Brasa narrando Tava sentado no canto da boca, calado como sempre, só ouvindo o barulho das moedas caindo na minha mão e a movimentação da rua. Cigarro queimando devagar entre meus dedos, fumaça subindo lenta, e minha mente focada numa coisa só: acabar logo com o Dário. Quanto mais o tempo passava, mais me dava coceira na mão pra puxar o gatilho. Esse verme já respirava por pura sorte. O rádio chiou e um dos moleque veio se aproximando rápido. Pela cara dele, já vinha com fofoca. — Chefe… — ele falou meio baixo, como se tivesse medo de falar alto — a filha do Dário e da Rosa chegou. Tá aqui no morro. Eu soltei uma risada seca, de canto, sem pressa, tragando fundo e soltando a fumaça devagar, na cara do vento. — É mesmo? — balancei a cabeça devagar, olhando pro nada — Veio enterrar os pai

