Capítulo 56. Confronto

514 Palavras
O sol m*l havia desaparecido quando Mattheo atravessou os portões de ferro da mansão Tomeras. Aquela casa, antes acolhedora e cercada pelo perfume das rosas, agora parecia um castelo de sombras silenciosa, fechada, como se quisesse esconder um segredo. Ele não tinha dormido direito nos últimos dias. Desde aquela noite no jardim, em que Anélisse o abraçou e desapareceu, algo dentro dele queimava. O Sanguis Vinculum que eles criaram pulsava como uma segunda pele uma presença invisível, viva, que o atormentava nas madrugadas. “Mas por que ela sumiu assim?” Determinando a ter respostas, Mattheo subiu os degraus de pedra e bateu na porta com firmeza. Demorou alguns segundos até que ela se abrisse. Do outro lado, George Tomeras apareceu vestes escuras, expressão gélida, olhar que exalava autoridade e desprezo. — Sr. Tomeras— disse Mattheo, controlando a raiva que fervia no peito. — Eu preciso falar com a Anélisse. George o mediu de cima a baixo, os olhos endurecendo como aço. — Quem você pensa que é para exigir algo assim? — Não me diga que ela não está. — Mattheo deu um passo à frente. — Eu sei que ela está aqui. O homem ergueu o queixo, uma sombra de sarcasmo passando pelo rosto. — Não está. E mesmo que estivesse… não veria você. Mattheo respirou fundo, tentando se conter. — O que o senhor fez com ela? George cruzou os braços. — Protegi. — respondeu, seco. — Protegi minha filha de algo que você jamais entenderia. — Proteger? — o tom de Mattheo mudou, frio, cortante. — Você a tirou de mim! O silêncio que se seguiu foi denso, sufocante. O olhar de George endureceu ainda mais. — A minha filha… eu jamais permitiria que ela se envolvesse com alguém da sua índole.Ela é boa, pura. E eu não permitiria que o filho de James Ross destruísse o que ela é. Aquelas palavras atingiram Mattheo como uma lâmina. Ele cerrou os punhos, travou o maxilar. — Eu não sou o meu pai. — Mas você é o reflexo dele. — retrucou George, sem hesitar. — A escuridão corre nas suas veias, e eu não deixaria minha filha ser devorada por ela. — Onde ela está? — insistiu Mattheo, a voz rouca. — Me diga onde mandou a Anélisse. George sorriu de leve, um sorriso que não tinha calor algum. — Longe. Por um instante, Mattheo pensou em sacar a varinha. O impulso veio forte, como um trovão por dentro. Mas se segurou, não o adiantaria. Qualquer coisa que dissesse ou fizesse apenas confirmaria o que George acreditava sobre ele. Longe Aquela palavra ecoou dentro dele como uma maldição. Mattheo respirou fundo e deu um passo atrás. Os olhos escurecidos, o maxilar travado. — O senhor pode esconder ela o tanto que quiser, mas, eu vou acha-la custe o que custar. George não respondeu. Apenas fechou a porta, com um estalo seco. Mattheo ficou parado diante da mansão por longos segundos. Ele levou a mão ao peito.Ela podia estar longe, mas o feitiço ainda vivia. Ela ainda estava ligada a ele.
Leitura gratuita para novos usuários
Digitalize para baixar o aplicativo
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Escritor
  • chap_listÍndice
  • likeADICIONAR