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1000 Palavras

BRASA NARRANDO O caminho até em casa foi no silêncio confortável de quem não precisa inventar papo. A Sol encostada no banco do carona, com o cabelo todo bagunçado de dança, o vestido já meio amassado na coxa, a cara de quem não tá arrependida de p***a nenhuma. E eu ali, com a mão firme no volante e o peito cheio demais pra dizer qualquer coisa que prestasse. Porque, pô… eu nunca levei ninguém pra minha casa. Nunca. Nem quando era moleque. Quem conhece minha história sabe que lá não é ponto de visita, não é motel, não é quarto de trepada. É o meu espaço. Minha toca. Meu descanso. Mas ela tava do meu lado. E eu queria ela lá. — Tá calado por quê? — ela perguntou, com aquele sorrisinho de quem provoca. — Tô pensando. — Pensando em quê? — Em como eu demorei pra te levar pra minha casa.

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