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1423 Palavras

Sol narrando Desci o resto do morro com o sangue fervendo nas veias, a cara fechada e o passo apressado. Ainda sentia o olhar dele queimando minhas costas, como se tivesse me perseguindo com os olhos. Mas eu nem olhei pra trás. Orgulho é uma merda, né? Só que eu tenho, e não é pouco. Aí eu fui falando sozinha, em voz baixa, mas com raiva no peito. — Agora cê vê se eu posso com uma coisa dessas, meu Deus… — resmunguei, ajeitando a alça do vestido no ombro enquanto me equilibrava nos degraus tortos da ladeira. Um homem que acha que manda em mim… Eu, hein! Nem se ele fosse a última piroca do deserto meu amor, se enxerga! Revirei os olhos com força. A audácia do Brasa era uma parada que me deixava entre o riso e o surto. Que homem insuportável, meu pai eterno. E ainda achando que pode enf

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