Eu já tava quase pegando no sono quando o som de uma moto estacionando lá embaixo me fez levantar da cama.
Fui até a janela, puxei a cortina com cuidado.
— Ah, não... — murmurei, reconhecendo de cara a figura largada, com a camisa meio aberta e o jeito preguiçoso de quem sabe que pode tudo.
Kauê tava encostado na moto, cigarro entre os dedos, cabeça erguida me procurando. Quando me viu... sorriu daquele jeito que ele sabe que desmonta. Aquele sorriso torto, de canto de boca.
— Desgraçado... — sussurrei só pra mim, já sentindo a pele arrepiar. Desci. Sem pensar duas vezes. Nem sei direito por quê.
Talvez fosse o jeito que ele olhou. Talvez fosse o peso da noite, da carência, do turbilhão de pensamentos que eu tava segurando desde o banho. Ou talvez... talvez eu só tivesse cansada de fu
