Laços Inquebráveis (Herdeiros)

Coiote não acredita mais no amor. Para ele, o único sentimento que vale algo é o poder, o mesmo que o manteve em pé quando o mundo desabou. Depois de perder sua esposa em um acidente de carro, ele se viu sozinho para criar o filho e comandar o morro. Recusou toda e qualquer ajuda, decidido a recomeçar do zero por conta própria, com um único objetivo: garantir um futuro melhor para o filho. Mas a dor da perda ainda o consome. Ser dono do morro nunca foi uma escolha — foi um destino imposto por um ciclo de violência e sobrevivência.

Rubi carrega uma vida de sacrifícios nas costas. Trabalha sem descanso, de segunda a segunda, para sustentar o pai e os irmãos, homens que não são viciados, mas exploradores de mulheres. Foi essa mesma opressão que levou sua mãe a fugir, deixando Rubi para trás, mesmo tentando levá-la junto. Desde os dez anos, ela trabalha como empregada para uma senhora abusiva, que não permite folgas nem alívio. E, nos raros momentos em que volta para casa, tudo o que encontra é um ambiente de exploração e ressentimento. A esperança há muito morreu em seu peito, deixando apenas o desejo de liberdade.

Duas vidas tão diferentes, mas igualmente marcadas pela dor e pela luta. Ele, preso ao peso do comando e às sombras do passado. Ela, sufocada pela busca por uma liberdade que parece inalcançável. Será que o amor pode nascer entre tantas cicatrizes? Ou a dor será um fardo eterno, enterrando qualquer chance de redenção?