Capítulo 44. A fúria de George Tomeras

493 Palavras
Anélisse estava quieta, tentando ser discreta, os passos leves, ela andava de um lado para o outro na cozinha, fazendo panquecas para o café da manhã. Mas a voz dele ecoou no corredor, vindo em direção a ela. — Anélisse. Ela parou. A respiração prendeu-se no peito. O pai estava ali, George Tomeras, os braços cruzados, o olhar gélido. —Viu o herdeiro dos Ross por esses dias ? — a voz dele saiu baixa, controlada. Anélisse tentou manter a compostura. — Não pai, eu..eu juro que não, Desde o dia.. — Não minta pra mim. — George interrompeu, dando um passo à frente. O som de suas botas ecoou como martelos no chão. — Um elfo disse que você saiu esses dias de madrugada . E voltou horas depois. Então eu vou perguntar uma última vez... Ele se aproximou até que o ar entre eles ficasse pesado. — Você estava com o filho dele? O nome não foi dito, mas ela sabia exatamente de quem ele falava. O coração dela disparou. Anélisse baixou os olhos. — Não, pai. Eu não o vi. — Mentiu Ele analisou o rosto da filha, cada traço, como se pudesse ler a verdade através dos olhos dela. O silêncio que se seguiu era tão sufocante quanto a própria raiva contida dele. — Eu avisei o que aconteceria se fosse vista com aquele garoto novamente. A voz de George era cortante. — Você sabe o que a família dele representa, Anélisse. O sangue que corre nas veias de um Ross não deve se misturar ao nosso. Eu tenho nojo de bruxos como o pai dele. Ela ergueu o olhar, firme, mas o coração batia forte. — Ele não é o pai dele. — Não ouse defendê-lo! — o grito de George ecoou pela cozinha.Por um instante, Anélisse deu um passo para trás, assustada. Mas a coragem voltou a preencher seus olhos. — O senhor nem o conhece, papai. Somos amigos desde os oito anos. O pai se aproximou, ficando tão perto que ela pôde sentir o calor da fúria dele. — Eu conheço o sangue que ele carrega, a maldade que o pai dele instiga, só permiti porque pensei que seriam apenas amigos de infância, ele era apenas uma criança, mas agora não é mais. Não importa, não vou mais permitir que você o veja. — A voz de George era firme. O silêncio caiu entre eles. Ela abaixou o olhar, reprimindo o medo e a raiva. — Posso me retirar, pai? Por favor — perguntou, a voz embargada, mas controlada. George hesitou por um momento, os olhos estreitos. — Vá. Mas se eu descobrir que mentiu... nem mesmo sua mãe poderá protegê-la. Anélisse subiu as escadas apressada, o coração pesado. Quando fechou a porta do quarto, encostou-se nela e respirou fundo, as lágrimas ameaçando cair. Sussurrou quase sem som, para si mesma. — Me desculpe, Theo, mas eu tenho que arranjar um jeito de acabar com isso.
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