CAPITULO 49

2018 Palavras

Catarina Piromalli O choro suave do meu bebê cortou a escuridão como um chamado instintivo. Abri os olhos lentamente, ainda tomada por um torpor pesado de sono. O container estava frio, úmido, e o ar tinha aquele cheiro metálico típico de navio. — Vìni cca, amurë miu... mamma mò ti dà u tittuni, eh? C’hai fami, eh, picciriddu miu… — murmurei com a voz baixa, tentando acalmá-lo enquanto me inclinava sobre os colchões. Afastei o casaco dos ombros, deslizei o decote do vestido e expus o seio, guiando-o até sua boquinha faminta. Ele sugou com força, e senti aquela dor suave e familiar, seguida de um calor reconfortante. Acariciei seus cabelos macios com a ponta dos dedos, embalando-o com leves movimentos. Era um momento só nosso. Ali, mesmo no meio do caos, eu podia esquecer do mundo. Mas

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