Rosa Narrando O cheiro do café da Cida subia, quente, aconchegante, mas minha mão tremia em cima da mesa. Eu tava ali, sentada, com o corpo mole e o pensamento fervendo, e ela insistindo pra eu comer pelo menos um pedaço do pão que ela esquentou na frigideira. O olhar dela era de quem tava vendo a amiga sumir aos poucos… e tava tentando segurar com a mão. — Rosa, pelo amor de Deus, come, mulher. A Sol tá chegando aí, tu quer que ela te veja com essa cara de acabada? Magra desse jeito, com o olho fundo, parecendo que não dorme há dez anos? — Eu não tô com fome, Cida… — sussurrei, com a voz já embargada de novo. — Eu tô só… cansada. De tudo. — Para de graça, Rosa. Come. Eu sei que tu tá com fome. Tua barriga já roncou três vezes. Come, que tu precisa estar forte, pelo menos pra encarar t

