CAPITULO 38

1732 Palavras

CATARINA PIROMALLI A dor veio como uma onda, quente, profunda, como se algo dentro de mim se abrisse à força. Eu segurei o lençol com os punhos amarrados, cerrando os dentes para não gritar. Mais uma vez. Eu precisava me concentrar, respirar fundo, manter a calma. Aquilo não podia estar acontecendo. Não agora. — Trinta e quatro semanas — sussurrei para mim mesma, como um mantra. A obstetra tinha dito isso. Trinta e quatro semanas no último exame. Depois disso... o escuro. O cativeiro. O quarto trancado. O colchão duro. A comida insípida. E aquela enfermeira com cara de boneca rachada e um curativo na lateral da cabeça. Contando... Um, dois, três... talvez seis dias? Ou sete? Quantas vezes ela entrou no quarto? Quantas vezes entraram com as refeições? Era impossível saber. O tempo tinha

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