BRASA NARRANDO Ela tava ali, encostada naquela parede suada, com o peito subindo e descendo na minha frente como se implorasse pra eu perder o controle de vez. E eu perdi. Mas não com grito. Não com porrada. Perdi no silêncio. Na forma como o cheiro dela subiu pelo meu nariz e me deixou desnorteado. Um cheiro doce… quente… um cheiro de pele viva, de fêmea pronta. Encostei o rosto no pescoço dela sem pensar duas vezes. Senti o calor pulsando ali, bem ali… e foi como se eu tivesse tomado um tiro de dentro pra fora. Ela não recuou. Só fechou os olhos. E isso foi o suficiente pra minha mente sair do eixo. — Tu não faz ideia do que tá fazendo comigo, não faz ideia — murmurei, com a boca colada na pele dela, sentindo aquele gosto salgado, aquele perfume doce, aquele calor infernal. Minha mão

