — sibilou.
— Eu sei que é. Eu posso sentir. — ele exaltou-se e mais uma vez perguntou, subindo ainda mais o tom de sua voz: — Onde ele está, A-jin?!
— Morto, meu rei.
Ele não conseguia acreditar nas palavras daquela mulher. Ele sabia que aquilo era errado e que ninguém aceitaria um bastardo como herdeiro, muito menos a rainha. Ele sabia que precisava achá-lo antes dela. Ele era o rei afinal, a sua palavra seria final. A sua rainha não pôde dar-lhe herdeiros homens. Ele tornou-se um pouco melancólico e olhou para a mulher com tristeza.
— Como isso se tornou deste jeito entre nós, A-jin?
— Quando o senhor ousou profanar o meu corpo puro e torná-lo disforme com o seu bastardo herdeiro.
— Min-Jin não consegue conceber um menino depois de todos esses anos, você por ser sua irmã devia dar-me um filho, um filho que teria sangue real.
— Isso não é desculpas, meu rei.
— Como rei é suposto que eu possa ter tudo o que eu quero.
— Como rei tu és ingênuo em acreditar que a sua esposa aceitaria tal ato. Se quer que o seu filho viva, não o procure. Apenas me deixe sozinha.
Era evidente em seus olhos a dor que ela sentia. O Rei era um homem solitário e pesaroso. Um rei sem um herdeiro é apenas um estorvo que só aguardam morrer para disputarem quem ficará no poder, é um rei sem voz, um rei que ninguém respeita. Uma brasa ardente ascendeu-se em seu peito e a sua expressão dura e fria apareceu enfim. Ele olhou para os guardas reais e acenou em sua direção, deixando o recinto e apenas ouvindo as súplicas e os gritos da p***e mulher que deixava para trás.
— Mulher nenhuma ousará enfrentar-me desta forma outra vez. — e olhando para os dois guardas que ainda aguardavam do lado de fora da pequena casa ele disse: — achem os homens que levaram o meu filho e traga-o de volta para mim.
— Sim, meu rei! — disseram em coro já se adiantando para os seus cavalos.
Naquela noite os guardas que voltaram de suas buscas foram sacrificados e o pequeno Kwon Jong-su, o príncipe herdeiro, jamais foi encontrado.
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Seis anos haviam se passado desde que um bebê misterioso aparecera na porta da família Han. Ah-ri havia se casado recentemente com o lorde desta família e infelizmente seu bebê não resistiu ao nascer. O bebê, então milagroso que surgiu em tempos de grande dor, apazigou o coração daquela jovem mãe, que o nomeou Han Rowak.