De longe eu já conseguia ver algumas silhuetas se aproximando. Eu encarava aqueles novos visitantes, em uma segunda-feira logo tão cedo era raro de ter pessoas no ferro velho.
A medida que elas pessoas me aproximavam, o sol que nasciam, lhes dava cor.
Cores.
Um passo eu dei para trás eu ver uma cabeça vermelha com o fogo. Mas ao observar um pouco mais... nenhum deles se pareciam com os habitantes de nosso império. Além do menino com cabelos vermelhos, vinha uma menina baixinha de cor de pele diferente, mas que brilhava tanto que deixava tudo ao redor mais belo, era, talvez, a coisa mais linda que havia visto na vida. Junto deles vinha alguém mais parecida com as pessoas de minha terra, mas seus olhos... eles não eram como os meus. Essa menina deixou os outros dois um pouco mais a distância e sorriu ao caminhar em minha direção.
- Olá, Rowak, príncipe do Ar. - ela me estendeu a mão, em um ato de que pronto demorei para associar a uma saudação, o que diabos ela estava falando? - Que bom que te encontramos tão depressa em uma cidade tão grande como esta. Demoraríamos uns dois dias a pé para chegar até a outra margem, creio eu. - ela olhou para a mão estendida e eu apertei sua mão, a fazendo abrir um novo sorriso. - Me chamo Zahra, a propósito.
Nós soltamos nossas mãos e ela fez um sinal para os outros dois que a aguardavam a distância. Eu nada conseguia dizer, por um momento eu tive medo e olhei ao redor, se Lee os visse poderia chamar a guarda. Mas eles eram cofiáveis? Eu não sabia, mas era como se eu pudesse sentir certa segurança ao lado daquela menina que eu nunca havia visto em minha vida, embora ela me fosse familiar.
- Quem... quem são vocês?
- Nós somos as pessoas que vieram, com a sua ajuda, salvar a cidade. - falou ela.
- Tem algum lugar seguro que possamos conversar, Rowak? - perguntou a menina baixinha. Eu a vi mais de perto e só consegui sentir uma onda estranha de nostalgia, eu não consegui evitar sorrir.
- Oh, sim. - eu disse um pouco desastradamente. - Tem um galpão que quase não usamos lá atrás, podemos nos falar lá.
Eu devia ter tido isso? Todos sorriram e ficaram aguardando que eu os conduzisse ao tal galpão, mas eu devia levá-los lá e ficar completamente indefeso e sem rota de fuga em sua presença? Minha mente me alertava que poderia ser perigoso, mas todo o meu ser dizia que eu podia confiar neles, que era o que deveria ser feito. Eu dei um longo suspiro e fechei meus olhos, tentando lutar contra o impulso de sair correndo e não olhar para trás.
- Ele está pensando em fugir da gente. - disse a menina baixinha.
- Como assim fugir, Khali? - perguntou Zahra.
- Ele está com medo de nós. Ele não nos conhece e vamos contra todos os princípios de normal na cabeça dele.
- Faz sentido. - concordou o menino.
Eu abri meus olhos e sorri desconfortavelmente.
- Como você pode saber dessas coisas, senhorita? - eu dirigi minha palavra à menina que agora eu sabia que se chamava Khali.
- Todos nós, assim como você, possuímos habilidades.
- Habilidades? - eu estava novamente inseguro. Será que aquelas pessoas eram loucas?
- Sim. - disse Zahra. - O Richard aqui ele possui força. A Khali tem a visão, ela pode ver todos os sentimentos e intenções de uma pessoas apenas a olhando. Eu tenho o poder do fogo. Você já deve ter manifestado o seu poder, o poder do ar.
Um som vindo da entrada nos fez ficar tensos e eu olhei rapidamente para ela. Eu tinha força, de fato, ninguém mais podia fazer o que eu faço, mas o poder do ar? fogo? Do que ela estava falando?
- Rowak, precisamos sair de vista, pode nos encaminhar agora àquele galpão?
- Me sigam, por favor.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Todos se instalaram muito bem, se sentando e aguardando o meu julgamento sobre a situação. A lamparina que nos dava certa luminosidade do galpão fechado, tremeluzia. As várias caixas empoeiradas e agrupadas de qualquer jeito dava um ar de lugar abandonado, eles olhavam ao redor com curiosidade, mas tudo o que eu conseguia pensar eram nas possibilidades de tudo aquilo ser real.