Fiquei encostado na parede, observando cada movimento dela. Ela mexia com facilidade entre os armários, como se já tivesse feito aquilo mil vezes. Provavelmente tinha. Ela morava ali, afinal. Mas não era isso que me pegava. O que me incomodava era o jeito como ela me confundia. Tão doce, tão educada, tão inteligente... e ainda assim com aquele ar misterioso e provocador. Ela era jovem, sexy, esperta. E tava com o meu pai. Isso não fazia sentido. Ou talvez fizesse, e eu é que não queria admitir. — Cê vai ficar me olhando aí ou vai ajudar em alguma coisa? — ela disse sem olhar pra mim, só mexendo o café na cafeteira. — Prefiro observar o desastre se formar. — rebati. Ela se virou, me encarando com um sorriso safado. — Não me desafia, Enzo. A forma como ela pronunciou meu nome... parecia

