Eu passei a manhã toda como se fosse a última. Amamentei meu bebê com a calma forçada de quem tenta esticar o tempo com as mãos. O leite escorria morno, ele sugava forte, faminto, como se soubesse que algo estava prestes a acontecer. Troquei sua fralda com cuidado, ajeitei a sua roupinha azul-clara que Messina havia providenciado, e o embalei com uma antiga canção de ninar que Lucrezia costumava cantar para mim quando eu era criança. "Sogna, mio piccolo... dormi col vento..." Minha voz era baixa, quase um sussurro, enquanto olhava pela pequena escotilha. O dia lentamente se transformava em tarde, e o mar parecia mais agitado, como se sentisse a aproximação de Cape Hatteras. A luz dourada batia em nossas peles como se estivesse tentando nos proteger. Mas nada protegia mais. Nada era s

